PIB da China, IBC-Br, varejo e indústria nos EUA: o que acompanhar na semana

Tudo o que o investidor precisa saber antes de operar na semana

Mitchel Diniz

(Getty Images)
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Os investidores vêm de uma semana negativa para o Ibovespa, na qual o índice recuou 1%, retornando ao patamar dos 117 mil pontos. Os recentes dados do varejo decepcionaram, contrariando expectativas de uma reação pelo fato da inflação estar arrefecendo. A possibilidade de aumento de despesas do governo também está no radar do mercado, com a proximidade da revogação do Teto de Gastos.

As discussões sobre pautas econômicas em Brasília só devem ser retomadas em agosto, após o recesso parlamentar. E nos próximos dias, a agenda de indicadores por aqui está relativamente esvaziada. O grande destaque é o IBC-Br, índice de atividade econômica do Banco Central, considerado um proxy do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O Itaú prevê uma contração de 0,4% em maio na comparação com abril. O dado vai ser divulgado nesta segunda-feira (17).

A agenda também traz outros dois dados de inflação. A variação medida pelo IGP-10 vai ser divulgada já nesta segunda, e o Itaú prevê deflação de 1,07%. Na quarta-feira, sai a segunda prévia do IGP-M de julho, da Fundação Getúlio Vargas.

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A temporada de resultados corporativos por aqui só deve ganhar tração a partir da semana que vem, mas o números da Weg (WEGE3), uma das queridinhas da Bolsa brasileira, vão ser divulgados já na próxima quarta-feira (19), antes da abertura do mercado. A teleconferência com os executivos está marcada para o dia seguinte.

Dados de atividade nos EUA, inflação na Europa e PIB Chinês: destaques da agenda internacional

Na contagem regressiva para a próxima reunião de política monetária do Federal Reserve, os investidores vão acompanhar novos dados sobre a atividade econômica nos Estados Unidos. Na terça-feira, saem os números do varejo e da produção industrial de junho. Para o primeiro, os economistas projetam um crescimento de 0,5% na comparação com maio. Para a indústria, a expectativa é de estabilidade, após um mês de contração.

A temporada de balanços corporativos referente ao segundo trimestre de 2023 continua. Para a semana, são esperados cerca de 60 resultados. Depois que os números do JP Morgan, Wells Fargo e Citigroup superaram as expectativas, na última sexta-feira, os investidores vão acompanhar os números trimestrais de Morgan Stanley, na terça-feira (18) e do Goldman Sachs, na quarta (19).

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As grandes empresas de tecnologia, que dispararam de preço em 2023, também começam a divulgar resultados esta semana. Netflix, Tesla e IBM vão soltar seus números na quarta-feira.

A semana começa com uma conferência do Banco Central Europeu (BCE) em Frankfurt, na Alemanha. O mercado vai acompanhar novos discursos de Christine Lagarde, presidente do BCE, a respeito do futuro da política monetária na zona do euro, diante de recentes dados que mostram uma inflação mais comportada no bloco econômico.  O índice HICP, que mede os preços ao consumidor, referente ao mês de junho, será divulgado na quarta-feira (19) e o consenso Refinitiv aponta para uma variação positiva de 0,3% em relação a maio e de 5,5% em bases anuais.

A inflação do Reino Unido, que ainda não deu sinais de desaceleração, também vai ser divulgada na quarta-feira. O consenso do mercado aponta para uma variação de 0,4% no CPI de junho em relação a maio e de 8,2% em 12 meses. O núcleo da inflação anual deve permanecer em 7,1%.

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Na China, o Banco do Povo da China (PBoC) poderá reduzir taxas de empréstimos nesta segunda-feira e também na quinta. O BC chinês deve atuar para estabilizar o crescimento da economia do país, que deu diversos sinais de desaceleração ao longo do segundo trimestre, e por isso pode implementar novos cortes.

Nesta segunda-feira (17) o mercado já deve repercutir o Produto Interno Bruto (PIB) chinês no segundo trimestre. Uma enquete com da Reuters com economistas aponta para um crescimento anual de 7,3% em relação a um ano antes. Na comparação com o primeiro trimestre, o consenso Refinitiv aponta para um avanço de 0,5%.

No Japão, a balança comercial de junho está prevista para quinta-feira, com expectativa de alta de mais de 2% nas exportações e queda superior a 11% nas importações. Dados da inflação japonesa serão divulgados na sexta-feira. Caso os preços sigam em trajetória de alta, vai ser mais uma pressão para que o BC do país revise sua atual política monetária de juros baixos.

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados