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SÃO PAULO – Após amenizar a forte queda da abertura desta segunda-feira (6), o Ibovespa até ameaçou amenizar as perdas, o que não se sustentou. Com isso, o principal índice da Bolsa fechou com queda de 0,75%, aos 52.127 pontos. Na ponta negativa, Vale, Petrobras e bancos pressionaram o benchmark, enquanto siderúrgicas, Braskem e Eletrobras conseguiram reverter a queda de mais cedo e fecharam em alta.
Confira abaixo os principais destaques da Bovespa nesta segunda-feira:
Petrobras (PETR3, R$ 12,85, -0,77%; PETR4, R$ 11,48, -2,13%)
Em dia de noticiário agitado, as ações da estatal voltaram a cair, levando os papéis preferenciais ao seu menor nível desde abril. Já são cinco quedas nos últimos seis pregões, com as ações caindo 13,10% neste período. No radar, o preço do petróleo Brent, negociado em Londres e usado como referência pela Petrobras, segue em queda de 2,24%, a US$ 58,97, enquanto o WTI, do Texas, recua 4,09%, a US$ 54,60.
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Em evento em São Paulo, o presidente da companhia, Aldemir Bendine, falou sobre o atual cenário da Petrobras. Segundo ele, a “queda no preço do petróleo e a volatilidade cambial criaram tempestade perfeita para companhia”. “Desinvestimento é a única solução que nos resta para trazer o endividamento da empresa para patamar satisfatório”, disse ainda Bendine.
Sobre a Operação Lava Jato, segundo a colunista Mônica Bergamo, amigos de José Dirceu afirmam que a depressão seria tal que o petista, caso preso, no limite, poderia aderir a um acordo de colaboração com a Justiça. Ainda no noticiário, a Petrobras está avisando alguns dos seus fornecedores desde o mês passado que encomendas feitas para serem entregues até 2017 podem ficar para 2020, apontou a coluna Radar, da Veja. A estatal estaria também renegociando os contratos.
Além disso, a companhia deverá realizar a cada três meses análises sobre o atual plano de negócios, com o objetivo de avaliar premissas e riscos e para evitar que investidores se frustrem pelo eventual não cumprimento das metas, como vem acontecendo nos últimos anos, disseram duas fontes com conhecimento direto do assunto nesta sexta-feira.
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Bancos
Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 33,92, -1,71%), Bradesco (BBDC3, R$ 27,34, -1,94%; BBDC4, R$ 28,00, -1,82%), Banco do Brasil (BBAS3, R$ 23,85, +0,76%) e Santander (SANB11, R$ 16,60, -0,24%) ficaram entre as ações que esboçaram uma reação neste pregão, mas não conseguiram de sustentar.
Segundo a Folha de S. Paulo, Bradesco e Santander, que passaram para a segunda fase da disputa pelo HSBC Brasil, vão apresentar proposta vinculante nesta segunda-feira. O Itaú Unibanco, no entanto, ainda é dúvida se entrará nessa fase da disputa. Diferente da anterior, essa proposta é firme, isto é, além de mostrar o verdadeiro apetite de cada player, servirá de passaporte para o vencedor negociar o ativo com exclusividade.
Repique de siderúrgicas, seguradoras, Eletrobras e Braskem
As ações das siderúrgicas Usiminas (USIM5, R$ 4,18, +3,72%), CSN (CSNA3, R$ 4,87, +2,10%), Gerdau (GGBR4, R$ 6,79, +1,95%) e Gerdau Metalúrgica (GOAU4, R$ 5,60, +0,72%), além da elétrica Eletrobras (ELET3, R$ 6,00, +2,04%; ELET6, R$ 8,75, +2,94%) e a petroquímica Braskem (BRKM5, R$ 12,83, +3,22%) foram as que tiveram a reação mais forte à recuperação do mercado durante a sessão. Fora do índice, Porto Seguro (PSSA3, R$ 42,00, +2,19%) e SulAmérica (SULA11, R$ 15,60, +1,30%).
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Vale
As ações da Vale (VALE3, R$ 17,65, -0,17%; VALE5, R$ 14,97, -1,71%) acompanharam a recuperação do mercado, mas voltaram a operar na mesma linha que seguiam os papéis antes da euforia da Bolsa e fecharam no negativo. O movimento foi acompanhado pela Bradespar (BRAP4, R$ 9,94, -0,90%), holding que detém forte participação no capital da mineradora.
Qualicorp (QUAL3, R$ 22,25, +3,49%)
A Qualicorp têve sua quinta alta seguida na Bolsa, acumulando alta de 14% no período. Na sexta-feira, a companhia anunciou que fará uma redução de capital de R$ 400 milhões. Os acionistas receberão R$ 145,81 por lote – conjunto de 100 ações (ou R$ 1,458124020 por ação). O valor poderá ser ajustado até a data da efetiva redução de capital tendo em vista a quantidade de ações em circulação à época. Segundo o Santander, o anúncio é positivo e implica em um yield (rendimento) potencial de 7%.
Para a Elite Corretora, a redução de capital parece fazer sentido para a empresa ou pagamento de dividendos generosos, dado que seus investimentos necessários também não são grandes e pelo fato de que seu tamanho de mercado, aquisições, não estão sendo aceitas pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
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Cemig (CMIG4, R$ 11,53, -0,69%)
Segundo o Valor, a Cemig quer continuar a briga com o governo federal para renovar seus contratos de concessão de três hidrelétricas. A briga se arrasta desde 2013, quando o governo mudou as regras de preços e de concessões do setor. Dias atrás, o STF (Superior Tribunal de Justiça) deu vitória à União, que pede a devolução das hidrelétricas de Jaguara, Miranda e São Simão para colocá-las em leilão – as três representam 40% da capacidade de geração da companhia.
Sultepa (SULT3; SULT4)
A construtora Sultepa informou o mercado, nesta segunda-feira (6), que ajuizou pedido de recuperação judicial em caráter de urgência, em conjunto com outras empresas do grupo. A companhia também comunicou que será convocada, imediatamente, Assembleia Geral Extraordinária para ratificação da decisão tomada por seus administradores e acionista controlador. Em fato relevante, a Sultepa disse que “vem empreendendo esforços para negociar com credores, reduzir dividas e diminuir exposição a riscos”. No entanto, a empresa ressaltou que o agravamento da situação dos investimentos em infraestrutura, as dificuldades financeiras dos agentes públicos e os atrasos nos pagamentos das faturas “tornaram inviável a manutenção das atividades”.
Com isso, as ações SULT3 e SULT4 ficam fora de negociação na Bovespa nesta sessão, o que não tende a trazer impactos relevantes na Bolsa nem no comportamento dos investidores, já que se trata de papéis com baixíssima liquidez. Na última sexta-feira, foram realizados apenas 2 negócios com os papéis SULT3, que movimentaram R$ 430,00. Em 2015, essas ações já caíram 37%. No acumulado desde 2012, a queda chega a 87%. Segundo a Sultepa, o pedido de recuperação visa preservar seus ativos, observando os interesses de funcionários, credores e acionistas.