Parente quer concluir mandato na Petrobras, Fibria elevada e investigação da CVM sobre JBS no radar

Confira os destaques do noticiário corporativo desta sexta-feira na B3

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O dia após a hecatombe política tem como destaque a JBS e também a Petrobras. Pedro Parente afirmou que está disposto a concluir seu mandato na estatal, enquanto a CVM investiga se a JBS lucrou com a delação. Já a Fibria, que disparou na véspera, teve a recomendação elevada pelo Credit. Confira os destaques desta sexta-feira no mercado:  

Petrobras (PETR3;PETR4)

O presidente da Petrobras, Pedro Parente, disse estar disposto a concluir mandato na Petrobras, que termine em 2019, mesmo que haja uma mudança no governo, disse ele a repórteres em Nova York. 

A companhia continuará trabalhando no plano de negócios em meio à incerteza política, disse Parente, de acordo com uma gravação de seus comentários disponibilizados à Bloomberg. Segundo ele, não há nenhuma razão para ele sair se houver um novo governo que mantenha a mesma direção política. Parente disse que só sairá sob um cenário hipotético onde há uma mudança no governo e uma mudança na direção da política. 

Parente ainda falou que uma alta do dólar é, de forma geral, positiva para a Petrobras, ao comentar a disparada da moeda norte-americana na esteira das denúncias de corrupção contra o presidente Michel Temer. “O que realmente nos importa é o impacto do dólar sobre a totalidade das contas da companhia. Uma depreciação do real tem um valor no consolidado, no conjunto de tudo, um impacto positivo pra empresa”, declarou Parente, ao ser questionado por jornalistas.

Fibria (FIBR3)

A Fibria, que subiu 11,5% na véspera na esteira da forte alta do dólar, teve a sua recomendação elevada de neutra para outperform pelo Credit Suisse, com o preço-alvo sendo elevado de R$ 31,00 para R$ 40,00. 

BTG (BBTG11)

O conselho de administração do BTG Pactual aprovou novo programa de recompra de até 16.500.000 units emitidas pelo banco, com prazo de até 18 meses, informou o banco em fato relevante.

Segundo o documento, as units adquiridas serão, a princípio, mantidas em tesouraria. O conselho do banco aprovou, ainda, o cancelamento de 16.071.680 ações ordinárias e 32.143.360 ações preferenciais classe A adquiridas no âmbito do atual programa de recompra.

Paralelamente, o BTG Participations cancelará 15.846.080 ações classe A e 31.692.160 ações classe B recompradas sob a forma de units, informou a empresa em fato relevante.

 Randon (RAPT4)

A Randon informou que sua receita líquida consolidada no mês de abril de 2017 atingiu R$ 237,5 milhões ou 6,5% menor que a registrada em abril de 2016. No acumulado de janeiro a abril, a receita líquida consolidada totalizou R$ 817,3 milhões ou queda de 17,3%. 

  • JBS (JBSS3)

    A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu uma investigação sobre os negócios de câmbio e ações feitos por executivos da JBS após a divulgação de conversa gravada com o presidente Michel Temer como parte de um acordo de delação premiada, segundo o jornal Valor Econômico na quinta-feira. Os depoimentos dos irmãos Joesley e Wesley Batista, que são presidente do conselho e presidente-executivo da JBS, puxaram a bolsa brasileira e o real para baixo na quinta-feira, em meio a temores de que as revelações poderiam derrubar Temer. O presidente negou irregularidades e se recusou a renunciar em pronunciamento.

  • O presidente negou irregularidades e se recusou a renunciar em pronunciamento.

Sem identificar as fontes, o Valor disse que a CVM tomou conhecimento de que o grupo de empresas dos irmãos Batista teria adquirido uma posição superior a 1 bilhão de dólares no mercado local de câmbio horas antes do vazamento da notícia sobre o acordo de delação.

A operação teria sido feita através de vários corretores, a pedido da JBS, de acordo com o jornal. CVM e JBS não responderam a pedidos de comentário da Reuters fora do horário comercial. Na quinta-feira, o dólar subiu 8,15 por cento ante o real e encostou na marca de 3,40 reais, registrando a maior alta desde o início de 1999. A CVM ainda investiga a venda de ações da companhia por parte dos acionistas controladores, segundo a reportagem.

  • Já a BNDESPar, braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), afirmou nesta quinta-feira que solicitou esclarecimentos à JBS, que é alvo de investigações sobre irregularidades em acordos de financiamento com o banco público. A declaração vem após a Polícia Federal ter deflagrado na última nesta sexta-feira operação para investigar suspeita de fraudes e irregularidades na liberação de apoio financeiro do BNDES à JBS no valor de 8 bilhões de reais. Segundo a BNDESpar, após a manifestação da JBS avaliará “eventuais providências a serem tomadas em razão dos fatos divulgados recentemente”.
  • Além disso, executivos da JBS e da controladora J&F anunciaram nesta quinta-feira acordo de delação premiada, enquanto o sócio do grupo Joesley Batista admitiu pagamento de propina para obter facilidades para o conglomerado. O acordo de delação firmado com o Ministério Público Federal (MPF) e homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), envolve sete executivos da processadora de carnes e da J&F, e prevê pagamento de uma multa total de 225 milhões de reais.
     
  • (Com Reuters, Bloomberg e Agência Estado)
  • Lara Rizério

    Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.