Petrobras (PETR4) deve decidir nova política de dividendos e recompra de ações nesta sexta: confira o que esperar

Analistas estimam que a estatal pagará 40% do fluxo de caixa de operações menos capex (frente a 60% da política vigente)

Equipe InfoMoney

Photo by Wagner Meier/Getty Images
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O conselho de administração da Petrobras (PETR4) deve se reunir nesta sexta-feira (28) para discutir sua nova política de dividendos e um potencial programa de recompra de ações, de acordo com informações da Reuters e Valor.

Executivos da empresa disseram na semana passada que uma proposta de nova política de dividendos estava sendo discutida por um grupo de trabalho e que deveria ser apresentada para avaliação do colegiado até o fim deste mês.

A expectativa, segundo disse anteriormente o diretor executivo Financeiro e de Relacionamento com Investidores da Petrobras, Sergio Caetano Leite, era que a distribuição no segundo trimestre já fosse deliberada com base em nova regra.

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Os mercados estão monitorando como será a nova política depois que petroleira pagou dividendos abundantes no ano passado, superando até os maiores produtores internacionais de petróleo.

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou em meados deste mês que a companhia teria dividendos mais ajustados para uma realidade onde ela projeta e investe para o futuro, pontuando que a empresa quer atrair investidores que entendem o olhar de longo prazo para a petroleira.

Atualmente, a política em vigor prevê pagamentos trimestrais, com fórmula mínima conforme 60% do fluxo de caixa das operações (“FCO”) menos os investimentos (“capex”) em caso de endividamento bruto inferior a US$ 65 bilhões.

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Após a fala do CFO da Petrobras sobre dividendos, a XP destacou que os proventos podem ser menores.

“Em nosso modelo, estamos assumindo uma distribuição de 40% do FCO menos capex (frente a 60% da política vigente), com base em práticas de pares internacionais e no fato de que, se a Petrobras desembolsar valores inferiores a isso, a empresa simplesmente acumulará muito caixa (já estamos assumindo níveis baixos de dívida bruta, cerca de US$ 50 bilhões)”, avaliou a XP.

Contudo, aponta, resta saber como será a nova política de fato. Por exemplo, vê boas chances de que a nova política acabe sendo mais flexível e discricionária do que a atual.

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Com base na política atual (60% do FCO menos capex), os analistas Andre Vidal e Helena Kelm, da XP, veriam dividendos em torno de US$ 3,7 bilhões para este segundo trimestre. Tendo como base a projeção da nova política, os dividendos iriam para US$ 2,5 bilhões (cerca de R$ 0,90/ação ou de 3% de yield sobre PETR4).

“Vemos, no entanto, uma assimetria positiva de risco para essa estimativa, pois acreditamos que a Petrobras encerrou o trimestre com níveis de caixa de cerca de US$ 15 bilhões e níveis baixos de dívida bruta (cerca de US$ 56 bilhões), com dívida líquida/Ebitda dos últimos doze meses em cerca de 0,7 vez”, apontam, vendo espaço para a empresa otimizar seu nível de alavancagem, aumentando o retorno de caixa aos acionistas.

Para o Itaú BBA, a nova política de dividendos segue como o principal tema de incerteza em relação ao resultado.

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“A atual política de dividendos da companhia tem sido alvo de críticas e esperamos que esta possa ser revisada ao final da semana. Até o momento, as pistas que temos é que ela deverá ter um pagamento de dividendos em linha com as grandes empresas de petróleo no mundo, incluir a possibilidade de recompra de ações e permitir que a empresa tenha flexibilidade no pagamento de dividendos para permitir novos projetos e investimentos”, avalia o banco.

A proposta que será elaborada pode incluir eventual recompra de ações, operação que tira papéis da Petrobras de circulação de forma a aumentar a cotação e a liquidez dos ativos.

Em sua análise de cenários de possíveis políticas alinhadas com as grandes empresas de petróleo no mundo, o BBA estima que os dividendos se situem num intervalo de US$ 2,7-3,5 bilhões, o que implica em um dividend yield (dividendo em relação ao preço da ação) entre 3,3% e 4,3% ou dividendos por ação de R$ 1 a R$ 1,30 por ação PETR4 para o segundo trimestre.

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O Goldman Sachs vê que a nova política pode ser anunciada entre esta sessão e segunda-feira. “Observamos que a estatal apontou que a nova política será baseada, entre outros fatores, no que outras grandes empresas de petróleo estão fazendo. Como tal, nossas estimativas assumem que a Petrobras distribuirá 40% do fluxo de caixa de operações como dividendos, semelhante ao que seus pares da União Europeia e dos EUA executam atualmente”, aponta o banco.

O BTG Pactual aponta que este talvez seja o principal catalisador para uma mudança no sentimento em relação às ações (potencialmente superando os riscos relacionados ao preço do combustível).

Se um novo payout de 40% dos lucros ou 40% do FCF (fluxo de caixa operacional menos capex) for anunciado, a ação seria negociada atualmente com um dividend yield de 11% em 2024 (Brent a US$ 80/bbl).

“Vemos esse nível como razoável com base nos múltiplos de seus pares (cerca de 10%). Portanto, a menos que a nova política de dividendos estipule um payout superior a 50%, não prevemos uma reação positiva do mercado. O anúncio de um novo programa de recompra de ações também parece provável, mas acreditamos que só será bem recebido se for (i) substancial, (ii) não estiver incluso no cálculo do payout acima mencionado e (iii) tiver regras definidas para recorrência”, aponta o banco.

Os resultados do segundo trimestre da Petrobras serão analisados em outra reunião do conselho, que está prevista para acontecer no dia 3 de agosto, dia em que serão divulgados, após o fechamento do mercado.

(com Reuters)