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Considerada uma oportunidade que precisa ser aproveitada e um pilar tecnológico do plano político de cinco anos da China em 2021, a tecnologia blockchain é uma prioridade nacional para Pequim e tem ganhado incentivos do governo para seu desenvolvimento. Empresários, no entanto, estão cada vez menos convencidos a embarcar na empreitada.
Ao todo são quase 1.800 empresas de serviços de blockchain na China que pretendem ser integrados à maior parte da economia, de acordo com o jornal “South China Morning Post”.
Um dos programas desenvolvidos é o Blockchain Service Network (BSN), focado em infraestrutura e apoiado pelo estado, cuja ideia é permitir que desenvolvedores corporativos montem e desenvolvam código para construir aplicativos baseados em blockchain com relativa facilidade.
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Não é, contudo, uma blockchain real por si só, mas uma versão chamada “blockchain permissionada”, com controle centralizado. Nenhuma empresa ou governo – na China ou em qualquer outro lugar do mundo – quer que seus principais dados estejam descentralizados, sem que possam controlar.
Empresas ainda não estão convencidas
A grande dificuldade, contudo, é que fora da China as empresas perceberam que a blockchain para elas pode não ser muito útil. Como relatou o CoinDesk no início de 2021, a IBM, que é sinônimo de computação corporativa, desmantelou sua equipe de blockchain.
Pouco depois, a Microsoft descontinuou seu serviço blockchain na nuvem do Azure. A Food and Drug Administration (a Anvisa dos Estados Unidos), que uma vez divulgou a blockchain como parte de uma “era mais inteligente de segurança alimentar”, também abandonou a iniciativa.
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Em um relatório divulgado em 2021 sobre projetos inovadores, a empresa de pesquisa de mercado de tecnologia Gartner observou que “projetos bem-sucedidos de blockchain empresarial com permissão são escassos”.
Embora inovações como finanças descentralizadas (DeFi), pagamentos e tokenização tenham algum apelo, disse a Gartner, a blockchain para empresas não avança porque “a maioria dos usuários ainda está tentando alinhar suas necessidades à tecnologia”.
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“O valor da blockchain autorizada é difícil de entender, pois não implementa o aspecto mais revolucionário das blockchains públicas – ou seja, minimização da confiança e eliminação da autoridade central, alcançada por meio de consenso descentralizado”, escreveu a Gartner em outra publicação sobre o assunto.
Incentivos
No caso da China, empresas estão dobrando suas apostas em blockchain devido aos diversos incentivos disponíveis, como um fundo de subsídio de US$ 140 milhões em Guangzhou – embora não vejam uma utilidade real da tecnologia.
A ideia é que se o governo acha que a tecnologia ajudará suas ambições econômicas e quiser investir dinheiro nisso, as empresas ficarão felizes em concordar e jogar junto.
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Isso é especialmente verdadeiro se eles puderem alavancar tal iniciativa com os investidores para obter uma rodada de financiamento. De acordo com dados de registro corporativo disponíveis publicamente, a China chegou a atrair quase 35.000 empresas de blockchain em 2020.
Muitas delas incluíram blockchain ao seu nome apenas para acessar subsídios de desenvolvimento, enquanto outras eram apenas fraudes. Esse número, contudo, já foi reduzido para cerca de 1.800, de acordo com o relatório do jornal SCMP.
Ainda assim, pouco se sabe o que essas 1.800 empresas estão fazendo. Dados obtidos publicamente em blockchain são fundamentais para verificar quaisquer afirmações envolvendo a tecnologia.
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Mas com essas redes permissionadas, com controle central, é impossível usar um explorador de blocos (que permite a todos os interessados acompanhar as transações realizadas nas redes das criptomoedas) para inspecionar os dados e verificar as declarações de volume, algo que é central para a “máquina de confiança” que é a blockchain.
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