SLC (SLCE3) reverte prejuízo e tem lucro de R$ 167 milhões no terceiro trimestre

No ano, companhia registra queda de 9,4% no resultado líquido

Alexandre Inacio

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A SLC Agrícola (SLCE3) encerrou o terceiro trimestre do ano com lucro líquido de R$ 167,2 milhões. O desempenho do período reverte um prejuízo líquido de R$ 78,3 milhões registrado entre julho e setembro do ano passado.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) no terceiro trimestre subiu 25,5%, para R$ 491,9 milhões. Já a receita registrou crescimento de 21,8%, para R$ 1,64 bilhão.

Ivo Brum, CFO da SLC Agrícola (Fabiano Panizzi/Divulgação)

O resultado trimestral confirmou a tese da companhia vendida aos investidores no início do ano, de que seria possível recuperar os níveis de produtividade, mesmo com uma redução no volume de fertilizantes aplicado nas lavouras.

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“Acreditávamos que tínhamos um residual de fertilizante no solo porque sempre trabalhamos com o copo cheio. Isso nos permitiu reduzir o uso de fósforo e potássio em 20%, para preservar as margens”, disse Ivo Brum, CFO da SLC ao IM Business.

Encerrada a colheita da safra 2022/23, a companhia registrou produtividade de 3.904 quilos por hectare na soja, queda de 1,8% ante o recorde da safra anterior. No algodão, o rendimento alcançou 2.025 quilos por hectare (+7%), e no milho foi de 7.666 quilos por hectare (+22%)

A partir de agora, as atenções se voltam para o plantio do ciclo 2023/24, iniciado com a soja em setembro. A companhia já concluiu os trabalhos em 71,3% dos 336,7 mil hectares que serão semeados até o fim do ano.

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O tempo seco, por causa do El Niño, tem atrasado o plantio em todo o Centro-Oeste. A SLC, está reduzindo em 3% da área dedicada à soja, em relação à última safra. Para o executivo, atrasar o plantio da soja não é o fator mais preocupante. O que vai exigir atenção será o plantio da segunda safra de milho.

“Não me surpreenderia se tivermos no Brasil uma redução na área plantada com milho na segunda safra por conta do atraso no plantio da soja agora. Precisaremos ver como o mercado vai reagir e se valerá a pena correr o risco de plantar o milho fora da janela ideal”, disse Brum.

A SLC anunciou que fará um corte de 24,8% na área destinada à segunda safra de milho, para 103,4 mil hectares no ciclo 2023/24. Mas o fator determinante não é o clima, mas a baixa rentabilidade que o cereal oferece no atual momento do mercado.

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Em termos de hegde, 45,8% da próxima safra de soja já está com preço de venda travado, a US$ 12,74 por bushel, em média. Para o milho, 32,2% da produção está fixada a US$ 8,12, enquanto 13,5% do algodão está garantido a 86,04 centavos de dólar por libra-peso.

“Para a soja e o milho, os percentuais de hedge estão em linha com nosso histórico. Já para o algodão, estamos um pouco atrasados pela falta de liquidez que temos encontrado no mercado”, afirma Brum.

Segundo o executivo, os importadores demonstram um certo receio em antecipar demais as compras diante das incertezas da economia global. Contudo, não está descartada uma reação dos preços entre fevereiro e março.

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Isso porque os atuais níveis de preços não são atrativos para os agricultores americanos. Caso não haja uma reação do mercado até lá, poderá haver uma queda na área plantada nos Estados Unidos em 2024, na visão da SLC.

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