Santander lucra R$ 2,28 bi e bate estimativas; mais 4 balanços, Anatel ameaça intervir na Oi e outras 7 notícias

Confira os destaques do noticiário corporativo nesta quarta-feira (26)

Lara Rizério

(Bloomberg)
(Bloomberg)

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo desta quarta-feira é bastante movimentado, com destaque para a intensificação da temporada de resultados, com destaque para os números do Santander Brasil, Lojas Renner e Fibria. Recomendações e Oi também estão no radar. Confira:

Santander Brasil (SANB11)

O Santander Brasil, maior banco estrangeiro em operação no país, divulgou nesta quarta-feira que teve lucro líquido gerencial de 2,28 bilhões de reais no primeiro trimestre, alta de 37,3 por cento ante no mesmo período de 2016.

O lucro societário, que referencia a distribuição de remuneração aos acionistas, foi de 1,824 bilhão de reais no período, aumento de 50,4 por cento contra mesma etapa do ano passado.

O banco registrou índice de inadimplência de operações de crédito vencidas há mais de 90 dias de 2,9 por cento ante 3,3 por cento de um ano antes e de 3,4 por cento no trimestre anterior.

Segundo o BTG Pactual, a primeira leitura é de um resultado bastante forte, que bateu as estimativas do mercado e aumentando a percepção de que o Santander Brasil está conseguindo diminuir a sua distância de lucratividade em relação a seus pares brasileiros. 

Lojas Renner (LREN3)
A Lojas Renner registrou lucro líquido de R$ 67 milhões no 1° trimestre deste ano, alta de 2,2% ante mesma etapa de 2016. Analistas consultados pela Bloomberg estimavam lucro de R$ 66,1 milhões. Já a receita líquida cresceu em 14,7%, atingindo R$ 1,2 bilhão no período, com as vendas nas mesmas lojas crescendo 9,1% no trimestre, ajudadas pela adequada composição de estoques no início do ano e da boa aceitação dos itens de outono-inverno. 

 O desempenho mostra uma forte recuperação em relação ao avanço de 1,3 por cento nos primeiros três meses de 2016 e acontece após dois trimestres seguidos de resultado negativo dado o difícil quadro econômico no país.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado total (varejo mais produtos financeiros) da companhia somou R$ 190,4 milhões, alta de 2,5%, enquanto margens tiveram uma leve piora. A margem bruta das operação de varejo atingiu 54,4%, ante 55,6% um ano antes. A margem Ebitda ajustada total recuou 1,9 ponto percentual, a 15,4%.

De acordo com o diretor financeiro e de relações com investidores da Lojas Renner, Laurence Gomes, o desempenho superou a expectativa da companhia. Ele atribuiu o resultado a mudanças na equipe de compras, melhor abastecimento, lançamento antecipado e ajustado de coleção – que ficou disponível de imediato no site e no dia seguinte nas lojas da rede.

Ele lembrou que no começo de 2016 o desempenho foi afetado por atrasos na importação de produtos e problemas de qualidade de fornecedores, que não ocorreram este ano. Além das vendas, o executivo destacou fluxo maior de clientes, com aumento também no número de peças por venda. As bandeiras Camicado e Youcom também contribuíram, com aumentos de vendas de 26% e 100%, respectivamente. 

Laurence afirmou que não houve mudança no ritmo de vendas nas primeiras semanas de abril, mas considerou prematuro uma estimativa de tendência para o segundo trimestre. “É muito cedo para estimar algum coisa para trimestre, que tem datas importantes, como o Dia das Mães e Dias dos Namorados, bem como o clima é muito importante para o período”, disse. 

Segundo o Safra, os “resultados foram bons em termos gerais, principalmente devido à forte recuperação nas vendas mesmas lojas”. 

Fibria (FIBR3)

A Fibria, maior produtora de celulose de eucalipto do mundo, informou na noite de segunda-feira que teve lucro líquido de 329 milhões de reais no primeiro trimestre, queda ante lucro de 978 milhões em igual etapa de 2016.

O resultado operacional da companhia medido pelo Ebitda (lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização, na sigla em inglês) somou 644 milhões de reais entre janeiro e março, em termos ajustados, queda de 49 por cento contra um ano antes.

O Bradesco BBI espera reação negativa a resultados “decepcionantes”; “momentum positivo dos preços da celulose provavelmente desaparecerá no segundo semestre, enquanto o real permanece em níveis valorizados, pesando ainda mais sobre as margens”. 

WEG (WEGE3)

A WEG teve lucro líquido de 257,7 milhões de reais no primeiro trimestre, queda de 8,7 por cento sobre o resultado obtido um ano antes, pressionada por queda na receita com vendas no mercado brasileiro e no exterior.

A fabricante de motores elétricos e tintas industriais teve geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de cerca de 331 milhões de reais nos três meses encerrados em março, queda de 3,3 por cento sobre o desempenho de um ano antes.

Engie Brasil (EGIE3)
A geradora de energia elétrica Engie Brasil Energia fechou o 1° trimestre com lucro líquido de R$ 450,7 milhões, alta de 29,8% ante mesmo período do ano passado, informou a companhia nesta terça-feira. A elétrica, controlada pela francesa Engie , apurou uma geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 885,5 milhões no período.

JBS (JBSS3)

Auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) implica oito ex-diretores do BNDES, entre eles o ex-presidente da instituição, Luciano Coutinho, por suposto favorecimento à JBS S/A, dona da marca Friboi, na compra do frigorífico americano Swift Foods, em 2007. Conforme relatório técnico da corte, ao qual o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso, os executivos teriam cometido irregularidades na aprovação de um aporte de US$ 750 milhões (R$ 2,3 bilhões, em valores atuais) para a aquisição da empresa estrangeira.

O investimento foi uma das operações do BNDESPar – braço do BNDES para a compra de participação em empresas -, feitas para capitalizar a JBS, dando apoio a seu crescimento e internacionalização. Com o investimento, o banco público passou a ser sócio do grupo brasileiro. A estratégia foi amplamente adotada nos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, com vistas à criação de “campeões nacionais” em alguns setores da economia. Para viabilizar a aquisição da Swift, o grupo brasileiro solicitou em maio de 2007 apoio de cerca de US$ 600 milhões do BNDESPar, mediante subscrição de ações. Em junho, após uma análise feita pelo banco, o valor do aporte aumentou para US$ 750 milhões. Com a incorporação da gigante americana, a JBS se tornou à época a terceira maior empresa de carne bovina dos EUA.

A auditoria do TCU diz que os atos dos então dirigentes do BNDES atentaram contra regras do próprio banco e “os princípios constitucionais da moralidade, da impessoalidade e da eficiência”. Foi constatado que o BNDESPar pagou ágio de R$ 0,50 para cada uma das cerca de 139 milhões de ações, o que resultou em prejuízo de R$ 69,7 milhões. De acordo com o documento, não cabia o pagamento do prêmio, pois não havia “quaisquer razões de cunho mercadológico” que justificassem “oferecer valor maior que o preço justo” para a transação. Os auditores propõem aos ministros da Corte a abertura de uma tomada de contas especial para aprofundar a investigação sobre essas perdas e cobrar eventual ressarcimento. Além dos oito ex-diretores, 11 servidores do BNDES, que participaram do negócio, são apontados como responsáveis. Confira mais detalhes clicando aqui.

Recomendações
A B3 (BVMF3) teve a cobertura reiniciada com recomendação outperform pelo Itaú BBA, com preço-justo de R$ 21,50.

Natura (NATU3)
A Natura confirmou, em esclarecimento à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que avalia eventual compra da rede The Body Shop. A empresa disse, contudo, que não pode assegurar que tal processo resulte na consumação de uma transação de qualquer natureza e que, no momento, não existe compromisso vinculante envolvendo a tal operação. 

A CVM questionou a empresa após reportagem da Bloomberg apontar que a L’Oréal havia escolhido a Natura como uma das finalistas da próxima rodada de ofertas pela The Body Shop. Na segunda-feira, as ações da empresa subiram 3,28%, enquanto hoje avançaram 0,51%.

BRF (BRFS3)
A BRF disse, por meio de comunicado enviado ao mercado, que vem adotando medidas preparatórias para buscar tanto uma colocação privada de ações, como uma oferta pública inicial de ações (IPO) na Bolsa de Valores de Londres para a One Foods. A empresa se manifestou após temores do mercado de que a BRF abandone seus planos para a unidade halal devido ao impacto gerado pela Operação Carne Fraca. 

Em comunicado, a BRF disse que não houve uma decisão final a respeito da estratégia para eventual capitalização da One Foods e que continua analisando as possibilidades, levando em consideração fatores que afetem o mercado como um todo. 

Oi (OIBR4)
A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) condenou nesta terça-feira o ex-presidente da Oi Zeinal Bava por quebra de silêncio em oferta da empresa. Por unanimidade, o colegiado da CVM decidiu aplicar uma multa no valor de R$ 200 mil. Bava ainda pode apresentar recurso com efeito suspensivo ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional, informa a CVM em comunicado divulgado esta noite em seu site. 

Segundo a autarquia, o então presidente da Oi, Zeinal Bava, deu declarações durante evento promovido pela empresa com presença de jornalistas em março de 2014, falando dos benefícios da fusão com a Portugal Telecom, enquanto oferta de ações vinculada à operação estava em análise na autarquia.

Já a Folha informa que, em carta sigilosa, o presidente da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), Juarez Quadros, e os quatro conselheiros da agência enviaram carta sigilosa ao ministro Gilberto Kassab (Comunicações) há três semanas para dizer que intervirão na Oi caso o governo não edite a medida provisória que permitirá intervenção plena na tele, e não só na telefonia fixa (concessão).  

Sabesp (SBSP3)

O Projeto de Aproveitamento das Águas do Rio Itapanhaú receberá R$ 147,9 milhões do PAC para atender São Paulo e região metropolitana, segundo portaria publicada pelo Ministério das Cidades nesta quarta-feira no Diário Oficial.

O projeto visa remediar “crise hídrica que assola a Região Sudeste do país, em especial a Região Metropolitana de São Paulo”. O valor de investimento é de R$ 164,4 milhões e o “aproveitamento da Bacia Rio Itapanhaú será realizado
mediante sistema de reversão de águas do Ribeirão Sertãozinho (formador do Rio Itapanhaú) para o reservatório de Biritiba (Bacia Alto Tietê), visando o reforço da
capacidade de produção de água do Sistema Produtor Alto Tietê”, segundo website da Sabesp. 

BTG Pactual Participations  (BBTG12)

O BTG Pactual Participations diz que tomará as medidas cabíveis sobre cotação de unit abaixo de R$ 1, “incluindo, mas não se limitando, a eventuais alterações na composição de suas units BBTG12”, segundo comunicado em resposta a ofício da B3.

As units BBTG12 são atualmente compostas por 1 BDR representativo de uma ação classe A e 2 BDR representativos, cada, de uma ação classe B, diz a companhia. O ofício da B3 diz que units BBTG12 ficaram cotadas abaixo de R$ 1,00 por 30 pregões seguidos, entre 21 de fevereiro e 5 de abril, “o que configura o descumprimento” ao regulamento para listagem de emissores e adesão à negociação de valores mobiliários e do manual do emissor. A B3 pede que BTG Pactual Participations tome medidas cabíveis para enquadrar a cotação até 10 de outubro ou até a data da 1ª assembleia geral a ser realizada após o recebimento da notificação.

A BTG Pactual Participations diz ainda que “considerando as condições oferecidas para os acionistas que eventualmente optarem pela migração de suas units BBTG11 para units BPAC11 e units BBTG12 até 11 de agosto de 2017”, “pretende
aguardar o término do período inicial, quando terá uma melhor visibilidade dos resultados da referida migração, para informar procedimentos detalhados e datas específicas para atendimento” ao ofício da B3.

BR Properties (BRPR3)

A BR Properties comunicou ao mercado a compra do Edifício Imbuia por R$ 49,4 milhões. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.