Petrobras, elevação de preços-alvo e OPA de “micro cap” agitam noticiário

Entre os destaques, CPI da Petrobras no Senado chama ex-diretor de abastecimento para depor, enquanto CPI mista deve ser instalada nesta quarta-feira; amanhã será a vez do ex-diretor da área internacional da empresa dar seu depoimento

Paula Barra

Visão aérea da plataforma P-52 da Petrobras na Bacia de Campos. 28 de novembro de 2007. REUTERS/Bruno Domingos
Visão aérea da plataforma P-52 da Petrobras na Bacia de Campos. 28 de novembro de 2007. REUTERS/Bruno Domingos

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SÃO PAULO – A quarta-feira (28) inicia agitada no mercado brasileiro. A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras (PETR3; PETR4) no Senado confirmou ontem a convocação do ex-diretor de abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa. Ele foi um dos 13 presos na Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF), por suspeita de integrar uma quadrilha que movimentou R$ 10 bilhões em operações de lavagem de dinheiro.

As investigações apontam que o ex-diretor da Petrobras ajudou empresas de fachada mantidas pelo doleiro Alberto Youssef a fechar contratos com a estatal. Aparece entre os contratados o da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. A PF estima que nessa operação foram desviados até R$ 400 milhões da obra, considerada superfaturada pelo TCU (Tribunal de Contas da União).

Além desse, está marcado para quinta-feira o depoimento do ex-diretor da área internacional da Petrobras que sucedeu Nestor Cerveró no cargo, Jorge Luiz Zelada. Cerveró é autor do relatório no qual o conselho de administração da Petrobras se baseou para comprar 50% da refinaria de Pasadena, no Texas, um dos alvos da investigação. Já a CPI Mista da Petrobras deverá ser instalada na quarta-feira.

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Vale mencionar também que os nomes dos integrantes da CPI mista que investigará a Petrobras devem ser publicados na edição desta quarta-feira do Diário Oficial, quando já deve haver uma sessão de instalação da CPI, afirmou ontem o presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL).

Ainda sobre a Petrobras, a empresa holandesa de leasing de plataformas de petróleo SBM Offshore NV está buscando esclarecimentos sobre sua exclusão como participante de licitações por contratos da estatal brasileira. A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, disse em audiência em comitê do Congresso na terça-feira que a petroleira não buscaria propostas de SBM Offshore enquanto a empresa estivesse sob investigação por suposto suborno no Brasil. As ações da SBM Offshore chegaram a cair até 9% no início do pregão desta quarta-feira.

Marfrig
A Marfrig Global Foods (MRFG3) contratou o Banco Bradesco BBI e o Banco Itaú BBA SA para recompra de títulos de dívida emitidos no exterior, seguida por uma emissão no mesmo valor, disse uma pessoa com conhecimento direto do assunto. 

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O objetivo da companhia é recomprar títulos mais caros e de curto prazo e emitir papéis com juros mais baixos e um prazo maior. A Marfrig não quer aumentar o tamanho da dívida e, por isso, emitirá o mesmo valor recomprado, disse uma fonte à Bloomberg. A companhia, uma das maiores empresas globais de alimentos, quer contratar mais bancos e definir os detalhes da operação na próxima semana, comentou.

Weg
O Conselho de Administração da fabricante de motores elétricos e tintas industriais Weg (WEGE3) aprovou a contratação de financiamento de até US$ 100 milhões, por meio de sua subsidiária mexicana, em reunião realizada nesta terça-feira. A linha de crédito terá prazo de 10 anos e será utilizada para investimentos pela Weg México. 

O Conselho aprovou, ainda, linhas de pré-pagamento de exportação. Um delas é a contratação, pela Weg Equipamentos Elétricos, de até US$ 40 milhões, com prazo de cinco anos, de linha de financiamento na modalidade pré-pagamento exportação. A Weg Equipamentos Elétricos também foi autorizada a contratar até US$ 100 milhões, com prazo de três anos, por meio de Nota de Crédito de Exportação.

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Anhanguera, Kroton e Estácio
No setor de educação, chama atenção um relatório do Bradesco BBI. O banco de investimentos elevou o preço-alvo das ações da Kroton (KROT3) de R$ 54,60 para R$ 62, enquanto o da Anhanguera (AEDU3) passou de R$ 16,50 para R$ 18,70. A Estácio (ESTC3) teve preço-alvo revisado de R$ 22,50 para R$ 31,50. 

Na véspera, o Santander divulgou um relatório apontando bom 2014 para o setor de educação, com destaque para o ensino superior, tendo em vista o crescimento de 22% na comparação anual no número de inscritos no Enem deste ano, sugerindo expansão na demanda. As regiões que lideraram o crescimento foram Norte (+27%) e Centro-Oeste (+24%).

M&G Poliéster
A “micro cap” (empresa de baixa capitalização de mercado) M&G Poliéster (RHDS3) informou ontem à noite que seu acionista Mossi & Ghisolfi apresentou à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) o pedido de registro de oferta pública para aquisição da totalidade das ações da empresa em circulação no mercado, com a finalidade de cancelamento de registro de companhia aberta. A formalização do pedido à autarquia ocorre 13 dias após a empresa ter comunicado ao mercado sobre a oferta. Na ocasião, as ações chegaram a disparar 42,86% em um único pregão. 

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O preço a ser ofertado na operação, que deverá movimentar cerca de R$ 25,6 milhões, será de R$ 0,11 real, a ser corrigido pela variação da taxa Selic até a data de liquidação da OPA. O valor representava um prêmio de 57,1% em relação ao fechamento do papel na sessão que antecedeu ao anúncio (14 de maio), quando encerrou a sessão cotado a 0,07 real.  

(Com Reuters e Bloomberg)