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SÃO PAULO – Próxima do seu encerramento, a aguardada temporada de resultados dos grandes bancos norte-americanos trouxe um certo alívio às recentes referências negativas sobre o setor financeiro do país, na medida em que a maioria dos balanços vieram acima do esperado por analistas.
De acordo com dados da Thomson Reuters, mais da metade das instituições do setor listadas no S&P 500 – índice que compila os papéis das 500 principais companhias dos EUA – mostrou números que surpreenderam as estimativas do mercado para o segundo trimestre.
Entre os conglomerados que publicaram um desempenho superior às expectativas no período, destaque para os dois maiores do país, Citigroup e Bank of America. Com isso, quatro das cinco maiores instituições financeiras dos EUA surpreenderam de forma favorável. A exceção fica com a Merrill Lynch.
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Resultados não afastam ceticismo
Contudo, ainda que os números tenham favorecido de uma maneira geral, não foram suficientes para afastar o ceticismo com o setor. Em meio aos inúmeros problemas que ainda rondam os mercados, a impressão de grande parte dos analistas é de que a crise entre as grandes instituições financeiras ainda está longe de terminar.
Um bom exemplo da visão cautelosa entre os especialistas pode ser dado pela declaração de Scott Sprinzen, analista da agência Standard & Poor’s, que minimizou as performances trimestrais dos principais bancos ao afirmar que só surpreenderam pois as projeções estavam exageradamente baixas, o que não significa que os resultados tenham sido bons.
Em adição, as perdas mais do que acentuadas do Wachovia e do Washington Mutual ampliaram as incertezas com o setor, já que as instituições ainda afirmaram que as expectativas para o segundo semestre deste ano apontam para a continuidade das dificuldades, devendo ocasionar novas baixas em seus balanços.
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Tensões devem continuar influenciando
A despeito dos resultados, um noticiário permeado de recomendações negativas, rumores de necessidade de capital, projeções de prejuízos e de baixas contábeis já se tornou praticamente rotina no que concerne às principais instituições financeiras internacionais, o que explica a desconfiança com o setor.
Adicionalmente, a crise do subprime completa seu primeiro aniversário e continua impactando os bancos, devido, principalmente, à exposição destes a títulos lastreados em hipotecas imobiliárias de maior risco.