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SÃO PAULO – Com mais dinheiro circulando na economia global em meio aos estímulos fiscais e monetários por conta da pandemia de coronavírus, investidores devem se preparar para uma possível bolha no mercado acionário americano, na visão de Ray Dalio, fundador da gestora Bridgewater Associates, que tem cerca de US$ 150 bilhões em ativos sob gestão.
Durante entrevista ao portal Yahoo Finance na última semana, o megainvestidor afirmou que vê uma bolha no mercado de ações tão perigosa quanto a da internet, nos anos 2000, e como a da Grande Depressão, em 1929.
“Nos ciclos de mercado, novas ideias e tecnologias vêm e fazem revoluções – e isso é ótimo –, mas há uma tendência de investidores em extrapolar o passado e não prestar muita atenção a preço e, quando isso acontece, resulta no surgimento de uma bolha”, afirmou.
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Segundo o gestor, algumas companhias de alta performance, como as que estão em um ritmo acelerado de crescimento, têm se beneficiado, no mercado financeiro, de negociações especulativas focadas em preço. E a volatilidade elevada, disse, é resultado de uma rotação setorial na Bolsa entre companhias que tiveram bom desempenho na pandemia, como as de tecnologia, para aquelas ligadas à economia tradicional.
“Segundo nossos cálculos, a bolha não é igual à de 2000, nem à de 1929, mas algo na metade do caminho”, disse ao portal.
Em fevereiro, Dalio já havia questionado esse cenário em uma publicação no LinkedIn. Na ocasião, divulgou um estudo de sua equipe que apontava para uma série de indícios da existência de bolha em alguns setores da Bolsa americana, levantando dúvidas sobre a sustentabilidade dos preços, além da quantidade de novos investidores.
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Em um cenário de pressão inflacionária esperada para os próximos anos como consequência da liquidez injetada nas economias, o gestor tem defendido o investimento em ativos reais.
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Também no LinkedIn, Dalio questionou este mês o investimento em títulos soberanos de renda fixa, em um momento em que esses ativos oferecem “rendimentos ridiculamente baixos”, que não atendem às necessidades de longo prazo dos investidores.
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Nesse cenário, investir em “bonds“, e na maior parte dos ativos financeiros, se tornou algo “estúpido”, provocou o gestor. “Em vez de receber menos do que a inflação, por que não comprar ativos – quaisquer ativos – que igualem ou superem a inflação?”, indagou.
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