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SÃO PAULO – A temporada de resultados é movimentada nesta terça-feira (4), com destaque para a repercussão dos resultados do Itaú, PetroRio, Localiza, Pague Menos, Marcopolo, entre outras companhias. Depois do fechamento da Bolsa, Bradesco divulgará seu resultado. Copasa, Assaí, Minerva e Iguatemi também revelarão seus números.
As ações da Infracommerce têm sua estreia nesta terça-feira na B3. A empresa precificou o papel em R$ 16, movimentando R$ 870 milhões.
Atenção ainda para a Vale: o novo Conselho de Administração da mineradora terá oito integrantes considerados independentes, versus três anteriormente, incluindo o ex-presidente da Petrobras Roberto Castello Branco. Confira mais destaques:
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Itaú Unibanco (ITUB4)
O Itaú Unibanco registrou um lucro líquido recorrente de R$ 6,398 bilhões no primeiro trimestre deste ano, uma alta de 18,7% ante os R$ 5,388 bilhões apresentados no quarto trimestre de 2020 e de 63,5% sobre os R$ 3,912 bilhões de um ano antes.
Já o lucro líquido contábil do maior banco privado do país ficou em R$ 5,414 bilhões, uma alta de 59% sobre os R$ 3,401 bilhões registrados no mesmo período do ano passado.
O retorno recorrente sobre o patrimônio líquido (indicador que mede como os bancos investem os recursos de seus acionistas, chamado de ROE) foi de 18,5%, alta de 2,4 pontos percentuais ante o fim do ano passado e avanço de 5,7 pontos sobre o período entre janeiro e março de 2020.
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“Embora os resultados tenham sido bastante fortes, acreditamos que os investidores devem manter uma atenção especial à sua qualidade menos inspiradora destes resultados. O Itaú divulgou diversos itens não sustentáveis, que ajudaram no resultado, enquanto áreas relevantes como rendas de tarifas, margem financeira com clientes e custos apresentaram desempenho abaixo do esperado. À medida que a concorrência aumenta e os reguladores se tornam mais agressivos, acreditamos que o consumo de cobertura e os resultados de tesouraria sejam menos relevantes para as perspectivas do setor. Dito isso, reiteramos nossa classificação neutra e preço alvo de R$ 29 para o incumbente”, destacam Marcel Campos e Matheus Odaguil, analistas da XP.
Localiza (RENT3)
Maior companhia de aluguel de veículos e gestão de frotas do país, a Localiza teve lucro líquido de R$ 482,3 milhões no primeiro trimestre, mais que o dobro do desempenho do mesmo período do ano passado.
A empresa, que apresentou no fim do ano passado uma oferta de compra da rival Unidas, apurou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 805,8 milhões, crescimento de 27,4% na comparação anual.
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A Localiza apurou um lucro operacional de R$ 708,4 milhões, avanço de cerca de 63% sobre um ano antes, apesar da receita ter ficado praticamente estável, em R$ 2,78 bilhões no trimestre.
A Localiza cita no balanço dificuldades na oferta de carros novos por parte das montadoras o que contribuiu para uma elevação de mais de 23% nos preços dos carros usados. Esse movimento elevou a margem de lucro da divisão de venda de seminovos em 12 pontos percentuais ao mesmo tempo que contribuiu para reduzir em R$ 100,9 milhões a depreciação da frota da companhia.
Segundo a Localiza, a margem Ebitda da divisão de seminovos, de 13,5% no primeiro trimestre, “tende a sustentar um patamar mais elevado ao longo desse ano”.
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Porém, a empresa alertou que “a depreciação média por carro, tenderá a subir à medida que os volumes de compras retomem patamares mais altos e os carros 100% depreciados sejam vendidos”.
Para Pedro Bruno e Lucas Laghi, analistas da XP, a Localiza reportou bons resultados, com lucro de R$ 482 milhões (alta de 109% na base anual, superando as estimativas da XP e as de consenso em cerca de 17% e cerca de 6%, respectivamente).
Os analistas apontam que os principais pontos positivos foram: (i) resiliência da receita de aluguel apesar do desafio de suprimento de carros novos, mostrando (a) a capacidade de precificação da Localiza em aluguel de carros e (b) a consistente dinâmica de aluguel de frotas e (ii) sólidos resultados do Seminovos, com menor depreciação em relação ao ano anterior e fortes margens refletindo aumentos nos preços dos carros usados . Do lado negativo, as margens Ebitda de aluguel mais fracas. A XP reitera recomendação de compra e preço alvo de R$ 76,00 por ação.
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PetroRio (PRIO3)
A PetroRio teve prejuízo de R$ 39,76 milhões nos primeiros três meses, revertendo lucro de R$ 46,2 milhões frente mesmo período em 2020. A companhia destacou que o prejuízo se deve aos impactos negativos de efeitos contábeis da variação cambial e da depreciação e amortização de seus novos ativos.
As receitas no trimestre subiram 194% na comparação anual, a R$ 655 milhões, reflexo do crescimento de 33% no volume de óleo vendido em comparação ao primeiro trimestre de 2020. A alta da venda vem pela conclusão da aquisição pela PetroRio de 80% de participação da Dommo no campo de Tubarão Martelo, na Bacia de Campos, em agosto de 2020 e pela alta no preço médio do barril de petróleo tipo Brent no período.
O Ebitda, por sua vez, teve alta de 176% na mesma base de comparação, a R$ 407,7 milhões.
Em termos operacionais, a produção da PetroRio avançou 33,6% no período, para 31.317 barris de óleo equivalente por dia (boed), impulsionada pela aquisição de fatias no campo de Tubarão Martelo, concluída em agosto de 2020, e no campo de Frade, fechada no último mês de fevereiro.
“Acreditamos que os resultados da PetroRio foram positivos para o case de investimento, à medida que a empresa continua a entregar eficiências e geração de fluxo de caixa sólida. Além disso, esperamos que os acordos para a retirada ordenada da produção de petróleo (offtakes) alcancem entre 3-3,5 milhões de barris nos próximos trimestres, o que refletiria melhor a produção atual da empresa. Além disso, a confortável posição de caixa continua, fornecendo o apoio necessário para buscar novos caminhos de crescimento, como a aquisição dos 36% restantes de participação na Wahoo e participações no cluster Albacora”, avaliam os analistas do Bradesco BBI.
Pague Menos (PGMN3)
A Pague Menos registrou um lucro líquido de R$ 44,2 milhões no primeiro trimestre de 2021, um crescimento de 380% na comparação anual.
A receita bruta subiu 8,3%, indo de R$ 1,7 bilhão no primeiro trimestre de 2020 para R$ 1,9 bilhão no primeiro trimestre de 2021.
“A Pague Menos reportou fortes resultados referentes ao primeiro trimestre de 2021, em linha com as nossas expectativas de receita e Ebitda , mas acima da nossa estimativa de lucro por conta de uma menor despesa financeira. Destacamos o sólido desempenho de vendas mesmas lojas (SSS) de alta de 9,6% na base anual (versus alta de 8,9% esperada pela XP) mesmo em um cenário de maior restrições à circulação e base de comparação difícil (ano bissexto e estocagem frente ao início da pandemia em 2020). Além disso, a companhia apresentou expansão de margem bruta (alta de 1 ponto percentual para 29,8%) e margem EBITDA (alta de 1,2 ponto, para 7,1%) decorrente de melhorias operacionais e diluição de despesas”, destaca a XP.
Os analistas da XP apontam que os fortes resultados são reflexo das diversas iniciativas que a companhia está implementando em sua reestruturação e que esperamos que continuem a ser vistas nos próximos resultados. Além disso, a maior estocagem da companhia no trimestre deve beneficiar o resultado do segundo trimestre de 2021, por conta do forte reajuste de preços anunciado no mês passado.
O Credit Suisse classificou os resultados como “bons”. As vendas em mesmas lojas continuam em níveis saudáveis pelo quinto trimestre seguido, diz o banco. O faturamento bruto de R$ 1,9 bilhão ficou 8,3% maior do que um ano antes, em linha com as estimativas do Credit.
O banco mantém uma avaliação positiva outperform (perspectiva de valorização acima da média do mercado) para a Pague Menos, já que opera em um segmento mais resiliente, que tem tido resultados melhores do que outras empresas do setor de varejo em um momento em que a preocupação com a Covid persiste. O banco mantém preço-alvo de R$ 13,5, frente aos R$ 9,74 negociados na segunda.
Alpargatas (ALPA4)
A Alpargatas, dona da marca Havaianas, teve lucro líquido atribuído aos acionistas de R$ 140,2 milhões no trimestre, 73,6% acima do registrado na comparação anual.
A companhia firmou ainda um memorando de entendimentos vinculante para aquisição de 100% do capital social da Ioasys. O valor atribuído ao ativo é de até R$ 200 milhões, com pagamento ao longo de cinco anos, que será pago parte em dinheiro e parte em ações da Alpargatas.
Marcopolo (POMO4)
A Marcopolo reverteu lucro de R$ 10,7 milhões no primeiro trimestre de 2020 e teve prejuízo de R$ 14,7 milhões nos primeiros três meses de 2021. Já a receita líquida somou R$ 834,0 milhões, redução de 9,3% na comparação anual.
A produção total atingiu 3.016 unidades, 12,4% inferior em igual base de comparação. No trimestre, a produção brasileira de ônibus atingiu 3.065 unidades, queda de 32,6%.
De acordo com o Credit Suisse, os resultados foram fracos, com destaque para a queda da produção brasileira de ônibus devido aos efeitos negativos da pandemia no transporte público, que se intensificaram com o fechamento de cidades no final do trimestre. A queda de cerca de 12% da produção da Marcopolo foi menor que o restante do mercado, parcialmente compensada pelos Micros e Volare que foram beneficiados pelo aumento de veículos direcionados ao programa federal Caminho da Escola. Além disso, os resultados urbanos foram compensados pela maior demanda no setor de fretamento e exportação.
Neogrid (NGRD3)
O Credit Suisse classificou os resultados da Neogrid como fortes. A receita líquida cresceu 15% na comparação anual, para R$ 58 milhões, alta de 12% na comparação trimestral, ficando 2% acima da estimativa do Credit. O Ebitda de R$ 14 milhões cresceu 17% na comparação anual, e recuou 3% na trimestral, em linha com suas estimativas. O banco espera que as margens Ebitda continuem crescendo no ano. A alta da receita recorrente foi de 16% na comparação anual, 3% acima da estimativa do Credit.
O Credit Suisse reforça sua recomendação outperform para a ação da Neogrid, com perspectiva de valorização dos papéis. O banco espera que o ritmo forte persista e mantém preço-alvo de R$ 14, frente aos R$ 7,78 negociados na segunda. O banco diz esperar que a Neogrid acelere aquisições nos próximos trimestres.
Infracommerce (IFCM3)
As ações da Infracommerce têm sua estreia nesta terça-feira na B3. A empresa precificou o papel em R$ 16, movimentando R$ 870 milhões.
A oferta consistiu na emissão primária de 54.375.000 ações ordinárias, podendo ser acrescida de lote suplementar de 8.156.250 papéis em até 30 dias.
Energisa (ENGI11)
A holding de energia Energisa informou que a São João Energética foi condenada a pagar à empresa o valor histórico de R$ 110,2 milhões. O montante deve ser corrigido pelo IPCA e acrescido de juros de 1% ao mês, a contar de 22 de outubro de 2016. A São João também terá que ressarcir os custos e despesas incorridas que a holding teve com a arbitragem. Segundo a Energisa, a sentença em arbitragem sigilosa ainda está sujeita a eventual pedido de esclarecimentos a ser apresentado pelas partes.
Petrobras (PETR3;PETR4)
A Petrobras informou na segunda-feira que assinou com a São Francisco Energia, subsidiária da Global Participações em Energia, contrato para a venda das três usinas termelétricas movidas a óleo combustível em Camaçari (BA), por R$ 95 milhões.
O valor não considera os ajustes previstos em contrato até o fechamento da transação, enquanto o acordo está sujeito ao cumprimento de condições precedentes, como aprovações do Conselho Administrativo de Defesa Econômica e da reguladora ANP.
A Petrobras realizará parada programada de manutenção da plataforma de Mexilhão e do gasoduto Rota 1, que escoa o gás natural produzido em Mexilhão e em outras plataformas do pré-sal e pós-sal da Bacia de Santos, a partir de 1º de agosto.
Vale (VALE3)
O novo Conselho de Administração da mineradora Vale terá oito integrantes considerados independentes, versus três anteriormente, incluindo o ex-presidente da Petrobras Roberto Castello Branco, informou a companhia em comunicado ao mercado nesta segunda-feira.
O colegiado, que contará ainda com outros cinco integrantes, foi eleito em assembleia de acionistas nesta segunda-feira, realizada de forma virtual, devido aos protocolos de combate à transmissão do novo coronavírus. O resultado da assembleia permitiu que a companhia tenha um independente a mais do que o mínimo previsto no novo estatuto.
A mineradora ressaltou que o encontro de acionistas foi um marco fundamental no processo de restruturação societária da companhia iniciado em 2017 e que tornou a Vale uma corporação sem controle definido, com base de acionistas diversificada.
Os membros independentes eleitos são: José Luciano Duarte Penido (eleito presidente do Conselho), Ollie Oliveira, Marcelo Gasparino, Mauro Cunha, Murilo Passos, Rachel Maia, Roberto Castello Branco e Roger Downey.
Os membros não-independentes são Fernando Buso (eleito vice-presidente do Conselho), José Maurício Coelho, Eduardo Rodrigues Filho e Ken Yasuhara. O 13º integrante do Conselho é Lúcio Azevedo, eleito pelos empregados.
“Com as escolhas feitas pelos acionistas, o Conselho da Vale se torna mais representativo da nossa diversidade acionária, com quatro membros eleitos indicados diretamente por investidores”, disse em nota o presidente eleito do colegiado, José Luciano Penido.
Em seu comunicado, a Vale afirmou que “o novo Conselho terá a missão de liderar a Vale em um processo de transformação que foi acelerado após o rompimento da barragem de Brumadinho, em 2019”, com diversas mudanças em sua governança e a criação de metas para o chamado ESG, sigla em inglês para medidas ambientais, sociais e de governança.
Méliuz (CASH3)
O conselho de administração do Méliuz aprovou programa de recompra de até 7.442.125 ações ordinárias, representativas de até 10% das ações em circulação da companhia, de acordo com fato relevante na noite de segunda-feira.
O prazo máximo para a aquisição de ações da companhia no âmbito do novo programa será de 18 meses.
(com Reuters e Estadão Conteúdo)
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