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SÃO PAULO – Não importa quem vai ganhar as eleições presidenciais de 2014: o próximo ano, 2015, será muito difícil devido aos ajustes que devem ser feitos para que a economia brasileira volte a crescer. Esta é a avaliação do economista Alexandre Schwartsman, que destaca: “a perspectiva ruim não é algo temporário”.
Durante o 1º Fórum Liberdade e Democracia de São Paulo, o economista destacou que o crescimento do Brasil não é mais tão vigoroso e que Dilma Rousseff entrega o governo com o terceiro pior crescimento do PIB (ganhando apenas de Fernando Collor e Floriano Peixoto), ao mesmo tempo que a inflação está alta.
As respostas oficiais, aponta Schwartsman, é de que há pessimismo generalizado e o mundo está crescendo menos, algo que não é confirmado pelos números, uma vez que o Brasil está crescendo numa velocidade menor do que o planeta.
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O economista ressalta alguns pontos para o baixo crescimento, como a produtividade baixa e a mudança demográfica, que tem restringido o crescimento do mercado de trabalho. A produtividade, aponta, está em uma trajetória de desaceleração nítida, refletindo o clima de negócios ruim, enquanto o investimento é muito baixo.
Com relação à demografia, a população em idade ativa vem decrescendo, enquanto há uma entrada menor de pessoas economicamente ativas no mercado de trabalho. “Por esses fatores, a capacidade do Brasil crescer é baixa e é preciso voltar para a agenda de reformas para reativar o crescimento”, afirma.
Em meio à inflação persistentemente alta e o desequilíbrio externo não ficando ainda maior só porque a economia estagnou, além do represamento de preços administrados, o próximo ano não será nada fácil, afirma o economista.
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“Se tudo der certo e houver um gestor sério, 2015 será um ano que fará com que tenhamos saudades de 2014”, afirma. Isso porque será preciso fazer um ajuste fiscal com aumento de impostos, liberar preços administrados – que levou à distorção de preços e prejudiciou tanto a Petrobras quanto o setor alcooleiro -, além de deixar o câmbio flutante, afirma.
“Se for feita a coisa certa, 2015 será um ano horroroso. Claro, tem melhores perspectivas para 2016, é claro, mas a agenda de reformas tem que ser impulsionada”. Schwartsman afirmou esperar que, com a mudança de governo, haja uma inversão de prioridades.