Quais ações devem entrar e sair do Ibovespa e como essas mudanças impactam o mercado

B3 anuncia nesta quinta a nova carteira teórica do Ibovespa, que passará a vigorar a partir de 3 de maio

Rodrigo Tolotti

(Shutterstock)
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SÃO PAULO – A cada quatro meses a bolsa brasileira, B3, realiza um rebalanceamento do Ibovespa, uma decisão que é bastante importante para investidores e empresas já que estar dentro ou fora do principal índice do mercado nacional tem grande impacto em questão de liquidez e visibilidade para os ativos.

E nesta quinta-feira (1), será apresentada a primeira prévia da composição do Ibovespa que irá vigorar a partir de 3 de maio, e para alguns analistas, devemos ter mudanças entre os ativos que farão parte do índice.

Após realizar um estudo contando histórico de volume, número de ações negociadas e número de negócios dos ativos, a equipe da XP apontou cinco ações que têm alguma possibilidade de entrar para o benchmark da bolsa brasileira, sendo que Alpargatas (ALPA4), Banco Inter (BIDI11) e Locaweb (LWSA3) aparecem com chance alta, enquanto Sanepar (SAPR11) tem chance entre média e baixa de entrar, e Linx (LINX3) é a com menor possibilidade.

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Por outro lado, a XP avalia que nenhuma companhia deve deixar o índice nesta nova composição. Atualmente o Ibovespa conta com 82 ações, e caso todos os papéis apontados pela XP entrem na carteira, passariam a ser 87 papéis a partir de maio.

Enquanto isso, os estudos do Bank of America colocam apenas a Locaweb com maiores chances de entrar para a carteira teórica do índice, enquanto Sanepar e Banco Inter ainda têm alguma possibilidade, ainda que menor.

“Estimamos que [as ações da Locaweb] tenham alcançado os requisitos mínimos baseados no índice de negociabilidade, que leva em consideração o volume negociado e o número de negócios”, diz relatório do banco americano apontando para um peso de 0,1% para os papéis no índice.

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Já as ações do Assaí (ASAI3) devem deixar o Ibovespa em maio, segundo o BofA, que ressalta que a entrada da companhia no índice ocorreu por ela ter sido um spin-off do Pão de Açúcar. PCAR3, por sua vez, deve se manter na carteira do benchmark da Bolsa.

Os analistas do BofA ainda apontam que Energias do Brasil (ENBR3), Fleury (FLRY3) e Ecorodovias (ECOR3) estão entre as ações do índice com os menores níveis de negociações e correm o risco de deixar o benchmark nas próximas revisões.

Como as mudanças impactam as ações

Fazer parte do principal índice da Bolsa é algo bastante importante para uma empresa. As ações que são incluídas no Ibovespa são alvo de compra por parte dos fundos, o que aumenta as negociações delas em torno da data de anúncio e do rebalanceamento, o que pode causar um aumento de preço temporário, destaca a XP.

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Além disso, os fundos passivos e ETFs, aqueles que buscam replicar o retorno do índice, passam a comprar os ativos adicionados ao Ibovespa, o que também tende a puxar os preços para cima com o tempo.

Isso sem contar os investidores em geral, que passam a olhar mais para esses ativos, o que tende a elevar a liquidez dos papéis, diminuindo os custos de capital, mais uma vez ajudando em uma possível alta de preços.

Segundo levantamento da XP, nos últimos cinco anos, 34 empresas entraram no índice, enquanto apenas três foram removidas. Neste período, os papéis que entraram valorizaram, em média, 10,4% nos 30 dias antes do rebalanceamento.

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Além disso, logo após a inclusão no índice, a média dos preços das ações tenderam a cair ou a andar de lado. Porém, elas subiram 6,7% nos primeiros seis meses e mais de 25% depois de um ano

Por outro lado, as ações que deixaram o Ibovespa sofreram, em média, uma queda de 20,7% um mês antes do rebalanceamento, mas conseguiram se recuperar rapidamente depois da saída.

Apesar do estudo, a XP ressalta que não há como garantir que as ações que entrarem ou saírem do índice terão o mesmo desempenho apontado anteriormente, mas essa análise ajuda a entender o potencial de impacto no mercado dessas mudanças.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.