Serviços e varejo no Brasil, discurso de Powell nos EUA e PIB da China: o que acompanhar na semana

Tudo o que o investidor precisa saber antes de operar na semana

Mitchel Diniz

(Getty Images)
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A semana começa com a escalada de tensões geopolíticas no Oriente Médio, que renovou o sentimento de aversão ao risco no mercado financeiro e fez o preço do petróleo disparar na última sexta-feira.

“Há bons motivos para se antever que uma vez que Israel – nem a comunidade das nações – não tem um plano para a população palestina após o ataque é de se esperar mais inflamação na região com efeitos mais espraiados, aí sim, sobre o preço dos ativos”, afirma o economista André Perfeito.

No Brasil, distante do conflito, a semana é de destaque para indicadores de atividade econômica do mês de agosto. A sequência de dados começa com a divulgação da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) na terça-feira, seguida pelas vendas no varejo, na quarta.

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“O setor de serviços deve continuar se mostrando mais dinâmico em relação aos demais, enquanto o comércio deve recuar na margem”, diz análise do Bradesco.

Para o primeiro indicador, o Itaú estima crescimento anual de 0,3%, sendo os serviços às famílias o componente mais importante da pesquisa a se observar. No caso do varejo, o banco projeta uma retração mensal de 0,4% no índice amplo.

Na quinta-feira, ainda tem o indicador de atividade econômica do Banco Central, o IBC-Br, com estimativa de queda mensal de 0,3%.

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Em Brasília, há chances da Câmara votar a proposta de taxação de investimentos no exterior e fundos exclusivos.

Destaques do exterior

Na agenda dos Estados Unidos, os destaques também são indicadores de atividade econômica. Na terça-feira (17) saem as vendas do varejo e a produção industrial.

Para o primeiro indicador, o consenso aponta para uma alta de 0,3% em setembro na comparação com agosto. Para a indústria, a expectativa é de estabilidade, na mesma base de comparação.

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Os números devem mostrar se o consumo nos Estados Unidos está desaquecendo e qual o ritmo de recuperação da atividade manufatureira do país.

Os investidores também devem ficar atentos a uma série de discursos de dirigentes do Fed, a começar por Patrick Harker, presidente do Federal Reserve da Filadélfia, já nesta segunda-feira. Na semana passada, ele afirmou que os BC americano tem condições de parar de subir juros.

Harker é um dos membros votantes do Comitê de Mercado Aberto, o Fomc, que vai se reunir nos próximos dias 31 de outubro e 1 de novembro.

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Mas a semana também traz novas falas de dirigentes que são a favor da continuidade do ciclo de aperto monetário, como Michelle Bowman e Chris Waller, diretores do Fed.

Na quinta-feira, em uma agenda carregada de discursos de dirigentes, o destaque é a participação do chairman Jerome Powell em uma discussão sobre perspectivas para a economia americana, em Nova York.

Mas antes disso, na quarta-feira, tem o Livro Bege, documento que traz uma visão geral de lideranças econômicas nos doze distritos do BC americano.

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Balanços das empresas

A temporada de resultados trimestrais das empresas americanas começou com números sólidos do JP Morgan, Wells Fargo e Citigroup. Na terça-feira (17) saem os balanços de Bank of America e Morgan Stanley. Na quarta-feira (18) é a vez do Goldman Sachs.

Nesse mesmo dia, os balanços da Netflix e da Tesla marcam a estreia de grandes empresas de tecnologia na temporada de resultados.

Confira o calendário de resultados do 3º trimestre de 2023 da Bolsa brasileira

PIB chinês no radar

O calendário econômico chinês está movimentado nos próximos dias. A semana já começa com decisão sobre juros dos empréstimos pelo Banco Central do país. O consenso do mercado prevê que as taxas sejam mantidas. Mas há chances do BC chinês reavaliar sua política monetária, diante da crise de liquidez no setor mobiliário do país.

A quarta-feira é o dia mais esperado, com a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) da China no terceiro trimestre. A expectativa é de um crescimento anual de 4,4%, uma desaceleração ante o avanço de 6,3% no segundo trimestre.

Caso a previsão se confirme, a meta de crescimento anual do governo chinês para a economia, de 5%, corre o risco de não se concretizar.

No mesmo dia da divulgação do PIB, também estão previstos os dados de vendas do varejo, produção industrial e taxa de desemprego.

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados