Petrobras e Vale afundam com rumor de Levy; 6 ações caem mais de 10% na semana

Confira os principais destaques da Bolsa nesta sexta-feira (16)

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa acelerou ganhos no final desta tarde, com informações de que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, deve permanecer no cargo. No entanto, dois minutos antes de fechar a Bovespa foi divulgado na coluna Radar, da Veja, que o mininistro redigiu carta de demissão e se reunirá com a presidente Dilma Rousseff ainda nesta sexta-feira.

A notícia afundou o índice e o Futuro do Ibovespa, que segue em negociação até às 18h (horário de Brasília). Juntamente, as ações da Petrobras, Vale e bancos, que tinham ganhado força no final do pregão, viraram para queda. 

No mesmo sentido, figuraram as ações do Pão de Açúcar, que já vinham marcando forte perda nesta sessão. O papel acumula queda de quase 15% nos últimos quatro pregões. Nesta sexta-feira, o Bank of America Merrill Lynch cortou sua recomendação para os papéis para underperform (desempenho abaixo da média).

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Na ponta positiva, a Braskem se destaca com ganhos de mais de 7% mesmo com o dia negativo da Bolsa. O forte movimento de hoje vinha junto com um relatório do Morgan Stanley, que elevou a recomendação das ações de equal-eweight (desempenho em linha com a média) para overweight (desempenho acima da média), além de aumentar em 61% o preço-alvo da ação, que passou de R$ 15,80 para R$ 25,50.

Na semana, as ações das exportadoras Fibria e Suzano chamaram atenção, com alta entre 9% e 13%, em meio à escalada do dólar frente ao real no período. Do Ibovespa, somente 15 das 64 ações encerraram no positivo. Do outro lado, Rumo, Pão de Açúcar, Banco do Brasil, Gol, Oi e Usiminas caíram mais de 10%. 

Confira os destaques da Bolsa no pregão desta sexta-feira (16):

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Pão de Açúcar (PCAR4, R$ 50,29, -4,79%)
O Pão de Açúcar caiu forte na Bolsa após ter sua recomendação cortada pelo Bank of America Merrill Lynch para underperform (desempenho abaixo da média). Com isso, os papéis acumulam perdas de 14,83% na semana, ficando entre os piores desempenhos dos últimos pregões. O banco cita os efeitos do enfraquecimento das vendas no varejo e queda da confiança do consumidor e do emprego, que serão mais fortes do que o previsto nas receitas da empresa. 

Na terça, as ações registraram seu pior pregão em quatro anos caindo 7,36% após a companhia divulgar dados prévios do terceiro trimestre. O Pão de Açúcar teve uma queda de 2,6% nas vendas no conceito mesmas lojas (abertas há mais de 12 meses), enquanto a receita líquida registrou uma alta de 2,7% no terceiro trimestre, que atingiu R$ 16,1 bilhões. Neste cenário, a queda das vendas da Via Varejo forma compensada pela alta no atacarejo Assaí e no segmento de comércio eletrônico.

Petrobras, bancos e Vale
As ações da Petrobras, bancos e Vale viraram para queda nos últimos minutos, com a notícia de que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, redigiu carta de demissão e se reunirá com Dilma ainda hoje. Os papéis da Petrobras (PETR3, R$ 9,70, +0,41%; PETR4, R$ 7,95, -0,63%), Vale (VALE3, R$ 18,42, -0,95%; VALE5, R$ 15,19, +0,89%) e o banco Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 26,84, -1,50%) viraram para queda. Bradesco (BBDC3, R$ 24,74, -1,16%; BBDC4, R$ 22,05, -1,91%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 16,28, -1,75%), que já operavam no negativo, aceleraram as perdas. 

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No radar da Vale, o conselho de administração da mineradora aprovou a segunda parcela de dividendos aos acionistas no valor de US$ 500 milhões. A diretoria da companhia havia anunciado o valor, que representa metade da proposta inicial, no dia 28 de setembro. Assim, a mineradora distribuirá no total US$ 1,5 bilhão em dividendos em 2015. 

O valor, segundo comunicado da companhia, equivale a R$ 1.925.350.000,00, o que corresponde a R$ 0,373609533 por ação ordinária ou preferencial. O pagamento será efetuado a partir do dia 30 de outubro de 2015. No mês passado, ao anunciar o novo valor, a companhia disse que esta redução no valor proposto reflete “um cenário mais incerto para os preços das commodities minerais e o foco da Companhia na preservação de seu balanço”.

CSN (CSNA3, R$ 5,02, +7,04%)
As ações da CSN se destoaram do restante do setor siderúrgico e figuraram como a maior alta do Ibovespa, enquanto Usiminas (USIM5, R$ 3,33, -0,89%), Gerdau (GGBR4, R$ 6,20, -2,97%) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 3,04, +0,66%) oscilaram entre poucas perdas e ganhos. 

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Em relatório, o Credit Suisse aponta que, em um cenário de inflação alta, parece provável que a CSN repasse algum aumento de preços, mas ainda sem ganho real. Os analistas estimam aumento de 2% no quarto trimestre, seguido de outro repasse no primeiro semestre de 2016. Os preços maiores devem ajudar no lucro da empresa, mas ainda devem ser insuficientes para representar uma virada significativa para a empresa, comentaram.

“Esperamos que o resultado da empresa deve ser positivamente impactado principalmente pelo negócio de mineração, que deve voltar para um nível de margem Ebitda (Ebitda/Receita Líquida) perto do visto em 2012 e 13”, disseram os analistas.

O Credit comentou também sobre as demais empresas do setor. Usiminas eles estimam resultado do terceiro trimestre mais fraco do que dos últimos 10 anos, com queda projetada de até 11% na comparação trimestral na venda de aço no mercado doméstico. Olhando para frente, eles esperam um aumento de preços de 2% no quarto trimestre de 2015 e subida de um dígito em 2016. 

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Já para Gerdau os analistas apontam que o fluxo de caixa deve seguir positivo, enquanto o resultado deve ser positivamente impactado pelas operações fora do Brasil. Segundo os analistas, o real mais fraco também deve permitir que a empresa repasse algo próximo de 7% de preços até o primeiro semestre de 2016.

Além disso, segundo informações do jornal espanhol “El Mundo” e o francês “Le Républicain Lorrain”, a Gerdau colocou à venda a controlada Sidenor, siderúrgica adquirida pela companhia na Espanha em 2005. A companhia brasileira teria contratado o Santander para buscar na Europa interessados em comprar a operação, em meio à crise enfrentada pela Gerdau por conta de deterioração econômica no Brasil. 

Braskem (BRKM5, R$ 19,84, +6,21%)
A Braskem figurou como a segunda maior alta do Ibovespa, num forte movimento que veio junto com um relatório do Morgan Stanley, que elevou a recomendação das ações de equal-eweight (desempenho em linha com a média) para overweight (desempenho acima da média), além de aumentar em 61% o preço-alvo da ação, que passou de R$ 15,80 para R$ 25,50.

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Cyrela (CYRE3, R$ 9,09, +2,83%)
As ações da Cyrela subiram após prévia operacional e marcam sua primeira alta após quatro dias de quedas. A companhia informou que seus lançamentos caíram 22% na comparação anual, enquanto as vendas subiram 1,7% no período. Das vendas líquidas de R$ 1,009 bilhão no trimestre, 72% foram de estoques e 28% de lançamentos. No ano, as vendas caíram 33%, a R$ 2,55 bilhões. 

Os lançamentos alcançaram R$ 2,14 bilhões no ano até setembro, uma queda de 40,4% na comparação com o mesmo período de 2014. Durante o trimestre, a companhia lançou apenas seis projetos (sendo três em São Paulo, dois no Rio de Janeiro e um no Sul). 

Segundo o BTG Pactual, o resultado do terceiro trimestre foi “decente”, principalmente quando ajustado para o cenário desafiador de construção no Brasil, mas não parece ser um trigger para a ação, cuja recomendação segue neutra.

Energias do Brasil (ENBR3, R$ 11,68, -3,07%)
As ações da Energias do Brasil tiveram segunda queda em três dias, após dados do terceiro trimestre. A empresa informou nesta sexta-feira que sua energia distribuída caiu 4,4% no terceiro trimestre na comparação anual.

Em outro comunicado, a companhia informou que captou R$ 892,2 milhões com emissão de debêntures. Os recursos serão utilizados para resgatar antecipadamente notas promissórias e custear investimentos nas hidrelétricas de São Manoel e Cachoeira Caldeirão, que estão sendo construídas na região Norte do país.

Energisa (ENGI4, R$ 2,70, -6,90%)
A Energisa informou nesta tarde que seus acionistas aprovaram, em assembleia geral extraordinária realizada hoje, a proposta de aumento de dividendos de 25% para 35% 

Souza Cruz (CRUZ3, R$ 27,11, -0,07%)
Ocorreu na quinta-feira o leilão de OPA (Oferta Pública de Aquisição) das ações da Souza Cruz na Bolsa. Com a operação movimentando R$ 9,33 bilhões, o volume financeiro da Bovespa nesta sessão ficou bem acima da média, atingindo os R$ 15,75 bilhões, ou seja, cerca de 60% do volume da sessão ficou por conta do leilão da Souza Cruz. 

Das 377.954.783 de ações da oferta, foram adquiridas 342.956.819 pela British American Tobacco (BAT) – ou seja, 90,7% do total ofertado -, ao preço de R$ 27,20 cada. Agora, a companhia prosseguirá com o fechamento de capital. 

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