Petrobras, PDG deixa “lista suja”, aquisição e mais 9 notícias no radar

Ainda entre os destaques, a Sabesp pediu ao DAEE para usar mais 100 milhões de metros cúbicos de água do "volume morto" de Cantareira

Paula Barra

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SÃO PAULO – A agenda corportiva desta terça-feira (22) inicia agitada, em meio à temporada de balanços do primeiro trimestre, com divulgação dos números da Via Varejo (VVAR11) e Lojas Renner (LREN3) após o fechamento do pregão. Além disso, Petrobras (PETR3; PETR4), aquisição de faculdade pela Ser Educacional (SEER3), saída de “lista suja” da PDG Realty (PDGR3) e small caps também roubam a cena do mercado hoje. 

Nos destaques, a Petrobras tem até 2017 para construir e iniciar a operação da termelétrica a gás Azulão, no município de Silves, no Amazonas, sob pena de perder o contrato de concessão do campo de gás de Azulão, descoberto há 15 anos na floresta amazônica. A informação está na ata de reunião da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) realizada neste mês. A autarquia, a pedido da estatal, revisou o plano de desenvolvimento do campo de gás.

Aprovado em 2010, o primeiro plano de desenvolvimento de Azulão previa início da produção de gás em 2011. Entretanto, a geração de energia no local, que fica a mais de 200 km de Manaus, foi considerada mais oportuna para a empresa.

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Eletrobras
A Eletrobras (ELET3; ELET6) informou o mercado, nesta segunda-feira (21), que seu conselho de administração aprovou a captação de R$ 6,5 bilhões, em até três parcelas, a serem aplicados no plano de negócios 2014-2018 da companhia, este último aprovado em março. Para o valor anunciado, “a Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, ofereceram propostas firmes para concessão de R$ 2,5 bilhões e R$ 4,0 bilhões, respectivamente”, comunicou a empresa.

O empréstimo tem prazo de 8 anos e carência para pagamento do principal de dois anos, com custo de 119,5% do CDI. A União é a fiadora do empréstimo. O valor será desembolsado em até três parcelas, sendo a última em 2015, informou a Eletrobras

Sabesp
A Sabesp (SBSP3) pediu ao Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) do Estado de São Paulo autorização para usar mais 100 milhões de metros cúbicos de água da chamada reserva técnica do Sistema Cantareira, conhecida como “volume morto”, disse a Agência Nacional de Águas (ANA), nesta segunda-feira.

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O volume é adicional aos 182,5 milhões de metros cúbicos do volume morto do sistema, principal conjunto de reservatórios de água da região metropolitana de São Paulo, que já estão sendo utilizados desde 16 de maio. Segundo a ANA, o pedido foi encaminhado na semana passada ao DAEE, que informou sobre a solicitação aos demais integrantes do Grupo Técnico de Assessoramento para Gestão do Sistema Cantareira (GTAG), do qual a ANA faz parte. Procurada, a Sabesp confirmou o registro do pedido.

A decisão sobre o uso de mais esse volume da reserva técnica caberá à ANA e ao DAEE, após análise do GTAG em reunião que ainda será marcada, segundo a ANA. O volume morto é a porção de água que fica empoçada abaixo do nível de captação das comportas das represas e que precisa ser bombeada dos reservatórios para chegar a estações de tratamento.

Distribuidoras
O empréstimo adicional de R$ 6,5 bilhões de bancos e do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) às distribuidoras de energia elétrica deve ser liberado na semana que vem ou, no máximo, até a primeira semana de agosto, segundo uma fonte envolvida nas negociações.
 

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“Está em fase final de aprovação”, disse à Reuters a fonte, que pediu para não ser identificada, já que as negociações têm caráter sigiloso. O financiamento conta um grupo de 15 bancos comerciais que, juntos, serão responsáveis pelo repasse de R$ 3,5 bilhões. Os R$ 3 bilhões restantes virão do BNDES.

PDG Realty
A incorporadora PDG Realty (PDGR3) informou que foi excluída do Cadastro de Empregadores do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) – conhecido como “lista suja” -, conforme determinado em decisão liminar do STJ (Superior Tribunal de Justiça), proferida em 14 de julho. A retirada da lista ocorreu na última sexta-feira, 18. A lista relaciona a empresas acusadas de manter empregados em condições análogas à escravidão.  

Ser Educacional
A Ser Educacional (SEER3) assinou contrato para aquisição de 100% das cotas do Centro Educacional e Desportivo Fase, mantenedora da Faculdade Santa Emília (Fase), localizada na cidade de Olinda, Pernambuco. O valor da compra é de R$ 9,7 milhões, do qual serão deduzidos dívidas líquidas e 
ainda um valor a ser retido como garantia a eventuais contingências por um prazo de 5 anos. Segundo a empresa, a aquisição está em linh com a estratégia do Grupo Ser Educacional, em consolidar-se como uma instituição líder na região Nordeste, fortalecendo seu posicionamento na região metropolitana do Recife.  

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Aliansce
A vendas totais nos shoppings centers da Aliansce (ALSC3) cresceram 22,4% no segundo trimestre na comparação anual, e atingiram R$ 1,95 bilhão no período, informou a companhia nesta segunda-feira.

O aumento foi baseado no crescimento orgânico do portfólio da companhia, que representou 62,6% do crescimento no período. Os dois empreendimentos inaugurados no quarto trimestre representaram 33,1% da evolução, disse a Aliansce, em comunicado.

As vendas mesmas lojas (abertas há mais de 12 meses) subiram 9% no segundo trimestre, ante 8,6% um ano antes. Já os aluguéis mesmas lojas aumentaram 8,6%, abaixo dos 10,1% no segundo trimestre de 2013.

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JSL 
O grupo de logística e aluguel de veículos JSL (JSLG3) teve alta de 20% na receita bruta no segundo trimestre na comparação com o mesmo período do ano passado, em um resultado apoiado em forte crescimento na venda de veículos usados e expansão em serviços dedicados.

A companhia apurou como um todo receita bruta de R$ 1,55 bilhão, dos quais R$ 983,7 milhões vieram das operações de logística, um crescimento de 7,7% sobre o segundo trimestre do ano passado. No segmento de serviços de logística, a área de produtos dedicados, principal item do faturamento, teve alta anual de 10,3% na receita, a R$ 519,8 milhões.

Biosev
Em função do exercício de opções sobre ações que ocorreu na Bovespa, a Biosev (BSEV3) confirmou ontem que os títulares de 37.402.763 titulares das opções lançadas pela sua acionista controladora Hédera Investimentos – na época do IPO (Initial Public Offering), em abril do ano passado – exerceram seu direito de vender o mesmo número de ações emitidas pela companhia para Hédera ao preço de R$ 16,57, ficando a transferência da titularidade das ações para a Hédera sujeita à liquidação, a ocorrer em 24 de julho de 2014. Com isso, o número de ações em circulação no mercado da Biosev passará de 85.687.378 ações (ou 41,4% do capital social) para 48.284.615 ações (ou 23,4% do capital da companhia). 

Karsten
Sem muitas delongas, a Karsten explicou ontem ao mercado o motivo da disparada de 60% de suas açõesApós oscilarem entre R$ 0,44 e R$ 0,54 por mais de 3 meses, as ações preferenciais (CTKA4) da companhia saltaram incríveis 60,42% nesta segunda-feira, fechando a R$ 0,77 – patamar não alcançado desde 29 de janeiro deste ano. O movimento se intensificou pouco antes das 12h (horário de Brasília) e, ao todo, os papéis PN da Karsten movimentaram R$ 70,1 mil na Bolsa – muito acima da média dos últimos 21 pregões (R$ 9,4 mil). O número de negócios realizado também bateu foi atípico: 51 negociações concluídas, contra média de 19.

Toda essa movimentação causou estranheza e, como de costume, a BM&FBovespa pediu esclarecimentos a empresa sobre qualquer oscilação ou volume atípico durante um dia de negociação. Mas diferente da tradicional resposta “desconhecemos o motivo para tal oscilação”, a Karsten abriu o jogo e disse que havia sim algo em trâmite: a fabricante está em negociação com seus controladores para um aumento de capital de até 6 vezes seu valor de mercado e, tendo em vista a disparada repentina de suas ações, achou mais prudente abrir a informação aos investidores.

O comunicado arquivado na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) traz ainda que o aumento de capital está sendo discutido com os acionistas controladores e “determinados investidores que se comprometeriam a participar do referido aumento”, mas que até o momento nada foi acordado entre eles. 

Vulcabras 
A Vulcabras (VULC3), dona das marcas de calçados Azaleia e Olympikus, informou ontem à noite que seu conselho de administração aceitou a renúncia apresentada por Leonardo Horta Rodrigues do cargo de diretor administrativo e de finanças da companhia. No lugar, o conselho deliberou a nomeação de Wagner Benedicto de Lima, que tomou posse dos cargos imediatamente. 

(Com Reuters)