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SÃO PAULO – A crise política voltou com toda força após o escândalo envolvendo o presidente Michel Temer ser deflagrado na noite de quarta-feira (17). E os reflexos são bem claros nos mercados e na percepção de risco para o Brasil.
No mesmo momento em que a bolsa acionou o circuit breaker, o CDS (Credit Default Swaps) brasileiro dispara 68 pontos (alta de 33%) às 10h45, horário de Brasília, atingindo 275 pontos e voltando para o patamar verificado em janeiro deste ano. A reviravolta vem logo após o “risco-calote” atingir 197 pontos e bater a mínima dos últimos dois anos na última semana.
A disparada do “risco-calote” nesta manhã
Todo esse ambiente negativo deve-se a matéria publicada pelo jornal O Globo, qual relata que o dono da JBS, Joesley Batista, gravou o presidente Michel Temer dando aval para a compra do silêncio de Eduardo Cunha. O executivo disse que Temer indicou o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para resolver um assunto da J&F (holding que controla a JBS). Posteriormente, Rocha foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados por Joesley. Temer também ouviu do empresário que estava dando a Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro uma mesada na prisão para ficarem calados. Diante da informação, Temer incentivou: “Tem que manter isso, viu?”. Joesley disse ainda que pagou R$ 5 milhões para Cunha após sua prisão.