Pela terceira vez, ações ON da AES Tietê têm preferência no consenso do mercado

Geradora de energia segue beneficiando-se de perspectivas ao setor; Saraiva e Marfrig ocupam segundo e terceiro lugar

Anderson Figo

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SÃO PAULO – Pela terceira vez desde que teve início a compilação elaborada pela InfoMoney – em fevereiro de 2007 -, as ações ordinárias da AES Tietê conseguiram a preferência dos analistas em abril, de acordo com o MCI (índice de consenso de mercado). O indicador, que compila a análise de 24 corretoras e bancos de investimento, atribui a nota 5,00 (máxima) aos ativos da AES, refletindo principalmente as boas perspectivas para o setor elétrico no Brasil.

Para uma melhor interpretação do MCI, é sempre importante considerar o número de avaliações atribuídas a cada ativo. Uma maior quantidade de opiniões tende a tornar mais robusta a sugestão. Neste caso especificamente, vale ressaltar que os papéis da AES Tietê receberam o limite mínimo para ser considerado dentro da metodologia do indicador: três sugestões.

Outro ponto importante do indicador é que ele considera os princípios de análise fundamentalista, sendo, portanto, mais recomendado para investidores que atuam com foco no longo prazo.

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AES Tietê
Em linhas gerais, as boas perspectivas para o setor elétrico influenciaram as recomendações aos papéis da AES Tietê no quarto mês deste ano. Acompanhando o cenário para as companhias de geração de energia elétrica, a Link Investimentos atualizou em meados de abril suas projeções para as companhias do segmento, incorporando os resultados de 2009.

Entre as premissas assumidas pelo analista Andrés Kikuchi, se destaca a projeção de recuperação do consumo de energia elétrica no País, principalmente no segmento industrial, em função do cenário de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto). “O impacto do consumo deverá gerar uma crescente demanda por energia e recuperação dos preços, principalmente no ACL (Ambiente de Contratação Livre)”, explica Kikuchi.

A recomendação da corretora para as ações passou de market perform para outperform. “Diante do cenário de incremento da inflação e redução do custo de dívida esperamos uma maior demanda pelos papéis da empresa no setor”, revela Kikuchi. O analista calcula um preço-alvo ao final do ano de R$ 24,60 para as ações da empresa.

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No mesmo sentido, o Citigroup revisou suas estimativas de longo prazo para as companhias geradoras de energia do Brasil que fazem parte de seu universo de cobertura. Em relatório divulgado no início do mês, o analista Marcello Britto destacou que as novas premissas decorrem do outlook para o preço da eletricidade em 2010, dos resultados financeiros das empresas no último quarto do ano passado e de seus guidances.

Em geral, os preços-alvo para os papéis sofreram pequenas alterações ficando em R$ 19,50 para 12 meses. A recomendação às ações das geradora foi mantida em 1S (compra com risco especulativo).

As mais recomendadas
Ação MCI Avaliações
AES Tietê ON 5,00 3
Saraiva PN 4,58

3

Marfrig ON 4,53 11
American BankNote ON 4,50 5
Brookfield ON 4,50 7
Petrobras PN 4,42 16
Lojas Americanas PN 4,39 18
Itaúsa PN 4,38 10
Fert. Heringer ON 4,38 5
Telemar PNA 4,33 11
Vale ON 4,33 9

Medalha de prata
Aparecendo no segundo lugar no ranking de recomendações elaborado pela InfoMoney, os papéis da Saraiva receberam nota 4,58. As perspectivas em relação aos resultados da companhia foram catalisadores para as recomendações de abril.

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Os papéis da Saraiva foram adicionados na carteira recomendada da Spinelli para esta semana. A inclusão de SLED4 foi impulsionada pela projeção de bons números a serem divulgados pela companhia, isso devido às aquecidas vendas no mercado on-line e ao gastos menores do que o esperado na reestruturação das lojas Siciliano. Os fatores podem “melhorar a percepção dos investidores após o fraco resultado apresentado no quarto trimestre de 2009”.

Marfrig
A boa fase ao setor de consumo, por sua vez, somam para as recomendações da Marfrig. Embora avalie o resultado do quarto trimestre da Marfrig como sendo “fraco” e “em linha” com suas expectativas, o Bank of America Merrill Lynch reiterou no início deste mês sua recomendação de compra para os papéis da companhia, bem como seu preço-justo de R$ 27,00.

Em relação ao resultado, os analistas João Carlos Santos e Alexandre Pizano, que assinam o relatório do banco, enfatizaram a queda na margem Ebitda (relação percentual entre a receita líquida e a geração operacional de caixa), de 0,7 ponto percentual na passagem trimestral, chegando a 6,8% (a projeção era 6,9%). Para eles, a contração foi causada pela “exposição ao segmento de aves (com baixa performance) e pelo fraco desempenho no mercado de câmbio”.

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Além disso, a equipe revela um viés negativo em um primeiro momento da incorporação da Seara, avaliando que ela deve causar queda nas margens, uma vez que a adquirida é 80% focada em exportações – setor impactado pelas variações cambiais.

No entanto, Santos e Pizano mostraram-se otimistas quanto ao futuro da companhia, prevendo uma recuperação no fragilizado segmento. “Esperamos uma recuperação nas margens no segmento de aves para níveis históricos ao longo de 2010”, apontando a expectativa de redução nos custos dos grãos, de uma elevação na demanda por proteínas, e depreciação do real ante o dólar como razões pelo otimismo.

No mais, os dois enaltecem o aumento na produção de carne nas plantas Margen e Mercosul, com forte expansão de suas capacidades em 2010. Porém, destacam que há dois riscos relacionado às unidades: a disponibilidade de gado e lenta capacidade de expansão na produção. “A recente venda de ações levou a um valuation mais atrativo”, fazendo com que a “falta contínua de geração de caixa e a volatilidade cambial (o que poderia comprometer a recuperação da margem de exportação) sejam compensados”, completaram.

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O que é o MCI?
O Market Consensus Indicator (MCI) tem como principal objetivo facilitar as decisões de investimento dos usuários do site no mercado de ações. Considerando uma amostra com informações e projeções de diversos bancos de investimento e corretoras, o benchmark busca trazer um indicador de consenso entre os analistas de mercado a respeito das recomendações de uma determinada ação.

Variando em uma escala de 0 (venda forte) a 5 (compra forte), o indicador é calculado a partir das recomendações dos analistas consultados, trazendo um resumo do consenso. É importante destacar que o MCI é calculado apenas para ações com ao menos três recomendações de analistas distintos.

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