Petrobras salta 5%, Oi dispara 12% e Renner sobe 7% após balanço

Confira os principais destaques da Bovespa nesta sexta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O dia é morno no mercado brasileiro diante da proximidade do feriado de Carnaval, que deixará a Bovespa dois dias fechadas e um pregão reduzido na quarta-feira. Nos destaques, a Petrobras seguia movimento de alta com os preços do petróleo em disparada lá fora, Lojas Renner que avançava forte após resultado e Kroton que caía depois de subir 14,5% ontem. Confira os principais destaques desta sessão, segundo cotação das 16h25 (horário de Brasília):

Petrobras (PETR3, R$ 9,90, +5,66%; PETR4, R$ 10,03, +5,58%)
As ações da Petrobras seguem em forte alta hoje depois de ter subido 5% na véspera e caminham para a melhor semana desde agosto do ano passado. A empresa confirmou ontem, por meio de comunicado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) ontem, que está revisando seu planejamento financeiro e que será necessário reduzir investimentos diante do cenário de queda dos preços do petróleo e seu atual nível de endividamento. Aliado a isso, os preços do petróleo disparavam lá fora, com o Brent, negociado em Londres, cotado acima de US$ 60 pela primeira vez no ano.

Bancos
As ações do setor financeiro sobem forte hoje em dia de euforia no mercado pré-feriado de Carnaval. As ações do Banco do Brasil (BBAS3, R$ 24,39, +5,54%) eram as que mai subiam no setor, seguidas por Santander (SANB11, R$ 14,20, +4,80%), Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 35,39, +3,00%) e Bradesco (BBDC3, R$ 36,07, +1,43%; BBDC4, R$ 36,49, +2,36%).  

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Lojas Renner (LREN3, R$ 77,22, +7,25%)
As ações da Lojas Renner disparavam após balanço do quarto trimestre. Ela informou que fechou 2014 com ganho de 19,4% na receita líquida, para R$ 5,2 bilhões. Com resultados fortes, a companhia planeja reforçar aportes em lojas e na gestão. Em 2015, a empresa prevê investir R$ 550 milhões, 10% mais do que em 2014. Após o balanço, o UBS elevou a recomendação da varejista de underperfom (desempenho abaixo da média) para neutra. Já o Bradesco BBI comentou que a companhia está ganhando mercado por meio de forte expansão enquanto outros players (especialmente os pequenos) estão céticos sobre o ambiente macro e pouco dispostos a investir confiantes em novas coleções.

Oi (OIBR4, R$ 6,78, +12,98%)
A Oi ganhou força nesta tarde e liderava os ganhos do Ibovespa neste momento. Os debenturistas da companhia aprovaram a realização da reorganização societária da companhia e a venda da Portugal Telecom para Altice, no valor de R$ 23,9 bilhões.   

Siderúrgicas e Vale
Os papéis do setor siderúrgico ganhavam força hoje em meio à alta do dólar, que beneficia essas companhias por terem boa parte da receita atrelada à moeda americana. Nos destaques, CSN (CSNA3, R$ 4,95, +3,54%), Gerdau (GGBR4, R$ 10,05, +2,97%) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 10,85, +3,24%). No caso da mineradora Vale (VALE3, R$ 22,62, +4,82%; VALE5, R$ 19,40, +4,41%), os papéis registravam alta pela terceira sessão consecutiva, acumulando no mês valorização de 14,5%. Acompanham o movimento as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 13,55, +1,96%), holding que detém participação na mineradora.   

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A exceção era a Usiminas (USIM3, R$ 21,23, -1,67%; USIM5, R$ 3,67, +0,27%), que anunciou nesta manhã o cancelamento da divulgação do resultado do 4º trimestre, que era previsto para sair nesta manhã antes da abertura do pregão. O conselho de administração não aprovou o relatório de resultados e também a proposta de distribuição de dividendos, informa a companhia em comunicado enviado ao mercado. A notícia tem um impacto negativo sobre tudo nas ações preferenciais da Usiminas (USIM5), que possuem prioridade no recebimento de dividendos. Vale lembrar que na sessão anterior as ações PNA da empresa já haviam caído 7,5%, enquanto os papéis ordinários (USIM3) subiram 13,63%.

Educacionais
O Ministério da Educação informou ontem que vai reabrir o cadastramento do Fies (programa de financiamento estudantil) para novos alunos. O sistema estava fechado para contratos novos desde 1° janeiro. Os estudantes terão de 23 de fevereiro a 30 de abril para se inscrever. Estima-se que aproximadamente 250 mil calouros solicitem o financiamento. O ministro da Educação, Cid Gomes, também comunicou um reajuste de até 6,4% nas matriculas do Fies, a ser aplicado no aditamento do primeiro semestre. Na quarta-feira, o ministro havia dito que os cursos com reajuste acima de 4,5% estavam sendo colocados à parte antes de terem os contratos renovados. Ontem, as ações de empresas do setor dispararam na Bolsa. Hoje, no entanto, depois de um início positivo essas ações perderam força, com algumas virando para o negativo: Kroton (KROT3, R$ 10,90, -0,82%), Estácio (ESTC3, R$ 17,94, +1,36%), Ser Educacional (SEER3, R$ 13,78, +4,79%) e Anima (ANIM3, R$ 19,26, +2,18%). 

Tractebel (TBLE3, R$ 31,35, +0,97%)
As ações da Tractebel subiam mesmo após a companhia adiar a divulgação do resultado de 2014 para 30 de março, em função da necessidade de fazer uma melhor avaliação dos efeitos da falta de água no setor elétrico durante este período de falta de chuva, o que pode obrigar a empresa a diminuir preventivamente os dividendos a serem distribuídos. As ações avançam depois de abrirem em leve queda.

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Sabesp (SBSP3, R$ 15,16, +1,68%)
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, estipulou até o final de março como o prazo para a decisão se será ou não adotado um rodízio de água na região metropolitana de SP, informou hoje a Folha de S. Paulo. Para balizar a decisão, ele utilizará um “gatilho” do rodízio, ainda não definido, mas que será anunciado nos próximos dias. Se até o final de março o sistema Cantareira, da Sabesp, não atingir a meta, será decretado o rodízio imediatamente. 

ALL (ALLL3, R$ 5,43, -2,34%) e Cosan Logística (RLOG3, R$ 3,09, -6,93%)
Depois de dispararem mais de 50% em seis pregões, os papéis da ALL e Cosan Logística dão uma trégua ao movimento altista nesta sessão. Na quarta-feira, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou a fusão entre a ALL e Rumo Logística, controlada pela Cosan (CSAN3). Ontem, quatro grandes bancos – Brasil Plural, Bradesco BBI, Itaú BBA e BTG Pactual – deram recomendação de compra para os papéis da ALL nesta quinta-feira, indo em linha com o sentimento gerado no mercado com o anúncio. As ações da companhia dispararam 13,8% na véspera, mas acumulam ganhos 40% desde o dia 4 de fevereiro com a expectativa da decisão, que põe fim a uma série de incertezas regulatórias que o processo de fusão causava entre investidores.  

Aprovada fusão com Rumo, 4 grandes bancos dão “compra” para ALL

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Pão de Açúcar (PCAR4, R$ 90,60, -0,60%)
O Pão de Açúcar reportou um lucro líquido de R$ 919 milhões no quarto trimestre do ano passado, valor 21,3% maior que um ano antes, quando ficou em R$ 758 milhões. Já no acumulado do ano, a companhia teve lucro de R$ 2,08 bilhões, contra R$ 1,74 bilhão de 2013, ou seja, uma alta de 20,1%. Para a Votorantim Corretora, a principal preocupação sobre a companhia é sua recuperação na receita líquida e se poderá manter um balanço saudável entre desconto e qualidade. 

Quem é melhor: Carrefour ou Pão de Açúcar? Analistas vão às compras para descobrir

TIM (TIMP3, R$ 12,70, +3,25%)
A companhia encerrou 2014 com lucro líquido de R$ 1,5 bilhão, crescimento de 2,7% na comparação com o ano anterior, enquanto o Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 5,5 bilhões, alta de 6,4% na mesma base de comparação. Em teleconferência, o presidente da companhia, Rodrigo Abreu, disse que a TIM está estrategicamente bem posicionada para crescer. Após o balanço, o Banco Espírito Santo reiterou recomendação de compra para o papel, convencido de que o racional e as motivações para alguma forma de consolidação estão bem fortes.

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Porto Seguro (PSSA3, R$ 28,65, +0,67%)
A Porto Seguro encerrou o quarto trimestre com lucro operacional (antes do resultado financeiro) de R$ 100 milhões, diante de um resultado financeiro positivo de R$ 258 milhões no período (crescimento de 105% frente o quarto trimestre de 2013) e de R$ 906 milhões no ano (alta de 84% frente a 2013). Isso significa que a operação da empresa foi boa, mas o que impressionou mesmo foi o resultado financeiro. “Como as seguradoras deixam, grosso modo, suas aplicações em DI. Esse resultado financeiro é, portanto, muito sensível às variações da Selic”, comentou a casa de research Empiricus. 

Natura (NATU3, R$ 27,53, +1,96%)
As ações da Natura têm alta hoje após caírem 6,9% (atingindo o menor patamar desde outubro de 2011) na véspera com o balanço do quarto trimestre. A companhia mostrou queda de 23% no lucro líquido no quarto trimestre devido às vendas no Brasil que continuam fracas com a concorrência mais forte e renda disponível menor com inflação em alta. Outro ponto preocupante foi a produtividade das consultoras da empresa, que apresentou queda de 6,2% na comparação anual.  

Souza Cruz (CRUZ3, R$ 22,79, +0,53%)
A Souza Cruz teve sua recomendação rebaixada para market perform (desempenho abaixo da média) pelo Bradesco BBI. 

HRT (HRTP3, R$ 5,37, +9,59%)
As ações da PetroRio – antiga HRT – sobem forte após a companhia anunciar via fato relevante que o preço pago pela compra dos campos Bijupirá e Salema – ambos pertencentes à Shell – foi US$ 150 milhões. Desse montante, 20% já foram pagos e os 80% restantes deverão ser pagos no dia do fechamento da transação e devem ser financiados por uma linha de crédito oferecida pela Glencore.

Eneva (ENEV3, R$ 0,29, -30,95%)
A Eneva, antiga MPX Energia, fundada por Eike Batista e controlada atualmente por ele e pela alemã E.ON, apresentou na quinta-feira plano de recuperação judicial na 4ª Vara Empresarial da Comarca do Rio de Janeiro. Segundo o documento, para conseguir se recuperar e se manter sustentável, a empresa projeta uma redução global de 40% a 65% do valor total da dívida, de R$ 2,33 bilhões, por meio de capitalização de créditos ou concessão de perdão da dívida. Hoje, os papéis da companhia chegaram a cair 45,24%.