Para leitores, chance do mercado brasileiro ter forte queda em 2010 é de 20%

Avaliação da InfoMoney mostra que maior parte dos 3.739 leitores consultados está positiva com a bolsa, apesar da volatilidade

Anderson Figo

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SÃO PAULO – Nos últimos meses, os mercados internacionais têm se mostrado bastante sensíveis ao noticiário europeu, chinês e norte-americano. Na onda desse movimento, o Ibovespa registrou no mês de junho uma queda acumulada de 3,35%, levando as perdas de 2010 para mais de 11%. 

Mas, apesar desse cenário, a maioria dos leitores acredita que as chances do mercado de ações no Brasil voltar a registrar forte queda até o final de 2010 são de apenas 20%. Esta foi a resposta mais votada na avaliação realizada pelo Portal InfoMoney na última semana, que coletou a opinião de 3.739 pessoas.

O segundo lugar na avaliação também revela um cenário favorável. Nada menos que 16,29% dos consultados, ou exatos 609 votos, dão conta de que não há chances do mercado de ações no Brasil sofrer uma nova forte queda em 2010. Divididas, outras 501 pessoas mostraram certa dúvida quanto às perspectivas para este ano, votando na opção de chance de  50%. 

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No sentido oposto, 310 avaliações sugeriram que o mercado de ações no Brasil tem 100% de probabilidade de ter novamente uma forte queda até dezembro deste ano – o que equivale a uma parcela de 8,29% das respostas coletadas.

Analistas confirmam otimismo para este ano
Se os leitores e investidores mostram otimismo para 2010, os analistas de mercado confirmam que, apesar da forte volatilidade que deve estar presente no decorrer dos próximos meses, devemos chegar a dezembro com o principal índice de ações da BM&F Bovespa de volta à casa dos 80 mil pontos – acima do patamar pré-crise.

Conforme levantamento da InfoMoney com 17 instituições, incluindo corretoras, bancos e um asset, a média das projeções dos analistas aponta um preço-alvo de 82.257 pontos para o Ibovespa ao final de 2010.

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Longe de preverem a quantos pontos o benchmark realmente estará, as instituições calculam qual o preço justo do índice de acordo com premissas macro e microeconômicas. “Traçamos quanto vale, mas não que achemos que vai terminar nesse nível, porque o mercado pode precificar ou não, dependendo das notícias”, explica Kelly Trentin, da Spinelli Corretora.

Europa e EUA em foco
Segundo Pedro Galdi, da SLW Corretora, a preocupação que atualmente permeia o mercado é a questão da economia europeia. “O problema do mundo hoje é a Europa”, disse.  Problemas fiscais nos países periféricos e grandes economias da região, como Alemanha, Portugal, Espanha e França, que já anunciaram medidas para cortar os déficits fiscais, são apenas algumas das questões que devem ser levadas em consideração.

A impressão de que o Velho Continente é a fonte de incertezas nos mercados agora e para o futuro é consenso. Porém, também é recorrente a projeção de que grande parte dos temores já estão precificados, de forma que os investidores devem dar mais atenção para o crescimento dos emergentes e dos Estados Unidos daqui para a frente.

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Brasil alimenta boas perspectivas
Mesmo com o cenário adverso na Europa, as perspectivas de que a recuperação econômica nos EUA deve continuar, bem como os fundamentos do Brasil, também adicionam otimismo nas análises. No primeiro trimestre, o PIB doméstico subiu 9% na base anual. Não à toa, o crescimento previsto para este ano foi elevado para 7,20%, conforme as estimativas contidas no último relatório Focus.

Confira o resultado da avaliação:

 Avaliação: qual a probabilidade do mercado de
ações no Brasil voltar a registrar forte queda até o fim de 2010? 
Respostas Número de votos %
0% 609 16,29%
10% 414 11,07%
20% 667 17,84%
30% 335 8,96%
40% 318 8,50%
50% 501 13,40%
60% 175 4,68%
70% 176 4,71%
80% 116 3,10%
90% 118 3,16%
100% 310 8,29%
Total: 3.739 100%