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SÃO PAULO – Após a forte correção vista na véspera, os principais índices acionários voltam a registrar acentuadas perdas na tarde desta quinta-feira (21), com o Ibovespa recuando mais de 2,8%. Indicadores relevantes de China e Estados Unidos, além da continuação da rodada de resultados corporativos, agitam os investidores em mais um dia instável nos mercados.
Logo pela manhã, os mercados receberam os dados da atividade econômica chinesa. O PIB (Produto Interno Bruto) do país avançou 10,7% no acumulado em 2009, maior elevação anual desde 2007, reforçando as expectativas de apertos monetários e fiscais no curto prazo.
Já nos EUA, as preocupações acerca do mercado de trabalho voltaram a ganhar forças, com o Initial Claims da última semana mostrando que o número de pedidos de auxílio-desemprego chegou a 482 mil, superando as projeções de 440 mil. O desempenho também mostrou piora em relação ao relatório da semana anterior (446 mil).
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Ainda na principal economia do mundo, o calendário de resultados trouxe um tom menos pessimista aos negócios. Destaque para os lucros trimestrais de Goldman Sachs (US$ 4,95 bilhão) e Continental Airlines (US$ 85 milhões), que superaram as projeções dos analistas, levando os papéis de ambas as companhias a registrarem ganhos em Wall Street.
Destaques negativos
Esta quinta-feira marca mais um dia negativo na bolsa brasileira, com as blue chips registrando fortes perdas nesta tarde. Um dos destaques fica com o papel PNA da Vale (VALE5), que sofre queda de 2,82%, após o Credit Suisse dizer que as ações da mineradora já estão precificando o crescimento atual.
Acompanhando o declínio nas cotações das commodities metálicas, os ativos de Gerdau (GGBR4), CSN (CSNA3) e Usiminas (USIM5) operam com desvalorização entre 4% e 5%. Já as ações preferenciais da Petrobras (PETR4) caem 3,1%, no lastro do preço do petróleo. Vale ressaltar que os estoques de petróleo dos EUA subiram mais do que o esperado nesta semana, pressionando os preços da commodity no mercado futuro.
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Por fim, as ações da OGX Petróleo (OGXP3) e MMX Mineração (MMXM3), ambas pertencentes ao grupo EBX, de Eike Batista, recuam 4,86% e 4,74%, respectivamente, no principal índice da bolsa brasileira.
Novo acordo da Embraer
Partindo para o noticiário corporativo desta sessão, onde a Embraer (EMBR3) ganha destaque ao informar que assinou um acordo preliminar com a Gulf Air para que a empresa aérea comece a voar com dois jatos da fabricante de aeronaves brasileira por meio de leasing operacional. Os papéis da empresa recuam 0,7%, queda mais amena que a do benchmark.
BR Foods
O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou o pedido da BR Foods (BRFS3) para integrar a compra de insumos e serviços, como carne e grãos. Contudo, a aquisição de aves e suínos deverá permanecer isolada entre as partes. “Até o julgamento do processo de fusão no Cade, Brasil Foods e Sadia estão obrigadas a manter separadas suas marcas, estruturas administrativas e comerciais”, informa a empresa em comunicado emitido.
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As ações da companhia recuam 3,86% nesta tarde. Segundo os analistas do banco Citi, a aprovação deverá permitir a captura de parte das sinergias esperadas mesmo antes que toda a fusão seja realizada, mas mostram-se céticos quanto aos impactos nas ações. “Essa notícia é positiva para a BR Foods, mas não deve exercer qualquer reflexo material nas ações”, afirma a equipe do Citi.
Ofertas
Por fim, duas ofertas chamam a atenção nesta quinta-feira – uma por começar nesta sessão e a outra por terminar. A oferta cujo período de reservas começa agora é o IPO (Initial Public Offering) da Aliansce Shopping Centers, que pretende alocar 50 milhões de ações ordinárias por meio de sua oferta primária.
Já a oferta cujo período termina nesta quinta-feira é a da Inpar (INPR3). As reservas são prioritárias para os atuais acionistas da incorporadora, que pretende distribuir inicialmente um volume de 70 milhões de papéis ordinários, com esforços para alocar esses ativos também no exterior.