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SÃO PAULO – O InfoMoney, em parceria com UM BRASIL, entrevistou nesta terça-feira (31) o professor do Insper Sergio Lazzarini. Autor dos livros “Capitalismo de Laços” e “Reinventando o Capitalismo de Estado”, ele é um dos maiores especialistas do Brasil quando o assunto é relação entre empresas e setor público, empresários e o governo. A entrevista foi conduzida por Thiago Salomão (editor de Mercados do InfoMoney) e Erica Fraga (jornalista de UM BRASIL).
Veja abaixo os destaques das respsotas de Lazzarini ou assista à íntegra da entrevista:
– Crise de 2008 deu pretexto para acharem que capitalismo de laços do Brasil era melhor que livre mercado dos EUA;
– Há avanços no Brasil, mas bem aquém do necessário; lei das estatais foi ponto positivo;
– Mudança no BNDES foi importante e corpo diretivo agora tem pessoas com formação técnica mais apropriada para atual momento da economia;
– Outras medidas necessárias seriam reforço de agências reguladoras;
– É preciso criar condições institucionais, pesos e contrapesos, para não haver retrocessos;
– Exemplo de punição é fundamental para coibir malfeitos; Eike de cabeça raspada foi chocante neste sentido;
– Ambev de Lemann também teve participação do BNDES, mas depois saiu da dinâmica doméstica;
– Lava Jato é tendência com apoio popular muito forte e deve prosseguir;
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Sobre Sergio Lazzarini
No livro Capitalismo de laços (lançado em 2010), Lazzarini cruzou 20 mil dados estatísticos de 804 empresas para mostrar que BNDES e fundos de pensão de estatais viram sua participação nas grandes empresas saltar de 14% para 19% entre 1996 e 2009 – contrariando uma expectativa de diminuição do Estado na economia, já que nesse período tivemos uma série de privatizações e IPOs no Brasil. A conclusão não foi apenas que as privatizações não diminuíram a presença do Estado no Brasil, mas que o novo modelo de ramificação de “pequenas fatias em muitas empresas” pode ter dado ainda mais poder ao Estado. Já no livro Reinventando o capitalismo de Estado (2014), Lazzarini mostrou como os governos Lula e Dilma aprofundaram a intimidade entre o dinheiro público e as empresas privadas, abrindo mais as torneiras do financiamento e privilegiando empresas e setores.