Setor de consumo lidera recomendações pelo 11º mês consecutivo em outubro

Perspectivas de crescimento econômico elevam confiança dos investidores e analistas; setor financeiro obteve segundo lugar

Anderson Figo

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SÃO PAULO – O setor de consumo e varejo foi votado como o favorito pelos analistas em suas carteiras relativas a outubro pelo 11º mês consecutivo. As recomendações para este mês ficaram em 45 – mesmo número auferido no mês passado e abaixo recorde de 54 registrado em junho.

O setor financeiro, em segundo lugar, aparece logo atrás, com 44 recomendações – oito a mais que em setembro. Já o setor imobiliário e de construção ficou em terceiro lugar, com 31 (também alta de oito votos). As três primeiras posições no ranking de setores mais recomendados elaborado pela InfoMoney não foram mantidas em outubro em relação a setembro, visto que, no último mês, o setor de energia e saneamento completou o terceiro lugar no pódio.

As 29 carteiras consideradas este mês, que incluíram bancos e corretoras, foram: Bank of America Merrill Lynch, Planner, Souza Barros, BB Investimentos, Itaú Corretora, Bradesco, Citi Corretora, BTG Pactual, Brascan, XP Investimentos, Omar Camargo (2 carteiras), HSBC, Link Investimentos, Ágora (2 carteiras), Coinvalores, Santander (3 carteiras), Credit Suisse (2 carteiras), PAX Corretora, Geração Futuro, SLW (3 carteiras), Win e Banif.

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Entre todas as carteiras publicadas pela InfoMoney em outubro, não foram considerados apenas os portfólios com sugestões de ações baseadas na perspectiva de pagamento de proventos.

Consumo em alta
O setor de consumo completou em outubro 11 meses na liderança das carteiras recomendadas, impulsionado pelas perspectivas otimistas para a economia brasileira, que também alimentam as análises favoráveis às companhias do setor financeiro, impulsionado pela contínua tendência de expansão do crédito.

Na última versão do Relatório Focus, do Banco Central, o mercado manteve suas projeções de forte crescimento da economia brasileira neste ano. Segundo o documento, a perspectiva é de que o PIB (Produto Interno Bruto) nacional chegue a 7,55% ao final de 2010. Na última semana, o FMI afirmou que as economias emergentes devem crescer até três vezes mais que os países desenvolvidos. Para o Brasil, em específico, a expectativa do órgão em relação ao crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) aumentou de 7,1% para 7,5%.

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Setores   Recomendações  
Consumo e Varejo 45
Financeiro 44
Imobiliário e Construção 31
Energia e Saneamento 28
Industrial 26
Petróleo e Gás 22
Mineração 21
Transporte 19
Siderúrgico 15
Telecomunicações 12
Papel e Celulose 6
Petroquímico 4
Tecnologia e Internet 3

Apesar dessas perspectivas, o INC (Índice Nacional de Confiança do Consumidor) recuou em setembro, mas ainda assim manteve patamar elevado, atingindo 153 pontos – contra o mesmo mês de 2009, quando o INC estava em 135 pontos, houve alta de 18 pontos. O estudo indica otimismo quando está acima de 100 pontos e pessimismo quando se encontra abaixo dessa pontuação.

“O comércio está feliz com esse resultado, que mostra que o nível de confiança do nosso consumidor subiu bem em relação ao ano passado e vem em ascensão este ano, indicando que deveremos ter um dos melhores natais da década”, afirmou na ocasião o presidente da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), responsável pelo índice, Alencar Burti.

Além disso, com maior poder de compra, os consumidores adquiriram mais livros, móveis e eletrodomésticos em agosto. Com isso, as vendas do comércio varejista registraram crescimento no oitavo mês do ano, de acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

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Segundo o estudo, o aumento das vendas foi de 2% frente a julho e de 10,4% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Dentre os segmentos que foram destaque, estava o de “Livros, jornais, revista e papelaria”, cujo aumento das vendas foi de 3,5% na comparação com julho e de 13,7% frente a agosto de 2009.

Juros e crédito
Ampliando as boas perspectivas aos setores, o cartão como alternativa de crédito tem crescido entre as classes econômicas. Uma pesquisa do Ibope com o Target Group Index revelou que entre 2005 e 2009 houve expansão de 8 pontos percentuais do produto financeiro tanto entre a classe AB como entre a classe C.

A pesquisa mostrou que, em 2005, 66% dos que pertencem à classe AB tinham a moeda de plástico, ao passo que em 2009, o percentual alcançou os 74%. Considerando os que pertencem à classe C, 45% tinham cartão de crédito em 2005. No ano passado, esse percentual passou para 53%.

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Também no noticiário, a taxa média de juros cobrada nos financiamentos à pessoa física recuou 1 ponto base em setembro, registrando a menor taxa da série histórica iniciada em 1995. No nono mês do ano, os juros médios ficaram em 6,74% ao mês e, em agosto, a taxa era de 6,75%.

De acordo com dados divulgados pela Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), essa queda pode ser atribuída ao bom momento pelo qual passa a economia brasileira, à normalização do mercado externo após período de grande turbulência provocado pela crise nos países europeus (Grécia, Portugal e Espanha) e à normalização do crédito no mercado internacional.

Pesando positivamente nas projeções aos bancos, os consumidores das classes sociais mais baixas, especialmente os situados na faixa inferior de renda, procuraram mais crédito no mês passado, frente a agosto, apontou o Indicador Serasa Experian da Demanda do Consumidor por Crédito. Considerando os consumidores que recebem até R$ 500, a demanda por crédito avançou 2,8%. Seguindo pela mesma tendência, os que ganham entre R$ 500 a R$ 1 mil tiveram alta de 1,2% no indicador.

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Na outra ponta, os consumidores com ganhos entre R$ 5 mil e R$ 10 mil e aqueles que recebem acima de R$ 10 mil apresentaram, cada um, recuo de 1,3% na procura por crédito. O indicador mostrou que, em setembro, os consumidores com renda entre R$ 2 mil e R$ 5 mil mensais registraram a segunda maior queda, de 1,1%.

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