Radar: acompanhe algumas das principais oscilações da bolsa nesta terça-feira

Mercados voltam a ter dia de apreensão; Vale recua após ser incluída em lista de devedores; Cesp e Cemig lideram ganhos

Beatriz Nantes

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SÃO PAULO – O pessimismo volta a pesar sobre os mercados acionários, entre indicadores abaixo do esperado e temores advindos de declarações de economistas e autoridades de peso tanto nos EUA como na Europa. Por aqui, o Ibovespa opera em queda de 0,84% no início da tarde desta terça-feira (24). 

O economista Joseph Stiglitz, vencedor do prêmio Nobel, disse em entrevista a uma rádio irlandesa que a economia europeia corre risco de voltar à recessão (o famoso double-dip), frente ao corte de despesas promovido por diversos governos no continente. Do mesmo modo, Martin Weale, novo membro do BoE (Bank of England), afirmou que o Reino Unido corre o risco de retornar à recessão, sendo que as projeções de crescimento do banco central para este ano e o próximo podem estar muito otimistas.

Nos EUA, as projeções tampouco são otimistas. Para David Rosenberg, economista principal da gestora Gluskin Sheff, indicadores norte-americanos mascaram uma verdade inconveniente: os EUA estão trilhando o mesmo rumo da Grande Depressão de 1929. pela agenda econômica, o Existing Home Sales mostrou que o número de vendas de casas usadas nos EUA ficou bem abaixo das expectativas em julho, ficando no patamar de 3,83 milhões de casas, inferior às estimativas do mercado, de 4,72 milhões.

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Por aqui, destaque para o crescimento de 1,2% no volume de crédito nacional em julho em relação ao apurado em junho. A participação do volume de crédito sobre o PIB (Produto Interno Bruto) passou de 42,8% em julho de 2009 para 45,9% no mesmo período de 2010. Em junho deste ano, a parcela foi de 45,7%.

Novas especulações sobre Petrobras
Por aqui, especulações seguem fortes acerca do preço do barril de petróleo para a cessão onerosa da Petrobras (PETR4PETR3). Segundo o jornal O Globo, caso as negociações fracassem, o plano do Governo seria adiar a capitalização – agendada para o final de setembro – e contratar uma terceira certificadora internacional. Os papéis ON e PN da petrolífera recuam 0,89% e 0,49%. 

Segundo a matéria, a alternativa seria uma saída mais segura para evitar questionamentos jurídicos por conta do atraso, sejam eles do Ministério Público Federal, sejam dos acionistas minoritários da companhia. A ministra chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, negou a possibilidade. 

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Ainda sobre a petrolífera, ela afirmou que o empréstimo da Petrobras junto ao Banco do Brasil (BBAS3) no montante de R$ 2,2 bilhões datados de junho deste ano já havia sido divulgado ao mercado em seu balanço trimestral. As ações do BB recuam 1,67%.

Vale inclusa em lista de devedores
Enquanto isso, a Vale (VALE5VALE3) foi incluída na lista dos devedores da União pelo DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral), após discordância em relação ao pagamento de royalties sobre operações no Pará ter chegado à Justiça. Os ativos da mineradora recuam 1,40% e 1,51%, respectivamente. 

Com a inclusão, a empresa pode ter alguns de seus direitos suspensos, como a participação em licitações. Em nota, a Vale reconheceu haver discordâncias sobre a CFEM (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Naturais), mas afirmou que “tem recolhido os valores incontroversos de forma regular e exercido seu direito de defesa contra cobranças que considera indevidas”.

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Embraer: parceria com Chile
A Embraer (EMBR3) anunciou nesta terça-feira (24) uma parceria com a chilena Enaer (Empresa Nacional Aeronáutica) para a participação no desenvolvimento do jato militar KC-390, bem como o início de negociações para a venda de seis unidades à Fach (Força Aérea do Chile). 

Fosfertil
A Fosfertil (FFTL4) comunicou que, com a aquisição pela Vale, planeja extinguir a holding Fertifos, antiga controladora da empresa. Para tanto, a empresa irá propor aos acionistas a incorporação da Fertifos, com data-base em 31 de julho deste ano. Os papéis da Fosfértil operam com desvalorização de 1,18%. 

Como a Fertifos era uma empresa não-operacional, a sua existência não se justifica mais. Em nota, a companhia afirma que o objetivo desta operação é o de “simplificar a estrutura societária envolvendo essas duas companhias, evitar duplicidade de custos e, principalmente, de manter perante o mercado e os acionistas da companhia uma governança transparente”.

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Telebrás
A Telebrás (TELB3, TELB4) enviou ao Ministério das Comunicações um orçamento de R$ 1,4 bilhão para capitalizar a empresa e atender à sua parte no PNBL (Plano Nacional de Banda Larga), afirmou o presidente da companhia, Rogério Santanna.

De acordo com o executivo, R$ 600 milhões seriam reservados para investimentos ainda em 2010, ao passo em que os R$ 800 milhões restantes seriam empregados ao longo do próximo ano. As ações da estatal operam em queda de 0,60% e 0,74%, respectivamente. 

Positivo
A Positivo Informática (POSI3) divulgou investimentos de R$ 10 milhões para aumentar a capacidade produtiva de computadores em sua principal planta industrial, em Curitiba (PR). As ações operam em queda de 1,57%.

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O montante já estava previsto no orçamento e prevê a ampliação de 15,2% na capacidade de produção nominal consolidada das fábricas, passando da fabricação dos atuais 330 mil PCs por mês para 380 mil. A companhia informa, ainda, que já estará apta a operar com a capacidade ampliada antes do final do quarto trimestre deste ano.