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O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, voltou a defender hoje (11) o uso de swaps cambiais (venda futura de dólares), em coordenação com o Tesouro Nacional (TN), para dar liquidez ao mercado de juros. “Estamos usando swaps cambiais e podemos ir além dos valores máximos utilizados no passado [US$ 115 bilhões]. Vamos intensificar seu uso no curto prazo”, declarou durante palestra na Fifth Annual Brazil Macro Conference, organizada pelo Goldman Sachs, na capital paulista.
Goldfajn disse que, para garantir o bom funcionamento do mercado, serão oferecidos US$ 20 bilhões até o dia 15, além dos US$ 750 milhões diários que já estão planejados. Com isso, o total de swaps cambiais chegará a US$ 24,5 bilhões. “Sem prejuízo de atuações adicionais, caso necessário. Não há preconceito quanto ao uso de qualquer instrumento. Podemos empregar swaps cambiais, reservas ou leilões de linha, dependendo da necessidade”.
O presidente do BC disse que o regime de câmbio é flutuante e que é a “primeira linha de defesa”. Ele destacou que a política monetária é separada da política cambial. “A política monetária olha para projeções e expectativas de inflação e seu balanço de riscos e não será usada para controlar a taxa de câmbio. Reitero que as decisões do Copom [Comitê de Política Monetária] são sempre tomadas a cada reunião, o que ocorre a cada 45 dias. E não será diferente nesse caso, a próxima decisão será tomada apenas na reunião do Copom de junho”.
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Por meio das operações de swap cambial, o Banco Central vende contratos em reais no mercado futuro para conter a volatilidade do câmbio e reduzir a demanda por dólar. O BC aposta que a divisa subirá mais que os juros futuros. Os investidores apostam que os juros aumentarão mais que a moeda norte-americana.
Entretanto, a intenção do BC não é lucrar. O Banco Central realiza a oferta desse tipo de contrato quando julga que existe a necessidade de se controlar altas bruscas do dólar, o que impacta na inflação do país.
Diagnóstico
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O presidente do BC atribuiu a desvalorização do real ao cenário externo “mais desafiador” e volátil. “A evolução dos riscos, em grande parte associados à normalização das taxas de juros em algumas economias avançadas, produziu ajustes nos mercados financeiros internacionais. Como resultado, houve redução do apetite ao risco em relação a economias emergentes”, avaliou.
Goldfajn disse, no entanto, que o Brasil tem “amortecedores robustos, fundamentos sólidos e encontra-se mais preparado para lidar com choques externos”. Ele apontou a situação “confortável” do balanço de pagamentos, como o saldo comercial superavitário em US$ 18,5 bilhões até abril; as reservas internacionais acima de 20% do Produto Interno Bruto (PIB); além do atual estoque de swaps cambiais.