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Cerca de três meses após ficar 18 horas fora do ar por conta de um ataque de negação de serviço (DDoS), a Solana (SOL) voltou e ter problemas na noite de quinta-feira (9), mas dessa vez conseguiu manter sua rede funcionando, ainda que com grande lentidão.
Considerada uma das grandes rivais do Ethereum (ETH), a Solana é reconhecida por ter uma rede veloz, com capacidade de processar mais de 2 mil transações por segundo em seu blockchain. Porém, na noite de ontem houve um corte de 75% da capacidade, que caiu para menos de 500 transações por segundo.
A principal explicação até o momento foi o chamado ataque DDoS, que é uma ofensiva de acessos que sobrecarrega servidores a ponto de esgotar sua capacidade de processamento até que deixem de funcionar. Esse tipo de ação normalmente é feita por meio de redes de robôs que acessam um determinado endereço da web em massa.
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“A rede Solana está sendo sobrecarregada com ataques DDoS que obstruíram a rede, causando atrasos”, disse em nota a plataforma de NFT Blockasset, que roda na Solana.
Ainda não se sabe quem realizou o ataque e nem o motivo, diferentemente do que aconteceu em setembro, quando a rede ficou 18 horas fora do ar após um acidente envolvendo o Grape Protocol, um protocolo de infraestrutura para organizações autônomas descentralizadas (DAOs).
Na ocasião, um lançamento de token levou robôs a realizarem transações que sobrecarregaram a rede. “Essas transações resultaram num estouro de memória, o que fez com que muitos validadores travassem, forçando a rede a ficar mais lenta e, eventualmente, parar”, explicou a companhia em setembro.
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Apesar do problema não ter derrubado a rede nesta quinta, desde a madrugada a Solana apresenta um dos piores desempenhos entre as maiores criptomoedas do mundo. Às 16h35 (horário de Brasília), o ativo registrava perdas de 4,64%, cotado a US$ 173,72.
Validadores incomodados
Na noite de quinta o problema já estava resolvido e a rede operava normalmente, mas uma reunião virtual entre cerca de 35 membros da comunidade mostrou um grande descontentamento dos integrantes, segundo relatos do site CoinDesk, que participou do encontro.
Controladores de empresas que trabalham na validação dos dados que trafegam na rede Solana se queixaram desta que foi a segunda pane na blockchain em 2021, que começa a gerar dificuldades para atrais novos desenvolvedores.
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“Estou tentando atrair esses formadores de mercado e traders, mas eles simplesmente perdem muita confiança quando os nós caem e não sabem por quê”, disse Daffy Durairaj, cofundador de uma plataforma de negociações que roda na Solana.
São mais de mil validadores na Solana, sendo o poder computacional por trás de um ecossistema de quase US$ 12 bilhões de plataformas de empréstimos, comércio e outras finanças descentralizadas (DeFi).
Um dos pontos de maior preocupação, além do problema em si, é o risco de centralização de uma rede que deveria ser descentralizada, além da falta de comunicação de seus lideres, gerando incertezas sobre a clareza das informações que são dadas.
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Segundo o CoinDesk, o encontro desta quinta também serviu para os validadores exporem suas queixas aos engenheiros do Solana Labs. O principal questionamento foi por que a starup, que é bastante importante e forte no crescimento do sistema, ficou calada sobre os acontecimentos de um ecossistema que deveria ser descentralizado.
Dan Albert, diretor executivo da Fundação Solana, negou que o projeto mantenha informações que podem ser negativas em segredo. Por outro lado, ele reconheceu uma “postura conservadora” em relação ao compartilhamento de detalhes delicados e que os críticos da Solana poderiam usar contra a rede.
“A tecnologia é difícil e quero que vocês, membros da comunidade realmente dedicados, continuem a sentir que são donos e a sentir que estão sendo envolvidos pelos desenvolvedores e por aqueles que estão trabalhando nos bastidores”, disse Albert.
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Ainda segundo o CoinDesk, Will Hickey, um dos mais novos engenheiros do Solana Labs, disse na reunião que, nos bastidores, há “um cerco caos”. “(Existe) a quantidade de caos que você pode esperar dentro de uma startup, mas talvez uma quantidade de caos que é um pouco assustadora, dado o quanto o ecossistema da Solana cresceu no ano passado”.
Vista como uma rival para a rede Ethereum, a Solana foi lançada oficialmente em março de 2020, já possuindo em seu sistema a integração com contratos inteligentes e com uma rede mais escalável do que o próprio Ethereum.
O objetivo da Solana é melhorar a escalabilidade da rede e facilitar o sistema para aplicativos descentralizados (DApps), introduzindo um consenso de prova de história (PoH, na sigla em inglês) combinado com o consenso de prova de participação (PoS). Essa união tem atraído a atenção tanto de investidores pessoas físicas quanto institucionais.
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