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A Petrobras (PETR4) apresentou nesta quinta (1), durante o Petrobras Day, seu plano estratégico 2023-27, revelado ao mercado na noite da véspera. O plano estratégico segue com o aprofundamento dos projetos que a empresa já vem implementando nos últimos tempos.
Entre os focos estão projetos em águas profundas, preservação da solidez financeira, modernização de ativos existentes em refino e diversificação para áreas como energia eólica offshore, hidrogênio, captura de carbono e continuidade no desenvolvimento do biorefino.
No entanto, não foi tratado neste plano para o próximo quinquênio o tema de desinvestimentos. No plano anterior, desinvestimentos foram discutidos nas ações da empresa relacionadas a gás natural e de refino.
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O fato é que desinvestimentos é um dos itens que o novo governo já disse que pretende rever. Outros dois pontos que também encabeçam a pauta do Executivo recém-eleito e que passará a administrar a Petrobras, estão relacionadas à expansão do refino e o desenvolvimento local das unidades flutuantes de produção, armazenamento e transferência – as chamadas FPSOs – utilizadas no pré-sal.
Pelo plano estratégico 2023-2027, a Petrobras destinará 83% dos investimentos à exploração e produção e apenas 10% do investimento total de US$ 78 bilhões ao refino, uma das áreas que o novo governo já anunciou que pretende aplicar mais recursos quando assumir a direção da estatal.
Rodrigo Costa, diretor executivo de refino e gás natural da Petrobras, explicou que a construção de novas plantas de refino não tem sido uma prática devido ao seu baixo retorno. E acrescentou que metade do capex de US$ 9,2 bilhões das suas áreas de atuação no plano estratégico se refere a projetos de expansão, qualidade e eficiência no parque existente de refino.
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João Henrique Rittershaussen, diretor executivo de Desenvolvimento da Produção, disse que todos os investimentos da empresa estão aderentes ao negócio. Ele explicou sobre as FPSOs, hoje construídas no exterior, quando a proposta do novo governo é que essas unidades flutuantes passem a ser produzidas no Brasil, como no passado.
“Não adiante resolver colocar projeto demais se a gente não tiver o mercado preparado para atender esses projetos. A gente tem o mercado internacional para pode suprir as grandes FPSOs”, disse ele, ressaltando que os mercados nacional e internacional são considerados no desenvolvimento dos projetos da empresa.
O executivo destaca que quando a empresa avalia um projeto, vê-se a capacidade do mercado implantá-lo. “O que está no plano é o que é possível fazer de forma sustentável e responsável”, acrescentou. No plano da Petrobras, há 18 FPSOs a serem implantadas no pré-sal até 2027.
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Mudanças no plano estratégico
A estatal comentou também no Petrobras Day sobre possíveis mudanças que possam ocorrer pela nova administração da empresa no plano estratégico recém-apresentado. Salvador Dahan, diretor de Governança e Conformidade da Petrobras, afirmou ser obrigatório à companhia apresentar no final do ano seu plano quinquenal, mas disse que ele pode ser alterado posteriormente.
“Logicamente, o controlador tem autoridade pra imprimir as estratégias razoáveis e necessárias à companhia. Lembrando que tem os marcos que regem a companhia e deve-se respeitar as leis e estruturas regulatórias inseridas no Brasil e exterior”, esclareceu.
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Ele disse ainda que o fluxo do plano segue primeiro para deliberação dos comitês técnicos, depois para diretoria-executiva e, por fim, para o conselho de administração. Etapas de aprovação fazem parte da estrutura da empresa, disse ele, mas ressaltou que cabe ao Conselho de Administração da Petrobras aprovar alterações de investimentos e desinvestimentos.