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Mesmo com condições “sombrias” para o mercado de energia convencional, o JPMorgan avalia que muitas empresas de geração de energia estão oferecendo altas taxas internas de retorno (TIR) implícitas com portfólios contratados (o que significa exposição limitada aos baixos preços), retornos razoáveis de dividendos e oportunidades de alocação de capital com retornos atrativos.
Nesse sentido, o banco destaca que a maioria das empresas continua confiante de que os preços se recuperarão da baixa registrada durante o primeiro trimestre deste ano (de uma média de R$ 85/MWh, ou megawatt-hora, para os próximos 3 anos), embora o momento e o ritmo sejam incertos. “Um catalisador para as empresas de geração de energia é o leilão de capacidade previsto para novembro de 2023, mas agora entendemos que esse leilão pode ser adiado e ainda não temos detalhes sobre quais fontes serão contratadas pelo governo e as condições de remuneração”, comenta o banco, em relatório.
Assim, mesmo com o cenário desafiador, os analistas veem oportunidades no mercado.
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A Auren Energia (AURE3) é principal escolha do banco no setor devido ao melhor risco-recompensa com uma taxa interna de retorno (TIR) implícita de cerca de 11% (em reais), oferecendo um retorno total estimado de 36% (20% de potencial de valorização + 16% de rendimento de dividendos nos próximos 12 meses).
O JPMorgan pontua que “uma empresa dessa qualidade e nível de previsibilidade, com um portfólio contratado de 2023 a 2027, risco mitigado no balanço patrimonial e sólida governança corporativa, deveria ser negociada com uma taxa interna de retorno (TIR) de 10% ou menos”.
Segundo relatório, a Auren Energia não está muito exposta aos preços de energia, pois 99%, 96% e 94% das disponibilidades de energia já estão contratadas para 2023, 2024 e 2025, respectivamente. Cerca de 76% está contratada para 2026 e 61% está contratada para 2027. A empresa informa que o portfólio tem em média 60% de contratos entre 2028 e 2032. O banco estima que cada variação de R$ 10/MWh nas suposições de preço de energia a longo prazo afeta a avaliação de fluxo de caixa descontado em cerca de R$ 0,1/ação, ou aproximadamente 1%.
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Assim, o JPMorgan reitera avaliação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) e preço-alvo de R$ 17 para o papel.
Eletrobras (ELET3;ELET6)
O JPMorgan também mantém classificação overweight para a ação ON da Eletrobras e preço-alvo de R$ 50 para ações ordinárias, devido a seus múltiplos de avaliação atrativos (TIR de 17%) e maior sensibilidade a uma possível recuperação futura nos preços de energia.
A equipe de research do banco elevou suas estimativas em 23% para o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) de 2023, após um forte desempenho do Ebitda no 1º trimestre de 2023. No entanto, manteve um aumento mais modesto de 2% em média entre 2024 e 2030. Por outro lado, reduziu estimativas de lucro por ação (EPS) em 29% após resultados financeiros muito mais fracos do que o esperado no 1T23, o que resultou em uma expressiva queda no lucro líquido.
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Copel (CPLE11)
O banco mantém avaliação overweight para units da Copel, com preço-alvo de R$ 53, o que representa um potencial de valorização de 40,6% frente a cotação de fechamento de sexta-feira (26).
Segundo o relatório, o processo de privatização da Copel está ocorrendo de forma tranquila e deve ser concluído entre o 3º e 4º trimestre de 2023. “Assim como ocorreu com a Eletrobras, a privatização da Copel envolve a diluição do acionista controlador – no caso, o Estado do Paraná – e a transformação da empresa em uma sociedade anônima”, destacam analistas.
Mesmo com a possível pressão de venda de ações adicionais que levará o estado a perder o controle, analistas acreditam que as ações da Copel devam apresentar um desempenho superior antes da oferta devido a: “1) potencial de valorização impressionante com riscos limitados; 2) múltiplos de avaliação atrativos; 3) gatilhos positivos claros à frente; 4) a Eletrobras também apresentou desempenho superior durante o processo de privatização, apesar da pressão de venda adicional”.
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AES Brasil (AESB3)
Apesar de elevar o preço-alvo das ações da AES Brasil de R$ 10,50 para R$ 11,50, o JPMorgan mantém classificação underweight (exposição abaixo da média do mercado, equivalente à venda), pois a elétrica está sendo negociada a uma Taxa Interna de Retorno implícita apertada de 6%.
A mudança de target foi devido à incorporação do novo contrato de compra de energia (PPA) assinado recentemente de 77 MW em média, com duração de 15 anos e preço acima de R$ 200/MWh, além das novas previsões macroeconômicas.
Com uma relação de alavancagem superior a 5 vezes Dívida Líquida/Ebitda em 2023 e sem espaço para suportar um novo ciclo de investimento em energia renovável, houve rumores apontando que a AES Brasil teria contratado o Itaú para encontrar um parceiro no Brasil. De acordo com o artigo, esse parceiro poderia injetar capital na empresa ou até mesmo abrir caminho para a AES Corp. sair do Brasil. A notícia desencadeou uma pressão compradora (short squeeze) em AESB3, levando o preço das ações para acima do consenso.
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Omega Energia (MEGA3)
O JPMorgan aumentou suas estimativas Ebitda para incluir o o acordo recentemente anunciado com a Apolo para construir até 141 MWp em sistemas de geração distribuída, com um investimento total de R$ 800 milhões (participação de 70% para Omega), mas manteve recomendação neutra e preço-alvo de R$ 11,50.
O banco estima que o projeto tenha uma Taxa Interna de Retorno (TIR) de cerca de 30% em termos reais, mas o aumento do valor é compensado pelo ajuste fino do modelo e maior alavancagem para a Omega Energia consolidada.
Engie (EGIE3)
O JPMorgan destaca que negócio de geração da Engie continua fornecendo resultados superiores, e os negócios de transmissão e gás (TAG) oferecem uma diversificação crescente para os fluxos de caixa.
Para o banco, a Engie é um dos portos relativamente mais seguros no setor de utilidades e isso enfatiza sua avaliação premium. A empresa apresenta uma alavancagem sólida e analistas esperam uma taxa de distribuição de proventos de 55% para os próximos dois anos, resultando em rendimentos de dividendos de um dígito.
A elétrica, segundo analistas, está atualmente oferecendo uma taxa interna de retorno abaixo da média do segmento, demonstrando fluxo de caixa de alta qualidade e previsível. Diante disso, o JPMorgan acredita que a ação esteja com uma avaliação justa e atribui uma classificação neutra e preço-alvo de R$ 46.