Só perdas: mortes e custo econômico do terrorismo atingem novos recordes históricos

Número de pessoas mortas por conta do terrorismo aumentou 80% em 2014 e as perdas econômicas subiram 61% na comparação com o ano anterior

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A expansão do Estado Islâmico e do Boko Haram trouxe o custo humano e econômico do terrorismo para os piores níveis históricos em 2014, de acordo com novas estatísticas obtidas pelo portal CNBC. O número de pessoas mortas por conta de atentados terroristas no mundo subiu 80% em 2014 na comparação anual, de 18.111 vítimas fatais em 2013 para 32.658 em 2014, de acordo com a IEP (Institute for Economics and Peace’s).

O Isis, que reivindica a autoria dos atentados terroristas da última sexta-feira em Paris, que mataram 129 pessoas, e o Boko Haram , o grupo extremista islâmico ativo na Nigéria, Níger, Camarões e Chade, foram responsáveis por mais da metade destas mortes, conforme eles ganham território na África e no Oriente Médio. 

“O aumento significativo na atividade terrorista significa que estas ramificações estão sendo sentidas mais amplamente em todo o mundo. O que é mais marcante na nossa análise é a forma como os controladores de terrorismo mais e menos diferem sua forma de atuação entre os países desenvolvidos. No Ocidente, fatores sócio-econômicos, tais como o desemprego entre os jovens e crime relacionados às drogas se correlacionam com o terrorismo. Nos países que não são membros da OCDE, o terrorismo mostra maiores associações com o conflito em curso, a corrupção e a violência”, afirmou Steve Killelea, presidente-executivo do IEP, em comunicado.

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O custo econômico dos ataques terroristas também está alcançando patamares nunca antes vistos, atingindo a sua máxima histórica em 2014 para US$ 52,9 bilhões, um aumento de 61% em relação ao ano anterior, com os ataques atingindo a infraestrutura e fazendo com que os investimentos internacionais saíssem dos países afetados, ressalta o portal.

Porém, afirma a CNBC, vale fazer uma ponderação: apesar dos trágicos acontecimentos em Paris, os países africanos e do Oriente Médio são muito mais impactados com os ataques terroristas. Em 2014, apenas cinco países – Afeganistão, Iraque, Nigéria, Paquistão e Síria – responderam por 78% de todas as mortes, com o Iraque sendo mais afetado uma vez que o Estado Islâmico tenta capturar as áreas ricas em petróleo do país.

Os moradores do Ocidente, destaca o estudo, estão mais propensos a sofrerem ataques de “lobos solitários” do que de um grupo organizado. Os ataques “solitários” responderam por 70% de todas as “mortes por terroristas” dos últimos dez anos nestes países. Porém, esta dinâmica pode ser claramente alterada se o Estado Islâmico se expandir para países ocidentais.

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A CNBC reforça e faz um alerta: o Estado Islâmico foi o responsável pelo maior fluxo de combatentes estrangeiros em tempos modernos, em grande parte por conta da sua expansão na internet. O IEP estima que haja perto de 25 mil a 30 mil combatentes, de cerca de 100 países, agora no Iraque e na Síria, principalmente vindos outros países do Oriente Médio.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.