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O Bradesco BBI realizou várias reuniões com investidores em quatro cidades nos Estados Unidos na semana passada, com um total de 24 reuniões. Os analistas Vicente Falanga e Gustavo Sadka destacam que fazia algum tempo que não viam fundos dos EUA tão positivos em relação à Petrobras (PETR4;ativo=PETR3]), com 90% do tempo das reuniões sendo dedicado à discussão da estatal (com os 10% restantes divididos entre PRIO [PRIO3, Vibra VBBR3, Orbia e demais).
Normalmente, segundo BBI, as reuniões são um pouco mais equilibradas entre as empresas. Nesse contexto, o banco listou as principais razões pelas quais os investidores dos EUA têm prestado mais atenção e mostrado preferência por Petrobras, que são listadas a seguir, mas também destacando um ponto de preocupação. Confira:
1. Valor escasso
A equipe de research do BBI destaca que os fundos de mercados emergentes têm poucas opções de energia líquida, uma vez que a Lukoil saiu do MSCI e a maioria dos analistas e gestores de portfólio está bastante negativa em relação à China, evitando assumir posições nas principais empresas do país.
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Sendo assim, segundo BBI, restam as ações da Petrobras e Aramco, sendo que a Aramco parece ter uma tese de investimento bastante fraca, com um rendimento de dividendos em dígitos baixos. Enquanto isso, há pouco interesse atualmente na Colômbia e na Argentina.
2. Posições subalocadas em Vale
Com um receio de uma possível desaceleração na China, quase todos os fundos com os quais o banco conversou estavam com uma posição underweight (exposição abaixo da média do mercado, equivalente à venda) em Vale, apesar de um rendimento de dividendos muito atrativo de 13% (com recompras de ações), o que levou os fluxos a se concentrarem na Petrobras.
3. Pouco interesse em cases de crescimento por enquanto
O BBI pontua que os investidores americanos não estão prontos para apostar em histórias de crescimento (como PRIO) devido à baixa previsibilidade sobre o que deverá acontecer com as taxas do tesouro dos EUA. “O interesse em PRIO, na verdade, diminuiu desde a nossa última visita aos EUA, em outubro de 2022 e fevereiro de 2023”, diz relatório.
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“Logicamente, isso também se deve à incerteza sobre o cenário do petróleo em uma possível desaceleração na China”, complementam. Como resultado, segundo BBI, os investidores ainda preferem alocar sua exposição à energia em apostas mais seguras dentro de empresas de valor e com dividendos sólidos e previsíveis.
4. Desempenho da gestão da Petrobras melhor do que o esperado
“No geral, os investidores consideram que a Petrobras tem uma política de preços “ok” (cuja eficácia ainda precisa ser testada em um cenário de estresse), com probabilidade de um fluxo sólido de dividendos”, comenta BBI. “Alguns investidores entendem que a alocação de capital deve deteriorar marginalmente ao longo do tempo, mas isso não é uma preocupação principal para os próximos 12 meses.”
Mas há um fator de preocupação: o novo plano de despesas de capital (capex)
O BBI comentou que a pergunta mais frequente durante as reuniões foram relativas ao quanto o capex de cinco anos deve aumentar e quais novos projetos devem ser adicionados.
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Segundo estimativas iniciais do banco, o plano deve subir de US$ 78 bilhões para quase US$ 100 bilhões para se adequar à narrativa de transição, mas provavelmente com aumentos anuais mais concentrados no final do período.
Por fim, comentou que o papel da Petrobras tem sido o destaque dos mercados de valor, com a geração excepcional de fluxo de caixa da empresa tornando praticamente impossível o desaparecimento dos dividendos a curto prazo.
“A política de dividendos da empresa (que deve ser apresentada ao conselho até o final de julho) deve permanecer sólida no curto prazo e deve continuar a impulsionar as ações no curto prazo. Uma vez que as ações da Petrobras se acomodem aos níveis de dividend yield que o mercado julga justos (12-15%, em nossa opinião), acreditamos que as notícias incrementais para a tese de investimento (referente à alocação de capital) começarão a se deteriorar”, avaliam Falanga e Sadka.
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Dessa forma, o BBI mantém recomendação neutra para ações da Petrobras, com preço-alvo de 26, o que representa um potencial de 14,5% desvalorização frente a cotação de fechamento da última segunda-feira (19) de R$ 30,42.