Pela primeira vez, ação da Vivo surge como a preferida pelo consenso do mercado

InfoMoney compilou sugestões de vários analistas e apontou papéis preferidos; Dufry e Satipel dividem a segunda posição

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Pela primeira vez desde que teve início a relação, as ações preferenciais da Vivo Participações ocupam a preferência dos analistas de acordo com o MCI – índice de consenso de mercado elaborado pela InfoMoney.

O indicador, que compila a análise de 24 corretoras e bancos de investimento, atribui a nota 4,60 aos ativos da empresa, que parecem contar com boas perspectivas dos especialistas para os próximos meses.

Para uma melhor interpretação do MCI, é sempre importante considerar o número de avaliações atribuídas a cada ativo. Uma maior quantidade de opiniões tende a tornar mais robusta a sugestão. Neste caso especificamente, vale ressaltar que os papéis da Vivo receberam doze sugestões – o limite mínimo é três.

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Outro ponto importante do indicador é que ele considera os princípios de análise fundamentalista, sendo, portanto, mais recomendado para investidores que atuam com foco no longo prazo.

Vivo

De modo geral, a avaliação positiva que os analistas fazem às ações da Vivo reflete os bons resultados operacionais apresentados no segundo trimestre do ano, assim como os sólidos fundamentos e a posição de liderança da operadora no concorrido mercado brasileiro de celulares.

Entre abril e junho de 2009, a companhia apresentou um lucro líquido de R$ 172,4 milhões, revertendo o prejuízo observado no mesmo período do ano passado. Após o anúncio, a Standard & Poor’s decidiu elevar os ratings da Vivo, afirmando que a alteração das notas refletiu o desempenho consistente da empresa, “mesmo diante de um ambiente mais desafiador, demonstrando a resiliência do setor brasileiro de telecomunicações”.

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O Morgan Stanley, por sua vez, aproveitou os números para elevar seu preço-alvo às ações da operadora e reiterar a expectativa de fortes resultados também no terceiro trimestre. Entre os itens que receberam elogios do banco, destaque para a alta qualidade da base de clientes da companhia, assim como o valuation atrativo e a política de dividendos, “já que ela está gerando um forte fluxo de caixa e a folha de balanço não é alavancada”, afirmam os analistas.

Cabe lembrar também que os números da telefonia móvel durante o mês de julho foram, em geral, positivos para as companhias do setor. Para a equipe da Brascan Corretora, apesar das vendas do segmento terem vindo menores do que um ano atrás, o balanço foi favorável para a Vivo, uma vez que apresentou elevação em seu market share frente ao sexto mês do ano, além de ter contribuído para 32,8% das adições líquidas no período. Os analistas da Ativa Corretora, por sua vez, destacaram que a empresa reverteu uma tendência observada nos últimos meses ao registrar alta na participação de mercado.

Dufry

Também se beneficiando das avaliações favoráveis dos especialistas, os papéis de Dufry e Satipel dividem a segunda posição no MCI, com nota 4,58. Para a varejista, a expectativa de retomada do tráfego aéreo nos aeroportos brasileiros é apontada como principal driver de longo prazo, na medida em que deve reaquecer as vendas da companhia nos próximos trimestres.

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As mais recomendadas
Ação MCI Avaliações
Vivo PN 4,60 12
Dufry unit 4,58 3
Satipel ON 4,58 3
Multiplan ON 4,55 5
Itaúsa PN 4,53 8
American Banknote ON 4,50 5
ALL unit 4,40 11
Copasa ON 4,38 6
Marfrig ON 4,32 8
Randon PN 4,29 8
Anhanguera unit 4,29 7

De acordo com a Socopa, as vendas das lojas em aeroportos correspondem a nada menos que 82% da receita líquida da companhia, sendo seu principal canal de distribuição. Deste modo, a expectativa da instituição é de que o desempenho melhore gradativamente com a recuperação esperada para o tráfego aéreo no País a partir de 2010.

Outro fator que pode beneficiar a Dufry no médio prazo é a liberação gradativa dos limites mínimos das passagens praticados pelas companhias aéreas. Vale lembrar também que a Copa do Mundo de 2014 será realizada no Brasil, o que “deve ser um driver bastante importante para o incremento da receita da empresa”, completou a Socopa.

O Citigroup, por sua vez, ressalta que o Brasil tem um histórico muito positivo de entrada de estrangeiros durante a segunda metade do ano, tendência que deve ser fortalecida pelo receio dos turistas de viajarem para países vizinhos fortemente afetados pela epidemia da Influenza H1N1, como a Argentina e o Chile, também beneficiando as operações da companhia.

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Satipel

Já com relação à Satipel, o otimismo decorre quase que integralmente da fusão firmada em junho com a Duratex. A operação irá criar a maior indústria de painéis de madeira industrializada do hemisfério sul e uma das maiores do mundo, com capacidade instalada de quatro milhões de metros cúbicos anuais.

O Citi, por exemplo, projeta ganho de 5% sobre o Ebitda (geração operacional de caixa) em 2010, uma vez que haverá cortes significativos de gastos na planta de operação, como no caso da manutenção do estoque e nas operações de logística, além das obrigações no mercado de capitais, já que haverá apenas uma empresa listada em bolsa.

Em um outro cenário, ainda mais otimista, o banco destaca as sinergias positivas a serem colhidas através da liderança da nova empresa no mercado doméstico. Deste modo, seus analistas reiteram os bons múltiplos da companhia, como também acreditam em lucros elevados a partir de 2010, quando o mercado voltar ao normal.

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Já o UBS, que também elogia a união da Satipel com a Duratex, prevê que o cenário futuro seja mais propício para o desenvolvimento do setor, com menor taxa básica de juro e retomada do crédito alimentando as expectativas de recuperação da demanda. No mesmo sentido, os estímulos governamentais para o consumo de bens duráveis e para o segmento imobiliário também são lembrados pelo banco.

O que é o MCI?

O Market Consensus Indicator (MCI) tem como principal objetivo facilitar as decisões de investimento dos usuários do site no mercado de ações.

Considerando uma amostra com informações e projeções de diversos bancos de investimento e corretoras, o indicador busca trazer um indicador de consenso entre os analistas de mercado a respeito das recomendações de uma determinada ação.

Variando em uma escala de 0 (venda forte) a 5 (compra forte), o indicador é calculado a partir das recomendações dos analistas consultados, trazendo um resumo do consenso. É importante destacar que o MCI é calculado apenas para ações com ao menos três recomendações de analistas distintos.