Saiba os riscos de investir na Karoon, cujas ações podem ser reservadas nesta sessão

Empresa continuará sendo controlada pela Karoon Australia após o IPO, e terá operações no Brasil e no Peru

Equipe InfoMoney

Publicidade

SÃO PAULO – Começou nesta quinta-feira o período de reservas para participar do IPO (Initial Public Offering) da Karoon Petróleos, prazo que se estende até o dia 9. Antes de investir, conheça os riscos desta empresa, que possui participação no Brasil e, após a capitalização, atuará também no Peru, como resultado de uma reestruturação societária.

Riscos referentes à empresa
Atualmente a empresa é 100% controlada pela Karoon Australia, sendo esta participação reduzida para 68,1% após o IPO. Portanto, a Karoon Australia continuará no grupo de controle, podendo decidir unilateralmente sobre diversas questões, tais como sobre a política de dividendos ou nomeação do Conselho de Administração.

Conforme consta no prospecto preliminar, a companhia pode enfrentar atrasos ou não conseguir realizar a reestruturação prevista. Em 21 de outubro, a Karoon assinou um contrato de opção de compra de ações com outra subsidiária da Karoon Austrália, a Kei, podendo adquirir a participação das Sociedades Australianas, detentora dos ativos peruanos, por R$ 1,28 bilhão.

Continua depois da publicidade

Além do mais, a companhia informa que ainda está desenvolvendo a plataforma na América do Sul, sendo, portanto, incerto o futuro. A empresa também ressalta que não possui nenhum histórico operacional, expondo-se a riscos que usualmente não enfrentados por empresas já estabelecidas no mercado.

Outro ponto destacado é o fato de que a empresa não é operadora de todos seus blocos de exploração. Atualmente, a Karoon opera sete blocos, sendo os outros dois operados pela Petrobras (PETR3, PETR4), situação que pode impedir a obtenção dos retornos esperados.

Enquanto isso, a empresa ainda espera a aprovação da ANP para adquirir os 20% de participação em blocos localizados na bacia de Santos, operados pela Petrobras, e da Perupetro e do governo peruano para a aquisição de 15% do bloco Z-38, na bacia de Tumbes.

Continua depois da publicidade

Fatores externos
Entre os fatores não relacionados diretamente à empresa, mudanças no mercado financeiro e no de crédito podem dificultar a obtenção de recursos e impactar o crescimento econômico, o qual também pode ser impactado pela volatilidade dos preços de petróleo e gás.

Ademais, os riscos políticos e geográficos que resultam das operações no Brasil e no Peru também são destacados, devido a condições trabalhistras, sociais, de legislação tributária e com relação às flutuações no valor do dólar sobre as moedas nacionais. A Karoon também está sujeita a alguns riscos envolvendo as especificidades do setor, tais como a possibilidade de que as áreas perfuradas não produzam petróleo ou gás em quantidades comercialmente viáveis.

Diversas regras ambientais e de obtenção de licenças também entram em foco, as quais podem afetar os custos. “Tendo em vista o recente derramamento de petróleo no Golfo do México, regras mais rígidas poderão ser adotadas para a indústria de petróleo e gás no Brasil e do Peru, a fim de prevenir desastres semelhantes nesses dois países”, destaca o prospecto.

Continua depois da publicidade

Riscos da oferta
Entre os riscos relativos à oferta, a empresa ressalta que as ações nunca foram negociadas em bolsa e, portanto, pode não desenvolver um mercado ativo, sendo que um número significativo de ações pode ser vendido logo após a oferta, impactando negativamente nas cotações, e que os acionistas podem não receber dividendos.

A empresa também destaca que os investidores sofrerão uma diluição imediata no valor contábil após a reestruturação societária e que a necessidade de capital adicional no futuro pode resultar em diluição do investidor no capital social. Quanto ao processo de formação do preço, a presença de pessoas vinculadas poderá impactar negativamente o procedimento de bookbuilding.