Tênis não deve encarecer, mesmo com sobretaxa à China, diz Abicalçados

Para presidente da associação, preço dos produtos de alta performance, que chegam a R$ 600, pode até cair

Flávia Furlan Nunes

Publicidade

SÃO PAULO – O preço do tênis ao consumidor não deve se elevar com a implantação de medidas de proteção à entrada de calçados procedentes da China, de acordo com a Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados).

“Este é um argumento falso e uma ameaça vã, com os quais os importadores tentam sensibilizar a opinião pública”, disse o presidente da associação, Milton Cardoso.

Decisão do governo

O setor de calçados está à espera de uma decisão do governo em implantar medidas de proteção à entrada de calçados da China, por meio de uma taxa de importação.

Continua depois da publicidade

Um processo de investigação de dumping, iniciado neste ano, está em fase de análise pelo Decom (Departamento de Comércio Exterior), que é a autoridade investigadora brasileira que busca fundamentos para aplicação de medidas de defesa comercial.

O dumping é uma prática em que empresas de um país vendem seus produtos por preços muito abaixo do seu valor justo para outro país. No caso da China, a venda mais barata é permitida, de acordo com a Abicalçados, porque o país gasta muito pouco com mão-de-obra, com o pagamento de salários que não chegam a US$ 50 dólares por mês.

Tênis de alta performance

De acordo com Cardoso, nem mesmo os tênis de alta performance, que são oferecidos para um público de poder aquisitivo mais alto, consumidor das grandes marcas esportivas mundiais, sofrerão aumento de preços a ponto de ficarem inviáveis.

Continua depois da publicidade

“Os calçados que hoje as grandes marcas importam com um preço FOB [free on board – valor do bem no ponto de origem] de cerca de US$ 18 e oferecem ao consumidor brasileiro por até R$ 600 talvez tenham os seus preços reduzidos, com o maior dinamismo da concorrência local”.

O presidente da Abicalçados disse que o Brasil tem condições técnicas e produtivas de oferecer ao consumidor quaisquer modelos de calçados. “O fato é que as importações têm servido a estas empresas como canal para desovar no Brasil os excedentes mundiais de estoques que surgiram com a queda na demanda dos mercados centrais”.

“Resumindo, o único efeito notável da medida de proteção será a criação de mais de 60 mil postos de trabalho na indústria calçadista nos próximos 12 meses”.

XP

Invista até R$ 80 mil no novo CDB 150% do CDI da XP; condição inédita.

Abra a sua conta gratuita na XP para aproveitar