Publicidade
SÃO PAULO – As chances de a Telefónica conseguir comprar a participação da Portugal Telecom na Vivo (VIVO3,VIVO4) aumentaram com a elevação da oferta, segundo analistas. Entretanto, quanto à uma eventual consolidação no setor de telefonia móvel, as opiniões são divergentes, mostraram relatórios divulgados nesta quarta-feira (2).
Na noite de quinta-feira, a companhia espanhola aumentou para € 6,5 bilhões sua oferta inicial de € 5,7 bilhões. O Conselho de Administração da empresa portuguesa manteve a recusa, mas, dessa vez, convocou uma assembleia de acionistas, que irão votar a aprovação ou não da proposta. Uma vez aprovada, a operação ainda terá que ser aceita pelo governo português, que possui direitos especiais nas decisões da Portugal Telecom (golden shares).
Análise do banco Barclays, assinada por Michel Morin e Daniel Spilberg, considera que a operação não acarretará a consolidação do setor de telefonia móvel, visto que iniciativas nesse sentido devem enfrentar obstáculos regulatórios significativos. Além disso, os analistas consideram improvável que a Portugal Telecom reinvista no Brasil o dinheiro obtido em uma eventual venda de sua participação na Vivo, com a prioridade do pagamento de dívidas.
Continua depois da publicidade
Consolidação
Já relatório do JP Morgan, assinado por Andre Baggio, Rajneesh Jhawar e Anna Daher, avalia que, no caso de a operação ser aprovada, a Portugal Telecom deve procurar outros ativos no País e a Telefónica integrará as operações da Telesp (TLPP3,TLPP4) com a Vivo, além de buscar uma participação na TIM Participações (TCSL3,TCSL4).
Os ganhos de sinergia com uma possível integração entre Telesp e Vivo devem ser de € 1,07 bilhão, na visão dos analistas, valor considerado relativamente pequeno. Entretanto, eles avaliam que a Telefónica está atenta a ganhos de sinergia maiores com a unificação da Vivo com a TIM.