Pregões Incríveis: o dia que fez da desconhecida DBRS uma Fitch, S&P ou Moody’s

A história da agência canadense que rendeu 3% de alta para a bolsa brasileira com uma velha lógica: sobe no boato, cai no fato

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Lembrando dos saltos do mercado quando o Brasil recebeu os investiment grades de Standard & Poor’s e Fitch, a aguardada alteração de perspectiva pela Moody’s foi interpretada com certa indiferença esta semana.

Parece não ter havido surpresa qualquer no comunicado, mas houve. Mais do que isto, havia mais de um ano dos upgrades anteriores. O tema parecia esquecido, ninguém esperava uma mudança de perspectiva da Moody’s bem no meio da crise.

Uma completa confirmação da nota, além de suprir as exigências de diversos fundos e internacionais para aplicar no Brasil, reforça a tese de que a economia local vem mesmo firme diante dos desafios do atual cenário econômico.

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Mas lembrando dos “pregões investment grade” da bolsa brasileira, o que mais chama atenção não é relacionado a nenhuma das 3 grandes agências de classificação de risco – lembrando que o upgrade pela Moody’s ainda não foi confirmado. Voltamos ao curioso dia que fez da anônima agência DBRS uma Fitch, S&P ou Moody’s.

Curioso
Naquele 28 de maio de 2008, o ambiente ainda era o melhor possível para os mercados. Vindo de cinco anos consecutivos de esplendor, a bolsa ainda não pensava em crise, pensava na popularidade que os IPOs do final de 2007 haviam lhe rendido, pensava nos recordes seguidos que o primeiro investment grade, um mês antes pela S&P, havia engatilhado.

Por isso que esta sessão é interessante. Os holofotes do mundo ainda estavam no Brasil, mas perdiam força ao passo que todos esperavam pela confirmação da nota, mas ela não vinha. Com quase um mês sem qualquer sinal de Fitch ou Moody’s, começavam a surgir questionamentos sobre a real mudança de patamar da economia do País.

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DBRS
Mas o inesperado aconteceu. Quando o mercado todo olhava com atenção para os releases destas duas, ávido por uma atualização de página que revelasse qualquer alteração de nota para o Brasil, eis que vem do Canadá a notícia de um upgrade na classificação de risco brasileira. Mesmo sem o mesmo status das três rivais, a DBRS apareceu para o mundo como uma delas.

Isto porque todos esperavam qualquer sinal e a partir do momento em que ele não veio, este servia. Sem desmerecer a importância da DBRS, aquela notícia impulsionou a bolsa naquela sessão, pois sugeria que algo estava por vir. Dito e feito.

Sobe no boato, cai no fato
Exatamente um dia depois, a Fitch confirmou o Brasil como investment grade. Colocando estas duas sessões lado a lado, fica um fato curioso. No upgrade da desconhecida DBRS, o Ibovespa disparou 3%. No upgrade da famosa Fitch, caiu 1,85%. Méritos à DBRS? Em parte. No fundo mesmo, os 3% de antes já eram a contribuição que viria da Fitch depois.

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Para os mercados, não adianta subir quando o fato se concretiza. Como tudo é antecipado nas bolsas, a DBRS apenas sugeriu que alguma outra poderia acontecer – e de fato aconteceu. O fato dos agentes agirem nas expectativas limita o poder dos fatos. É a velha lógica dos mercados: sobe no boato, cai no fato.

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