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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou praticamente estável nesta quinta-feira (23), em dia de queda as ações de commodities. Petrobras, Vale e as siderúrgicas caíram até 3% hoje. Do outro lado, o destaque ficou com os papéis da Marfrig, que subiram até 6% nesta sessão, enquanto as ações da sua concorrente JBS eram penalizadas na Bolsa, após a empresa confirmar que vai suspender, por três dias, a produção de carne bovina em 33 das 36 unidades do País.
Fora do índice, o destaque ficou com a small cap JB Duarte, que disparou até 200% nesta sessão, com a notícia de ressarcimento de R$ 110 milhões. Também apareceram entre os destaques do dia os papéis da Oi, que registravam ganhos de 22%, em meio ao balanço do 4° trimestre e novo plano de recuperação judicial (veja mais aqui).
Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão:
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Petrobras (PETR3, R$ 29,24, -0,54%;PETR4, R$ 27,70, -1,00%)
As ações da Petrobras viraram para queda nesta tarde, dando fim à euforia vista ontem, quando os papéis subiram 5%, na esteira do balanço do 4° trimestre, que foi bem recebido pelo mercado. Embora o lucro líquido do período tenha ficado um pouco abaixo das estimativas (R$ 2,5 bilhões x R$ 2,8 bilhões), os analistas destacaram como positivo a geração de caixa e redução da alavancagem da estatal (veja mais aqui).
As ações da Petrobras seguiram hoje os preços do petróleo, que registravam queda lá fora. O contrato do petróleo Brent caía 0,24%, a US$ 50,52 o barril, enquanto o WTI recuava 0,75%, a US$ 47,68 o barril.
No radar, Petrobras comentou hoje sobre uma reportagem da Folha de S.Paulo informando que empresa venderá por US$ 40 milhões as sondas compradas por US$ 720 milhões. A estatal disse que preços baixos do petróleo levaram a uma queda na demanda por plataformas em todo o mundo e que estaria acompanhando movimento das demais empresas. A Petrobras informou, em comunicado por e-mail em 17 de março, que o preço de US$ 40 milhões é apenas uma referência.
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Gerdau (GGBR4, R$ 11,45, -2,47%) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 5,24, -3,14%)
A holding controladora do grupo siderúrgico Gerdau, Metalúrgica Gerdau confirmou nesta quarta-feira a relação de 1 para 1 na troca de ações proposta em oferta pública (OPA), como parte de acordo da companhia com o BTG Pactual.
A Metalúrgica informou que contratou o Bradesco BBI para ser intermediário da OPA e que por meio dele poderá adquirir até a totalidade das ações ordinárias da Gerdau remanescentes na oferta, num total de 88.007.769 de ações.
No começo deste mês, a Metalúrgica anunciou acordo com o BTG Pactual por meio do qual o banco trocará 34.209.522 ações ordinárias da Gerdau por 33.358.668 papéis preferenciais da companhia. A OPA é consequência do aumento de participação da holding na siderúrgica.
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JBS (JBSS3, R$ 10,83, -1,10%)
As ações da JBS aceleraram a queda nesta tarde, caindo 3% das 16h20 às 16h31, após a companhia confirmar ao G1 que suspendeu, por três dias, a produção de carne bovina em 33 das 36 unidades do País por três dias. Para a próxima semana, a JBS disse que vai operar em todas suas unidades com uma redução de 35% da sua capacidade produtiva.
Na contramão, as ações de suas concorrentes na Bovespa Marfrig (MRFG3, R$ 5,84, +5,23%) e Minerva (BEEF3, R$ 9,70, +3,74%) subiram forte nesta sessão, enquanto BRF (BRFS3, R$ 35,88, +0,84%) registrou ganhos mais amenos.
Vale (VALE3, R$ 29,24, -0,54%; VALE5, R$ 27,70, -1,00%)
As ações da Vale caíram nesta sessão, em dia misto para os preços do minério de ferro. Enquanto a commodity negociada com 62% de pureza no porto chinês de Qingdao subiu 1,61%, a US$ 86,36 a tonelada, os contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dailian caíram 1,86%, a 581 iuanes.
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O pregão foi negativo também para as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 21,10, -1,40%) – holding que detém participação na Vale – e para as siderúrgicas, com Gerdau, Metalúrgica Gerdau, Usiminas (USIM5, R$ 4,17, -0,71%) e CSN (CSNA3, R$ 9,88, -1,20%).
Cemig (CMIG4, R$ 9,83, 0,0%)
As ações da Cemig fecharam no zero a zero, após valorização de 4,27%, a R$ 10,25, na máxima do dia, após uma notícia da Reuters apontar que a estatal mineira deve vender uma fatia maior da Light (LIGT3, R$ 20,35, -1,36%) e renegociar concessões com a União
Segundo a Reuters, a Cemig planeja elevar de 27% para 36% a fatia que irá vender da Light, concessionária que detém ativos de geração e a distribuição de energia elétrica do Rio de Janeiro, disse a Reuters. A companhia detém 26% de participação direta e 26% indireta na distribuidora.
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Ontem, os papéis da elétrica mineira chegaram a cair 10,26% no pior momento do dia, após o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), revogar liminar que ele mesmo havia concedido no final de 2015, permitindo na época que a elétrica mineira continuasse como operadora da hidrelétrica de Jaguara nas condições oficiais do contrato de concessão da usina, encerrado em 2013.
A mesma situação da hidrelétrica de Jaguara acontece em outras usinas da Cemig, como Miranda e Volta Grande, nas quais a empresa também tem travado disputas judiciais com a União para tentar manter as concessões.
Na segunda-feira, uma matéria do Valor Econômico apontava que a União não queria negociar com a estatal uma nova proposta da empresa para tentar resolver a disputa em torno do controle das três hidrelétricas no Estado.
Oi (OIBR3, R$ 4,81, +15,90%; OIBR4, R$ 4,38, +22,01%)
As ações PNs da Oi – que possuem mais liquidez na Bovespa – fecharam na máxima do dia, após balanço do 4° trimestre e aprovação do novo plano de recuperação judicial da empresa. Pelo novo acordo, os acionistas aceitaram dar imediatamente 25% das ações aos credores como forma de abater a dívida.
VEJA MAIS: Ação da Oi tem potencial para disparar 150% com novo plano; mas quem tem coragem para arriscar?
Diante dos recentes comunicados dos bondholders, o Bradesco BBI comentou que “acredita que a nova proposta da empresa ainda enfrente grande resistência”, citando que uma intervenção da Anatel parece estar ganhando terreno, assumindo que os detentores de dívida não aceitem o plano, já que os acionistas querem evitar uma diluição maior.
Olhando para os novos termos, o Credit Suisse comentou que chegou ao preço justo de OIBR3 variando entre R$ 8,49 e R$ 10,56, o que daria um potencial de valorização de 131%, tendo em vista o patamar máximo. Os analistas do banco, contudo, preferiram manter o preço-alvo do papel inalterado (em R$ 2,20), em função do risco de os credores não aceitarem a proposta e eventuais multas da Anatel.
Em relação ao balanço, a companhia telefônica informou prejuízo líquido de R$ 7,1 bilhões em 2016, ante R$ 6,6 bilhões em 2015. Considerando apenas o resultado do quarto trimestre, a empresa teve prejuízo líquido de operações continuadas de R$ 3,3 bilhões, uma queda de 29,8% sobre um ano antes.
O Itaú BBA ressaltou que o resultado foi bom nas operações no Brasil, mas que os investidores estariam mais focados no plano de recuperação da Oi. “Nossa
opinião é de que o plano de recuperação da Oi também deve incluir uma injeção de capital para garantir que a NewCo comece com capacidade de investimento”, comentaram.
Cetip (CTIP3, R$ 49,10, +1,66%) e BM&FBovespa (BVMF3, R$ 18,70, -1,27%)
Depois de subirem 3% ontem, as ações da BM&FBovespa corrigiram parte da euforia hoje com a decisão do Cade em aprovar a fusão com a Cetip com restrição. As ações da Cetip, por sua vez, deram continuidade aos ganhos. Ontem, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a fusão entre BM&FBovespa e Cetip, aceitando as propostas das próprias companhias para conduta com eventuais concorrentes e política de preços. O aval antitruste abre caminho para unificação das chamadas infraestruturas do mercado de capitais numa única empresa, negócio acertado em abril passado, quando a BM&FBovespa comprou a Cetip numa operação de cerca de 12 bilhões de reais. Analistas do Credit Suisse escreveram, em relatório desta quinta, que viram o anúncio como “bastante positivo” e que o acordo aumenta a resiliência de ganhos da empresa e traz uma oportunidade relevante de sinergias (opex e impostos). Eles lembram que as ações da Cetip deixam de negociar na Bolsa a partir do dia 29, depois do fechamento do mercado. “Olhando para frente, acreditamos que existe um potencial ‘re-rating’ na empresa. A ação negocia a um P/L (Preço sobre Lucro) de 17,7 vezes estimado para 2017 e de 15,3 vezes para 2018. Esses números indicam cerca de 19,4% de desconto para as bolsas globais e nos parece bastante exagerado, principalmente quando colocamos na conta o potencial de crescimento da companhia”, comentaram. Movida (MOVI3, R$ 8,70, -0,23%) Vale menção que nos últimos 8 pregões as ações da empresa subiram 15% em meio à uma avalanche de relatórios – BTG Pactual, Morgan Stanley, Santander e Bradesco BBI – iniciando a cobertura da ação com recomendação de compra. Vale lembrar que o papel estreou na BM&FBovespa no dia 9 de fevereiro. JB Duarte (JBDU3, R$ 5,04, +172,43%;JBDU4, R$ 5,50, +195,70%)
As ações ONs e PNs da JB Duarte fecharam próximas das máximas do dia, quando subiram 175,68% e 200%, com a notícia de que o Supremo Tribunal Federal deu despacho favorável à JB Duarte em recurso extraordinário impetrado pela Receita Federal em questionamento sobre ressarcimento de imposto de importação de trigo, diz o comunicado da empresa enviado à CVM. O volume financeiro movimentado com os papéis PNs foi de R$ 3,5 milhões, contra média diária de R$ 174,6 mil dos últimos 21 pregões. Já dos papéis ONs ficou em R$ 607,5 mil, contra média de R$ 33,7 mil. A companhia calculou que ressarcimento será de R$ 110 milhões, ainda a depender de determinação de valor pela Justiça. O valor ainda não se encontra contabilizado pela JB Duarte.
As ações da Movida fecharam em leve queda, mas afundaram até 8% nesta sessão, um dia após a divulgação do balanço. Apesar da reação negativa, analistas da XP Investimentos comentaram que o resultado mostrou uma forte evolução da receita, que subiu 30,5% no 4° trimestre, atingindo R$ 493 milhões. Por sua vez, a empresa viu seu lucro cair 92,6% no quarto trimestre na comparação anual, de R$ 15,28 milhões para R$ 1,129 milhão.