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SÃO PAULO – Esta segunda-feira (14) foi dia de euforia na Bovespa, com a espera pelas pesquisas eleitorais que sairão ao longo da semana – e a especulação de que a popularidade da presidente Dilma diminua. As maiores altas ficaram com as ações das estatais – com Petrobras subindo quase 5% -, bancos e elétricas. Embraer (EMBR3, +3,28%, R$ 22,07) também se destacou após notícia sobre novas parcerias comerciais, além das 7 small caps que darão isenção de Imposto de Renda aos seus investidores.
Mas nem tudo subiu neste dia tão animado na bolsa brasileira. Na ponta debaixo, a Gol (GOLL4, -1,56%, R$ 13,24), caiu depois de ter sido a “campeã” do Ibovespa na semana passada, enquanto o Pão de Açúcar (PCAR4, -2,08%, R$ 103,90) afundou após a família Diniz vender mais ações do grupo em leilão na Bovespa. A maior queda do dia, no entanto, ficou com a Oi (OIBR4, -3,11%, R$ 1,56), que permanece em sua interminável novela com o BES e a Portugal Telecom.
Ao todo, 23 ações se destacaram na Bovespa nesta segunda-feira. Confira:
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Petrobras (PETR3, R$ 17,66, +3,88%; PETR4, R$ 19,10, +4,49%)
A petrolífera foi incluída na lista de destaque da América Latina do Goldman Sachs, que manteve recomendação da compra para o papel. Além disso, a empresa vem sendo beneficiada por expectativas de que as próximas pesquisas eleitorais apontem para queda de Dilma Rousseff nas intenções de voto. A primeira a ser divulgada pós-Copa deve ser do Datafolha, que vai revelar os números a partir desta quarta-feira.
Esta sessão foi a 4ª consecutiva que os papéis da Petrobras subiram, tendo alcançado seu maior patamar desde 25 de novembro do ano passado.
Estatais e bancos
Também na ponta de cima do índice ficaram as ações do Bradesco (BBDC3, 4,06%, R$ 35,62; BBDC4, 3,61%, R$ 34,40), Banco do Brasil (BBAS3, +2,63%, R$ 26,97) e Itaú (ITUB4, R$ 33,93, +2,29%) que também subiram com a expectativa da divulgação de novas pesquisas eleitorais. Vale mencionar que junto com as estatais, as ações dos bancos foram as que mais se beneficiaram no “rali eleitoral” no período pré-Copa.
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A estatal Eletrobras (ELET3, R$ 11,17, +3,71; ELET6, R$ 11,07, +2,79%) também fechou em alta. O conselho de administração da Eletrobras aprovou em reunião na sexta-feira a alteração do modelo de governança de suas distribuidoras, em uma reestruturação organizacional que prevê a criação do cargo de diretor-presidente para essas companhias. A reestruturação tem como foco o “reforço da estrutura local, através da descentralização das atividade operacionais com expectativa de ganhos na qualidade do atendimento e dos serviços prestados, preservando-se, contudo, a centralização das atividades corporativas das EDE’s, sob a coordenação da diretoria de distribuição da Eletrobras”.
Embraer (EMBR3, R$ 22,07, +3,28%)
A Embraer atingiu seu maior patamar na história da Bovespa nesta segunda-feira, em meio a uma série de novidades divulgadas pela empresa. A começar pelos dados operacionais do segundo trimestre, mostrando que a fabricante de aeronaves entregou 29 jatos comerciais e 29 executivos entre os meses de abril a junho deste ano, totalizando 58 jatos, ante 51 entregues no mesmo período de 2013.
A Embraer divulgou também suas perspectivas de mercado de 2014 a 2033. A empresa prevê a entrega de 6.250 jatos no segmento de 70 a 130 assentos nos próximos 30 anos. Por fim, a empresa anunciou hoje que recebeu uma encomenda de 50 jatos E175-E2 da Trans States Holdings, controladora das companhias aéreas Trans State Airlines, Compass Airlines e GoJet Airlines.
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Small caps isentas de IR
Na última sexta-feira, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) divulgou uma lista com 7 empresas cujos investidores terão isenção de Imposto de Renda na negociação das ações. A lista faz parte do “pacotão” de medidas pró-mercado anunciadas no final de junho pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.
A lista é composta por HRT (HRTP3, +6,19%, R$ 1,20), General Shopping (GSHP3, +3,29%, R$ 8,16), Nutriplant (NUTR3, +9,15%, R$ 1,79), Senior Solutions (SNSL3, +1,62%, R$ 8,16), Renar Maçãs (RNAR3, R$ 0,20, +5,26%), Brasil Agro (AGRO3, R$ 9,60, -1,54%) e CR2 Empreendimentos (CRDE3, R$ 3,01, -1,31%).
Vale (VALE3, +0,52%, R$ 30,86; VALE5, +0,80%, R$ 27,82)
O minério de ferro no mercado à vista da China e os contratos futuros do aço atingiram suas máximas de sete semanas nesta segunda-feira com a expectativa de uma demanda mais firme no país, devido a maiores gastos com infraestrutura e moradias de baixo custo. O minério com teor de 62% de ferro, uma referência para o mercado, atingiu US$ 97,90 por tonelada, ampliando a recuperação após atingir a mínima de 21 meses, a US$ 89, em meados de junho, segundo dados do Steel Index.
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A China vem acelerando as medidas para estimular sua economia, que cresceu 7,4% no primeiro trimestre deste ano, menor ritmo em seis trimestres.
Pão de Açúcar (PCAR4, R$ 103,98, –2,01%)
A família Diniz, fundadora do Grupo Pão de Açúcar, vendeu ações da varejista no pregão desta segunda-feira, segundo a assessoria de imprensa da Península, empresa responsável pelos investimentos do empresário Abilio Diniz. Abilio, que deixou o comando do Conselho de Administração do GPA no ano passado, já havia vendido todas as ações do GPA que mantinha em seu nome em maio. Na época, a Península informou que membros da família continuavam como acionistas do GPA.
Segundo dados da Bovespa, foram negociados cerca de 11,5 milhões de ações preferenciais, cotadas a R$ 103,58 cada uma – desconto de 2,4% sobre o preço de fechamento da sessão da sexta-feira. O papel fechou esta sexta-feira cotado a R$ 106,11.
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BTG Pactual (BBTG11, R$ 34,50, +1,02%)
O BTG Pactual adquiriu o banco suíço BSI por 1,5 bilhão de francos suíços (US$ 1,7 bilhão ou R$ 3,73 bilhões) em dinheiro e ações, se desfazendo de uma unidade deficitária e aumentando sua solidez financeira. Para o BTG Pactual, o acordo implica uma expansão de seu negócio de gestão de recursos, com a adição de uma grande presença na Suíça, que ainda é o maior mercado financeiro offshore do mundo.
O acordo, que o presidente-executivo da Generali, Mario Greco, chamou de “operação complexa”, põe fim a mais de dois anos de pesquisa da Generali para encontrar um comprador adequado para um ativo que perdera apelo diante da implacável pressão dos Estados Unidos e outras nações ocidentais em relação ao sigilo bancário suíço. Sob os termos do acordo, a parcela que a Generali receberá em dinheiro será de 1,2 bilhão de francos suíços. A transação, sujeita à aprovação regulatória, deve ser concluída no primeiro semestre de 2015.
Oi (OIBR4, R$ 1,56, -3,11%)
Sócia da Oi, a Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil) vendeu ações da operadora após o aumento de capital realizado pela companhia em abril deste ano, uma das etapas do processo de fusão com a Portugal Telecom (PT). Com o movimento, a fatia da fundação baixou de 1,2% para 0,9% do capital da operadora.
De acordo com o prospecto de aumento de capital da companhia, a venda de papéis pelos controladores estava proibida até final julho por conta de uma prática conhecida como “lock up”, em que acionistas do bloco de controle não podem negociar as ações por três meses. Em documento encaminhado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), na última quinta-feira, a Oi revelou, no entanto, que controladores negociaram com os papéis durante o mês de junho.
Procurada, a Previ confirmou a venda de ações e garantiu não estar impedida de vender suas ações. A fundação teria questionado a Oi sobre a possibilidade de se desfazer das ações logo após o aumento de capital e recebido um aval da área de relações com investidores da companhia no início de maio.
Mills (MILS3, R$ 23,47, +0,21%)
Ramon Vazquez, que assumiu o cargo no cargo de Diretor Presidente em 2009, permanecerá até 31 de dezembro deste ano. Sergio Kariya, atual diretor da unidade de negócio Rental, assumirá o cargo de Diretor Presidente a partir de 1º de janeiro de 2015. Como parte do processo de transição, Sergio Kariya assumirá o cargo de Vice-Presidente de Operações, a partir de 1º de agosto, acumulando o cargo de diretor da Rental. A partir de 1º de janeiro de 2015, pelos próximos cinco anos, Ramon Vazquez continuará participando dos negócios da Mills, assessorando o Conselho de Administração da empresa.
As ações da Mils acumulam perdas de quase 30% em 2014 e estão cotadas em seus menores patamares desde junho de 2012.
Brasil Insurance (BRIN3, R$ 11,50, 1,77%)
A quantidade de ações da BR Insurance em posse de membros da diretoria saltou de 100 para 10.078 apenas em junho, mostrou a companhia no formulário consolidado na sexta-feira. Ainda assim, o grupo não detém nem sombra do que tinha da seguradora em abril. Antes da forte queda de 63% das ações em 5 dias do mês, a diretoria da BR Insurance contava com 1,027 milhão de papéis.
Segundo o documento enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), as compras dos 9.978 papéis foram realizadas nos dias 13, 18, 24, 25, 26, 27 e 30 do mês passado, tendo como intermediária a Itaú Corretora. A companhia, porém, não deu detalhes do valor movimentado em cada uma das datas informadas.
Vale lembrar que a BR Insurance viveu momentos conturbados no começo do ano, quando chegou a despencar 63% em apenas 5 dias em abril. A reviravolta começou no mesmo mês: a partir da mínima de R$ 5,68 alcançada, os papéis da companhia já acumularam ganhos na casa dos 100%, embora no ano ainda marquem queda de 35,25%.
Gol (GOLL4, R$ 13,34, -0,82%)
Após ser a maior alta na semana passada, a Gol registrou perdas nesta segunda-feira, figurando na ponta de baixo do Ibovespa. Na última quinta-feira, Raymond James elevou a recomendação das ações da empresa para outperform (desempenho acima da média), alegando que as ações deveriam subir assim que os “ventos contrários do câmbio diminuem”. Vale lembrar que os papéis da empresa caíram 16,5% entre o final de maio e a última terça-feira, dia que eles bateram o menor patamar desde 3 de abril.
Gradiente (IGBR3, R$ 4,00, -10,11%)
A credora da empresa, SportPro, conseguiu na Justiça a penhora de bens da companhia, de acordo com a decisão de Justiça em meados do mês de junho. A notícia é mais um peso na empresa que está em recuperação extrajudicial desde 2010. Desde o ano retrasado, a companhia vem pedindo adiamento nos prazos de pagamento de seus credores – o primeiro pedido em 28 de junho de 2012 e um segundo em 20 de junho de 2013 -, mas que não conseguiu a aprovação da maioria dos credores. Desde então, a empresa vem buscando na Justiça um meio para validar o pedido, mas não obteve sucesso. Vale mencionar que as ações da Gradiente atingiram o menor patamar neste pregão desde fevereiro de 2014 e de junho até hoje os papéis acumulam queda de 40%.
Em dezembro, a Justiça até concedeu um prazo de 30 dias para a empresa apresentar documentação contábil dos últimos três anos para comprovar a efetiva impossibilidade de pagamento de suas dívidas. Entretanto, não deu em nada. Em junho deste ano, o Tribunal de Justiça de São Paulo apontou que não era o caso de concessão de prazo adicional para a empresa, que há quase um ano não cumpre a determinação judicial.
Direcional (DIRR3, R$ 10,42, -1,98%)
A Direcional chega ao seu 3º dia seguido de queda, acumulando perdas de quase 11% neste período, repercutindo as prévias operacionais divulgadas na sexta-feira.
No segundo trimestre, foram lançados quatro empreendimentos de incorporação com total de 1.332 unidades e VGV de R$ 231 milhões. O preço médio das unidades lançadas no trimestre foi de R$ 197,4 mil.