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SÃO PAULO – Morto em 2013, o ex-presidente venezuelano Hugo Chávez sempre defendeu a revolução socialista. Mas, ao olhar as contas do seu governo no exterior, revelada pelo Swissleaks, ele não parece ter seguido os princípios que nortearam sua vida política.
Logo após a divulgação de que diversas figuras ilustres possuem contas no HSBC na Suíça – e o banco admitir que elas poderiam ser um facilitador para a sonegação, descobriu-se também que o governo venezuelano fez depósitos de US$ 12 bilhões em quatro contas bancárias na sede do HSBC na Suíça entre 2005 e 2007.
De acordo com os documentos que ganharam evidência nesta semana após o vazamento feito pelo ex-técnico de informática do banco Hervé Falciani e divulgados pelo jornal francês “Le Monde”, três nacionalidades se destacavam entre os que tinham contas no banco: britânicos, suíços e venezuelanos.
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E cerca de 85% do dinheiro dos venezuelanos pertencia a quatro contas abertas pelo governo do país, abertas em nome da Tesouraria Nacional e do Banco do Tesouro. Aliás,o Banco do Tesouro da Venezuela havia sido instituído apenas dois meses antes quando abriu uma conta de US$ 9,5 bilhões no banco para, cinco meses depois, fazer mais um depósito de US$ 2,2 bilhões em duas contas paralelas.
A lista de clientes do HSBC suíço também inclui governantes e membros da realeza, como o rei do Marrocos, Mohammed, políticos, executivos de empresas, incluindo o ex-presidente do Santander Emilio Botín, que morreu no ano passado, e famílias ricas.