Um dos melhores gestores do Brasil se encontra com Bolsonaro – e tem ótima impressão do candidato

Pré-candidato à presidência pelo PSL suscita muitas dúvidas no mercado

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Líder nas pesquisas eleitorais em cenários sem o ex-presidente Lula, o deputado Jair Bolsonaro (PSL) ainda levanta muitas dúvidas no mercado financeiro sobre suas pautas voltadas para a economia. Apesar das indicações liberais do seu assessor econômico, Paulo Guedes, os investidores ainda tem dúvidas sobre a convicção do ex-capitão sobre a importância de reformas e privatizações.

Contudo, na opinião de um dos maiores gestores do País, o mercado pode ficar mais tranquilo caso Bolsonaro seja eleito presidente. Henrique Bredda, da Alaska (gestora do lendário investidor Luiz Alves Paes de Barros), se reuniu com o pré-candidato e, pelo Twitter, deu as suas impressões sobre o encontro. Bredda é gestor do fundo Alaska Black FIC FIA – BDR Nível I, que rendeu 244% desde a sua criação em 2012, ante alta de 28% do Ibovespa no mesmo período. Ou seja, suas falas são observadas com atenção, principalmente por investidores.

Em mensagens na rede social, Henrique Bredda afirmou que esteve um bom tempo com Bolsonaro e sua equipe para esclarecer dúvidas, encontros que, inclusive, o pré-candidato tem feito com frequência com o mercado.

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“Tivemos excelentes impressões até agora. Desmistificou muita bobagem que temos lido por aí. Podem descartar 80-90% do que andam escrevendo”, afirma o gestor. O tuíte acabou levantando muitas questões de investidores e internautas em geral, que passaram a questionar o encontro pela rede social.

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Segundo o gestor, a intenção do encontro era conhecer melhor as propostas, que ainda não são muito claras para o mercado, apontando inclusive que isso precisava ser feito pessoalmente. Bredda lembra que tanto Geraldo Alckmin quando João Amoêdo já são figuras bastante conhecidas, enquanto Marina Silva, apesar de ainda não ter tido um encontro com o Alaska, já foi candidata e participou de debates. Faltava mesmo o deputado federal.

Uma das perguntas recebidas pelo gestor foi se ele questionou Bolsonaro sobre o voto contra a reforma da Previdência e o cadastro positivo. No primeiro caso, Bredda explicou que o pré-candidato acredita que a sua própria proposta de reforma é melhor, enquanto no cadastro positivo, a justificativa foi que ele “abre saldos e valores de todo mundo sem garantia de sigilo”.

Ele também diz ter recebido várias críticas por ter realizado este encontro, mas explicou que está apenas tentando conhecer melhor cada candidato. “Minha curiosidade e dever é entender o máximo de cada postulante. E no caso do Jair, por ‘N’ motivos, só pessoalmente. Mídia está muito enviesada”, escreveu aos seus seguidores.

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Ney Miyamoto, companheiro de Bredda na criação do Alaska, também participou do encontro e tuitou que a a “conversa com o Bolsonaro foi realmente muito proveitosa”. “Ou a maior parte da imprensa fala sem conhecer ou encontramos com um ator de primeira”, afirmou.

Por fim, Bredda explicou ainda que três sócios foram na reunião e que todos têm “muita experiência de vida”. “Você pode me dizer uma coisa com a boca, repetir e repetir quantas vezes quiser. Mas não o que é dito que convence, mas de que forma, com que expressão. Por exemplo, alguns executivos de companhia mentem, e nem por isso acreditamos”, disse o gestor sobre ter tido uma boa impressão de Bolsonaro.

Vale destacar que, um dia antes do encontro, Bredda fez uma pergunta aos seus seguidores também pelo Twitter: “se pudessem, hipoteticamente, ficar cara a cara com Jair Bolsonaro numa reunião privada, e pudessem fazer uma única pergunta, qual dúvida gostariam de esclarecer?”

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No dia seguinte, muitas dúvidas foram esclarecidas para o gestor – enquanto o mercado em geral parece mais “tranquilo” sobre a possibilidade de Bolsonaro ser eleito presidente, conforme mostrou recente sondagem da XP Investimentos com “investidores institucionais”. Contudo, o pré-candidato do PSL ainda suscita muitas dúvidas no mercado – com muitas delas devendo ser esclarecidas com a intensificação da campanha eleitoral.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.