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O diretor-presidente da SLC Agrícola (SLCE3), Aurélio Pavinato, disse a analistas de mercado, nesta quarta-feira (16), em teleconferência de apresentação dos resultados de 2021, que os fertilizantes preocupam para 2023 e que o insumo “é o tema mais desafiante do momento”.
Por conta da Rússia ser um grande produtor e estar sofrendo bloqueios para exportação do produto, o insumo passou a receber total atenção por parte do governo, produtores e consumidores.
“Os preços dos fertilizantes estão altos”, resumiu Pavinato, acrescentando que os 50% do insumo já adquiridos pela empresa para a safra 2022/23 “foram comprados por preços adequados”.
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“O que falta comprar, não se sabe quanto vamos pagar. Hoje, os preços estão altos. O nitrogênio estava caindo, aí veio a guerra (Rússia-Ucrânia) e voltou para um patamar muito alto. O potássio e fósforo estão em patamares altos, nesse momento de tensão”, disse.
E complementou: “O que vai acontecer? Tudo depende da evolução da guerra. O que a gente sabe é que historicamente os preços de fertilizantes não ficam muito alto por muito tempo. A expectativa que haja ajuste nesses preços. Mas, independente disso, a nossa visão para 2023 é a de preços mais altos de fertilizantes, custos mais altos em 2023 e preços mais altos das commodities – então, com isso (preços altos de commodities), garantimos boas margem em 2023”.
Assim, segundo o executivo, 2023 será o ano com cenário de aumento de custo. Porém, ele disse, que “todo o aumento de custo projetado para safra 2022/23 será compensando pelo aumento de preços de nossas commodities agrícolas (soja, milho e algodão)”.
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O executivo disse ainda que 2022 “está praticamente dado. A safra está praticamente garantida. O ano de 2022 será tão bom como 2021 em termos de margem”.
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Fertilizantes adquiridos
Segundo ele, os insumos da safra 2021/22 foram comprado por um preço histórico (alto). “Com isso, nosso custo de produção safra 2021-22 é um custo sob controle”, ressaltou, acrescentando que a empresa já comprou metade dos fertilizantes para a próxima safra (2022/23).
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“Compramos especialmente o potássio, que é um produto em que Rússia e a Belarus (países aliados na guerra contra a Ucrânia) mais ofertam para o mundo: 40% das exportações mundiais vêm dos dois países”, disse. “Nós (já) compramos 83% do nosso potássio. Estamos com dependência muito menor”.
De acordo ainda com Pavinato, “a expectativa é ter suprimento de acordo com a necessidade de fertilizantes para o próximo plantio (safra 2022/23)”. Mas crê em dificuldades ano que vem, caso continue o conflito na Ucrânia.
Os executivos da empresa destacaram ainda que já compraram 83% do cloreto de potássio, 59% dos defensivos e 49% dos fosfatados para a próxima safra.
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Potássio
Aurélio Pavinato falou ainda sobre possíveis desabastecimento de potássio e ressaltou que “os fertilizantes, até começar a guerra (Rússia-Ucrânia), tinham duas variáveis: demanda e o preço que estava afetando a demanda. Agora entrou a terceira variável: a de suprimentos”.
Segundo ele, “a questão é quando a Rússia e a Belarus vão conseguir enviar fertilizantes ao mercado internacional. São dois países exportadores”.
O executivo explicou que no nitrogênio, os dois países fornecem 10%, e não crê que afetará o suprimento mundial; já no fósforo, os dois países produzem apenas 6%. “Também é um nutriente que não terá desabastecimento com dificuldade logística por causa da guerra”, disse.
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“Agora o potássio, os dois países produzem 36% – eles representam 40% das exportações. Não exportar significa provocar um desabastecimento mundial”, ressaltou.
“A SLC felizmente tem o produto para a próxima safra. Acreditamos que até a safra seguinte não tenha mais guerra e o problema resolvido. Mas nós temos um problema de desabastecimento mundial hoje especialmente do potássio”, disse.
Conforme o executivo, devidos aos preços altos de fertilizantes praticados antes mesmo da guerra na Ucrânia, a procura pelo insumo já havia caído aqui e nos Estados Unidos. Ele crê que isso ainda pode ocorrer mais. É possível no Brasil, segundo ele, aplicar menos potássio na cultura agrícola.
Balanço da SLC Agrícola (SLCE3)
A SLC Agrícola (SLCE3) registrou lucro líquido consolidado de R$ 192,9 milhões no quarto trimestre de 2021, o que representa um crescimento de 29,4% em relação ao mesmo trimestre de 2020.
As ações da empresa registram queda de 2,87%, cotadas a R$ 48,72.
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