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SÃO PAULO – Dando continuidade à correção vista na última sessão, a renda variável global inicia o mês de setembro com desvalorização. Em meio às preocupações com a China e dados ruins da indústria europeia, o sentimento geral é de que o rali pode ter se adiantado à recuperação da economia.
Reforçando a cautela, a agenda dos Estados Unidos reserva os dados da atividade industrial do país, das vendas contratadas de imóveis e do gasto com construção civil. Completando as referências norte-americanas, deve ser divulgado ainda o Auto Sales, que mede as vendas de automóveis no país.
O Ibovespa futuro se descola dos movimentos internacionais, marcando alta de 0,68%. No front doméstico, as atenções se voltam para o primeiro dia de reunião do Copom (Comitê de Política Monetária). Na próxima sessão, o órgão decidirá se interromperá ou dará continuidade ao ciclo de corte na taxa Selic, iniciado em janeiro.
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Commodities
Apesar da aversão ao risco generalizada, os mercados internacionais de commodities operam sem tendência nesta terça-feira (1). Os metais negociados na LME (London Metals Exchange), fechada na segunda-feira devido a feriado local, refletem as quedas vistas na última sessão e operam em baixas significativas, com o cobre caindo 3,6%.
Em Nova York, ao contrário, a trajetória é de leve alta, seguindo o desempenho da indústria manufatureira da China, maior consumidora de metais do mundo, que avançou no ritmo mais alto desde abril de 2008. Dessa forma, o cobre é negociado com valorização de 1,2%.
No mesmo sentido, o petróleo opera com sinais inversos em Londres e Nova York, porém próximo à estabilidade. Nos mercados norte-americanos, a alta é de 0,04%, enquanto nos britânicos, o barril é negociado com queda de 0,08%.
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Outro destaque desta terça-feira – e que tem influenciado a valorização das ações de empresas sucroalcooleiras como Cosan (CSAN3), São Martinho (SMTO3) e Açúcar Guarani (ACGU3) – é a alta no preço do açúcar. Em meio a especulações de que a demanda irá superar a oferta, a commodity sobe mais de 5% em Londres, atingindo o recorde de US$ 603,60 por tonelada métrica.
Marco regulatório
Por falar em commodities, a segunda-feira teve como foco nacional o marco regulatório do setor de petróleo e gás. Os investidores devem ficar atentos aos desdobramentos da questão, já que as discussões devem se prolongar durante a semana. Na próxima quarta-feira (2), a Petrobras (PETR3, PETR4) realizará uma teleconferência sobre a lei, com o presidente José Sergio Gabrielli e o diretor Financeiro e de Relações com Investidores, Almir Guilherme Barbassa.
A proposta encaminhada pelo governo ao Congresso Nacional na última sessão prevê um regime de partilha, a criação de uma nova estatal e a capitalização da Petrobras. Ao mesmo tempo, ela mantém a exclusividade da petrolífera sobre os blocos em atividade e pelo menos 30% do petróleo a ser explorado nos campos ainda não licitados.
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Em relação à capitalização, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, presidente do Conselho da Petrobras, afirmou que o objetivo do governo é concretizar o aumento de capital da forma mais rápida possível, de forma a evitar a oscilação das ações da empresa.
Títulos e ações
No setor siderúrgico, quem fica em evidência é a subsidiária norte-americana da Gerdau (GGBR4), a Gerdau Ameristeel, que concluiu o resgate de títulos de dívida com vencimento em 2011. Os títulos totalizavam US$ 405 milhões e o valor do resgate foi de US$ 417,626 milhões. Vale lembrar que a empresa anunciou recentemente a suspensão das atividades na usina em Sand Springs, em Oklahoma, por pelo menos dois anos.
A Brasil Foods (PRGA3) também ocupa lugar de destaque, tendo informado que promoverá, até o final deste ano, a transferência de R$ 3,5 bilhões para a Sadia (SDIA4). A operação, segundo a companhia, é um “adiantamento para futuro aumento de capital, como parte do processo de saneamento financeiro da sua nova controlada”. Do montante divulgado, já foram transferidos R$ 950 milhões, ao final de julho.
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Já o frigorífico Minerva (BEEF3) informou planos de aumentar seu capital social em até R$ 159 milhões, através da emissão de no máximo 30 mil novas ações para subscrição, com preço de R$ 5,30.
Incorporação
Os acionistas da Satipel (SATI3) aprovaram a incorporação da Duratex (DURA4) em assembleia geral extraordinária. Na ocasião foi aprovado também o aumento do capital social da Companhia, de R$ 344,5 milhões para R$ 1,288 bilhão, mediante a emissão de 348.785.970 novas ações ordinárias, a serem atribuídas aos acionistas da Duratex.
Alterações nos índices
Vale lembrar que nesta sessão entram em vigor as novas carteiras dos índices da BM&F Bovespa. As alterações no portfólio do Ibovespa trazem a inclusão dos papéis ordinários da MMX Mineração (MMXM3) e a exclusão das ações ordinárias da Brasil Telecom Participações (BRTP3).