Racha kirchnerista ajuda Macri a compor base no Congresso argentino

Com o racha, a FPV passa a contar com 81 dos 257 assentos na casa legislativa, reduzindo seu poder de influência para obstruir projetos governistas

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Tido como um dos problemas mais sensíveis a serem enfrentados pelo presidente argentino Mauricio Macri, a base limitada formada no Congresso parece ter encontrado um aliado para crescer em favor do novo governo. Conforme noticia a imprensa nesta sexta-feira (5), uma divisão na bancada kirchnerista na Câmara dos Deputados fez com que o bloco peronista Frente Para a Vitória (FPV) perdesse 14 parlamentares, deixando de ser o majoritário na casa. Acredita-se que agora o sucessor de Cristina tenha um caminho mais favorável para a aprovação de uma série de medidas tomadas por decreto.

Com o racha, a FPV passa a contar com 81 dos 257 assentos na casa legislativa, reduzindo seu poder de influência para obstruir projetos governistas. A coalizão Cambiemos (em português, “Mudemos”), que elegeu Macri, por sua vez, conta com um grupo de 90 parlamentares. Com o possível apoio de opositores moderados, o presidente reverte desvantagem — processo decisivo para o andamento de seu governo.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o analista político Frederico González disse que o que surpreende no processo é o fato de o kirchnerismo perder forças em um momento em que a “lua de mel” geral com Macri havia terminado, o que poderia ter aglutinado as diferentes alas do peronismo — quando, na realidade, viu-se o oposto.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.