Quais são as privatizações que estão no radar dos governadores eleitos Tarcísio de Freitas, Eduardo Leite e Romeu Zema?

Tarcísio, de SP, destacou meta em privatizar Sabesp, mas Emae deve passar na frente; Leite, do RS, destacou Corsan e Zema, de MG, citou Cemig

Lara Rizério

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A tese de investimentos em empresas estatais estaduais com potencial de privatização a partir de 2023 ganhou força em alguns estados após a eleição de governadores.

E, em evento realizado pelo Itaú BBA nesta quinta-feira, os governadores eleitos do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) destacaram quais são os seus planos de privatização e concessões a partir do próximo ano.

Tarcísio apontou que privatização não trata de desfazer de patrimônio, mas de “devolver ao povo o que é do povo”. Ele definiu a privatização da Sabesp (SBSP3) como uma meta do governo; a companhia tem capital misto, com controle acionário exercido pelo Estado de São Paulo.

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“Temos grandes desafios, como a privatização da Sabesp, que é uma meta do nosso governo e acho que vai fazer toda a diferença. Entendo que isso é importante para a gente cumprir a meta de universalização e, principalmente, para levar o serviço de água e esgoto onde ele não chega hoje no estado de São Paulo.”

Contudo, ele afirmou que pretende fazer primeiro a privatização da Emae ( Empresa Metropolitana de Águas e Energia). “Vamos começar pela Emae, porque é uma empresa que não faz mais sentido o Governo de São Paulo ter. Vamos pensar simples, fatiar o gorila como algumas pessoas dizem. Está fácil vender a Emae? Está. Então vende a Emae primeiro, enquanto isso a gente vai trabalhando naquela que vai ser a grande privatização do estado de São Paulo, que é Sabesp”, apontou.

Tarcísio reiterou que o modelo mais próximo para a desestatização da Sabesp seria o modelo feito para a Eletrobras (ELET3;ELET6) em junho deste ano, que fez uma oferta primária de ações na Bolsa.

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Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, destacou que houve a privatização de empresas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, além da empresa de gás, em seu primeiro mandato. A próxima, afirmou, é a Corsan, estatal de saneamento, em leilão que será realizado na B3 no próximo dia 20. O governador apontou que a privatização vai alavancar investimentos de R$ 15 bilhões no estado nos próximos 15 anos.

Já sobre o Banrisul (BRSR6), que sempre gera expectativas grandes sobre privatização, o governador eleito do estado apontou que manterá a sua promessa de campanha e não desestatizará o banco.

“Eu considero que a privatização do Banrisul tenha que ser debatida, considero até que deva ser levada adiante. Mas a política é a arte do possível. Lamentavelmente, meu adversário no segundo turno [Onyx Lorenzoni], que se dizia liberal e de direita, prometeu não só manter o Banrisul estatal como reverter a reforma da Previdência do Rio Grande do Sul e uma série de outras medidas. (..) Para evitar um mal maior, tive que fazer uma concessão no tema do banco”, apontou.

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Zema, por sua vez, afirmou que, em seu primeiro mandato, “apesar da Assembleia atuar de forma contrária”, conseguiu fazer concessões, considerando que muito dependia do Executivo e não do Legislativo. Ele cita projetos como o Rodoanel, as concessões do Aeroporto da Pampulha, entre outros.

Houve também a venda de algumas subsidiárias da empresa de energia Cemig (CMIG4), caso da Light (LIGT3) no Rio de Janeiro,  além da venda da totalidade da participação na Renova Energia; o governador lembra ainda que a companhia ainda tem participação nas usinas hidrelétricas de Santo Antônio e de Belo Monte.

“Nos últimos 15 anos, a Cemig, em vez de investir em Minas, acabou investindo no restante do Brasil, e foram investimentos desastrosos, com prejuízo à empresa e que deixou a infraestrutura do estado sucateada”, afirmou, apontando que a lacuna está se reduzindo com mais investimentos.

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Zema afirma que a intenção é privatizar a Cemig. Se não privatizada, a ideia é torná-la uma corporation, com capital pulverizado, sem que o estado tenha poder de mando, “tornando-a menos suscetível a políticos mal intencionados”.

“Queremos também o mesmo para a Copasa (CSMG3, de saneamento), o mesmo para a Gasmig e também para a menos conhecida Codemig. Então, com essa base [de deputados] no Legislativo, é muito provável que nós tenhamos avanços na privatização do estado”, aponta o governador mineiro, ressaltando a composição na assembleia neste mandato mais favorável do que no seu primeiro.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.