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SÃO PAULO – O presidente do Itaú Unibanco (ITUB4), Roberto Setubal, saiu em defesa da presidente Dilma Rousseff (PT) na última sexta-feira (21) em uma entrevista ao jornal Folha de S. Paulo. Impeachment por corrupção, “pelo que vi até agora não tem cabimento. Não há nenhum sinal de envolvimento dela com esquemas de corrupção.”, disse o executivo aproveitando para defender a maneira como o governo permitiu as investigações de corrupção.
“Pelo contrário, o que a gente vê é que Dilma permitiu uma investigação total sobre o tema. Era difícil imaginar no Brasil uma investigação com tanta independência. A Dilma tem crédito nisso.”, continuou Setubal. Outro argumento usado pela oposição, as manobras para melhorar as contas do governo, as chamadas pedaladas fiscais, podem “merecer punição”, mas não são “motivo para tirar a presidente”, segundo ele.
Na visão do presidente do maior banco privado do País, tirar Dilma do poder agora “criaria uma instabilidade ruim para nossa democracia”. Ele evitou falar sobre a oposição do governo, mas criticou a maneira como os assuntos estão sendo debatidos. “Há uma grande discussão sobre poder e pouca discussão sobre o país. Precisamos debater quais as reformas necessárias para que o país possa se recuperar”, afirmou.
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Sobre as dificuldades do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, o executivo disse que “ele está fazendo as coisas certas, mas os efeitos positivos ainda não vieram”. “Vai muito além da capacidade de um ministro, sozinho, resolver os problemas do país. Ele precisa de apoio político tanto da presidente como do Congresso”, completou Setubal.
Entre as respostas, o presidente do Itaú ainda falou sobre reformas, principalmente na política nacional. “O país tem mais de 30 partidos, isso não funciona. Não vejo nenhuma razão para ter mais do que seis, oito, no máximo dez agremiações. Dá para acomodar perfeitamente todas as linhas ideológicas neles”, afirmou.
Por fim, Setubal ainda afirmou que o Itaú deu um lance pouco agressivo para a compra do HSBC, mas que o banco ainda está aberto para aquisições na América Latina. “No Brasil, a última grande instituição para ser comprada foi o HSBC. No exterior continuamos com nossa agenda de expansão na América Latina. Já estamos no Chile, na Colômbia, na Argentina, no Paraguai e no Uruguai. Queremos ter banco de varejo também no México e no Peru”, completou.