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SÃO PAULO – O mercado norte-americano ganhou um reforço a mais na última segunda-feira (9), quando os investidores repercutiram o resultado do 1º trimestre da Alcoa, que marca o início da nova rodada de balanços nos Estados Unidos. A companhia, que compõe o Dow Jones, é tradicionalmente a primeira a reportar seus números no país e seu resultado serve como um termômetro para o mercado, sendo bastante aguardado pelos investidores que pretendem avaliar o impacto do esfriamento na principal economia do planeta.
A temporada por lá funcionaria como termômetro para o mercado doméstico, podendo levar a fortes oscilações nos humores dos investidores por lá, e tendo reflexos claros e diretos no comportamento do Ibovespa, avalia Daniel Cunha, membro da equipe de análise da XP Investimentos. Um desapontamento com os resultados pode tirar o último pilar de sustentação da bolsa, tanto por lá quanto por aqui.
Por isso, a importância de acompanhar de perto os números corporativos dos Estados Unidos. “Os agentes estão interessados em saber como está a saúde das empresas da maior economia do mundo, e cuja a grande maioria tem atuação global, servindo, portanto, como um do principais indicadores de como está a conjuntura da economia real”, disse o economista.
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Resultados dirão se rali será mantido nos EUA
O analista-chefe da Gradual, Paulo Esteves, comenta que a temporada lá vai sinalizar se o forte movimento de alta das bolsas norte-americanas tem sustentação. “A safra é importante para todos os mercados, e serve até para referendar os recentes indicadores econômicos dos EUA”, disse.
Desde o início do ano, os principais índices norte-americanos vêm batendo suas máximas históricas. Agora, o importante é observar se os lucros das empresas vão confirmar o cenário de otimismo, pondera.
No mesmo sentido, Cunha acrescenta que a percepção é que da última temporada para cá houve uma intensa descorrelação entre os mercados financeiros e a economia e seus riscos, reflexo, principalmente, da atuação agressiva dos Bancos Centrais. Agora, é importante ficar de olho se os resultados das empresas corroboram para que os principais índices acionários dos EUA encontrem em suas máximas históricas, avalia.
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De olho nos próximos trimestres
Mas além dos resultados, é bom monitorar também as expectativas das empresas para os próximos trimestres. Isso é importante já que o mercado sempre olha para frente para trazer o valor presente, e caso as estimativas caíam, é possível ver um movimento de piora do humor dos investidores, acrescenta o diretor da AZ Investimentos, Ricardo Zeno.
Para o Brasil, contudo, Cunha pondera que seria importante os investidores observarem não apenas o componente lucro das empresas, que acaba virando o protagonista nessa época de temporada, mas os resultados de volumes de vendas e variação nos preços finais, além da avaliação da própria companhia acerca do ambiente de negócios e suas expectativas para o curto prazo.
“A partir disso, poderemos avaliar como está o balanço da oferta e demanda por commodities e as respectivas implicações nas percepções sobre as empresas que atuam no mesmo contexto”, explica.
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O que esperar da temporada dos EUA?
A temporada de balanços corporativos dos Estados Unidos iniciou eufórica. A maior produtora de alumínio do país iniciou os primeiros três meses do ano com lucro de US$ 149 milhões, 58,5% superior aos US$ 94 milhões marcados um ano antes. Os ganhos representam US$ 0,13 por ação, bem acima da expectativa dos analistas de US$ 0,08.
A melhora dos resultados foi impulsionada por benefícios fiscais e mudanças nos contratos de energia. Sem os itens não recorrentes, o lucro líquido somaria US$ 121 milhões e representaria um aumento de 15,2% sobre igual período do exercício anterior.
Entretanto, os analistas pesquisados pela Reuters esperam por um temporada de balanços mais fraca nos EUA, com crescimento estimado de apenas 1,6% no lucro, contra alta de 6,2% que tivemos no último trimestre. Ao todo, 107 das 500 empresas do índice S&P 500 viram seus números serem revisados negativamente pelos analistas, representando a pior performance dos últimos anos.
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“O grande destaque da temporada será a avaliação quantitativa, ou seja, o que as empresas estão conseguindo entregar de lucro e desempenho por conta de um cenário econômico enfraquecido”, reforça Cunha.
Confira os destaques da agenda de resultados dos EUA:
Companhia | Data | Horário |
Alcoa | 08/04 | Depois do pregão |
Wells Fargo | 12/04 | 09:00 |
JPMorgan Chase | 12/04 | 08:00 |
Citigroup | 15/04 | 09:00 |
Goldman Sachs | 16/04 | 08:00 |
Intel | 16/04 | Depois do pregão |
Johnson & Johnson | 16/04 | 00:00 |
Coca-Cola | 16/04 | Antes do pregão |
Bank of America | 17/04 | 08:00 |