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As ofertas iniciais de moedas (ICOs, na sigla em inglês) levaram o Bitcoin (BTC) a alcançar o patamar de quase US$ 20 mil em 2017, mesmo que muitos projetos que surgiram tenham se mostrado insustentáveis ou simplesmente fraudes. No entanto, os que sobreviveram entregaram retornos gordos para quem segurou os ativos por mais tempo.
Assim como as empresas fazem os IPOs, ou Initial Public Offerings, para vender ações e abrir seu capital para investidores, as ICOs colocam à venda novos criptoativos com o objetivo de angariar fundos para um projeto baseado em blockchain – seja ele para criação uma nova moeda em si, como para oferta algum outro produto ou serviço ligado a este universo.
O desempenho das ICOs volta à tona hoje, em meio a um novo sell-off prolongado das criptomoedas.
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Em 2017, no auge do boom das ICOs, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) fez uma série de acusações afirmando que muitos projetos estavam realizando ofertas de títulos não registrados, alguns deles envolvendo verdadeiras fraudes.
Em 2018, a consultoria EY, que rastreou diversos projetos que surgiram nessa bolha de ofertas, informou que seu portfólio de ICO teve uma queda de 66%. Segundo um porta-voz da empresa, apenas 29% dos projetos de ICO de 2017 avaliados progrediram para protótipos ou produtos funcionais – um aumento de apenas 13% em relação a dezembro de 2017. Os 71% restantes, por outro lado, não tinham lançado nada no mercado até 2018.
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Mesmo assim, foi um período em que algumas das infraestruturas de blockchain mais importantes foram desenvolvidas. É o caso de Cardano (ADA), Tron (TRX), Chainlink (LINK), Filecoin (FIL), Crypto.com (CRO) e Bancor (BNT), que surgiram na bolha das ICOs e vieram a construir grandes projetos.
Retorno de 819%
Com base em dados da plataforma ICODrops, o CoinDesk reuniu dois portfólios de ICOs: uma seleção de “blue chips” dos 100 nomes mais renomados e um grupo mais amplo, de 200 ofertas iniciais de moedas.
O estudo revelou que, se o investidor tivesse comprado e mantido uma ampla seleção de ICOs blue chip em 2017, ele teria tido um ótimo desempenho, com retorno de 819%, com base em dados do final de maio de 2022.
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O resultado teria superado a maioria dos outros investimentos no mesmo período, incluindo a compra, no final de 2016, das ações da Nvidia (NVDA), um dos papeis de melhor retorno da última década, ou dos índices S&P 500 e Nasdaq-100 Technology Sector Index (NDXT), que acompanha o desempenho do setor de tecnologia americano.
Segundo analistas ouvidos pelo CoinDesk, os projetos exigiam tempo para prosperar. Em outras palavras, na melhor das hipóteses, o retorno das carteiras seriam mornos durante o “inverno cripto” de 2018, mas explodiriam tempos depois, quando a empolgação dos investidores voltassem a inflar os preços.
Na época das ICOs, as moedas digitais representavam um universo de US$ 150 bilhões em valor de mercado, bem menos do que os US$ 940 bilhões de hoje após o preço do Bitcoin desabar 70%.
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A expansão mostra que, mesmo com os desafios apresentados no último trimestre para a classe de ativos, muitos desses projetos que nasceram na bolha das ICOs são agora os principais players do setor, mostrando a resiliência da estratégia de comprar criptoativos e mantê-los pelo maior tempo possível.
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