Roubini: dívida italiana não é sustentável e deve ser reestruturada

SÃO PAULO – “É cada vez mais claro que a dívida pública italiana é insustentável e precisa de uma reestruturação ordenada para evitar um descumprimento desordenado”, escreveu Nouriel Roubini em sua análise no Financial Times.

Roubini explica que a Itália tem uma dívida pública de 120% do PIB (Produto Interno Bruto), taxas de juro reais perto de 5% e falta crescimento e apenas para estabilizar essa dívida o país precisaria de um superávit primário de 5% do PIB, e o atual está próximo de zero. O economista alerta que em breve “as taxas de juro reais serão mais altas e o crescimento será negativo”.

Em sua análise, Roubini comenta que embora o governo de Mario Monti tenha mais credibilidade que o de Silvio Berlusconi, as restrições que ele enfrenta estão inalteradas.

Segundo o economista, a dívida do páis é insustentável e mesmo que as medidas de austeridade sustentem a dívida, a Itália e os países que se encontram em situação semelhante precisarão de um credor para apoiá-los e preveni-los da alta dos yields dos títulos soberanos enquanto tentam recuperar a credibilidade do mercado. 

“Mesmo uma reestruturação da dívida não irá resolver a falta de crescimento, a falta de competitividade, o elevado défict, nem evitar a recessão. Resolver estas questões requer uma depreciação real que poderá causar a eventual saída de Itália e de outros países membros da Zona Euro”, explica Roubini.