Tesla fora de índice ESG e denúncia de assédio marcam a semana de Elon Musk, que termina em visita ao Brasil

Homem mais rico do mundo está no país e se reuniu com o presidente Jair Bolsonaro (PL) em um hotel no interior de São Paulo

Equipe InfoMoney

Reprodução/Twitter/@fabiofaria
Reprodução/Twitter/@fabiofaria

Publicidade

A semana de Elon Musk, homem mais rico do mundo e que está no Brasil nesta sexta-feira (20), foi atribulada: começou com o bilionário criticando o fato de a Tesla (TSLA34) ter sido excluída de um índice de ações ESG, passou pela revelação uma denúncia de assédio na SpaceX e está terminando com um encontro com o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (PL).

A ação da Tesla foi retirada do índice S&P 500 ESG, de empresas que respeitam questões ambientais, sociais e de governança corporativa, o que fez com que Elon Musk, homem mais rico do mundo e CEO da montadora de carros elétricos, afirmasse que “ESG é uma farsa” e que a S&P “perdeu sua integridade”.

Leia também:

Continua depois da publicidade

“A Exxon é classificada como as dez melhores do mundo em meio ambiente, social e governança (ESG) pelo S&P 500, enquanto a Tesla não entrou na lista! O ESG é uma farsa. Foi armado por falsos guerreiros da justiça social”, afirmou Musk no Twitter (veja no tuíte abaixo).

A ExxonMobil (EXXO34) é uma das maiores petroleiras do mundo, e o petróleo é considerado um das principais vilões das mudanças climáticas. “A S&P Global Ratings perdeu sua integridade”, criticou o bilionário. A Tesla foi retirada do índice no começo do mês, mas ele só se pronunciou sobre o assunto na quarta-feira (18).

A exclusão da Tesla do índice ESG ocorreu por acusações de discriminação racial e de condições precárias de trabalho na fábrica da montadora em Fremont, na Califórnia, além da estratégia de baixo carbono da empresa, segundo a S&P Dow Jones Índices.

Continua depois da publicidade

“Alguns dos fatores que contribuíram para sua pontuação ESG de 2021 foram um declínio nas pontuações de nível de critérios relacionados à estratégia de baixo carbono e aos códigos de conduta empresarial da Tesla”, afirmou Maggie Dorn, diretora-sênior e chefe de índices ESG da S&P Dow Jones Índices para a América do Norte.

Visita ao Brasil

A crítica de Musk ocorre dias antes de o bilionário viajar ao Brasil. Ele se encontrou nesta sexta-feira (20) com o presidente Jair Bolsonaro no interior de São Paulo, no Hotel Fasano Boa Vista.

Antes do encontro, o CEO da Tesla escreveu no Twitter que estava “super animado por estar no Brasil para o lançamento do Starlink para 19 mil escolas desconectadas em áreas rurais e para monitorar o meio ambiente da Amazônia!”.

Continua depois da publicidade

O ministro das Comunicações do Brasil, Fábio Faria, publicou fotos do homem mais rico do mundo no Brasil e afirmou que, “já que vamos conectar a Amazônia, trouxemos um dos maiores empresários do mundo para nos ajudar nessa missão”. “Aceitamos o desafio e vamos até o fim! Obrigado, Elon Musk, pela visita”.

O encontro foi para anunciar o lançamento do Starlink, projeto de satélites de baixo custo da SpaceX, para levar internet a 19 mil escolas de áreas rurais e monitorar a Amazônia.

Bolsonaro chamou o bilionário de “mito da liberdade”, citando a oferta de compra do Twitter, e falou que o anúncio do negócio “para nós aqui foi como um sopro de esperança”. “O mundo todo passa por pessoas que têm essa vontade de tirar a liberdade nossa. E a liberdade é a semente para o futuro”.

Continua depois da publicidade

Denúncia de assédio

A visita de Musk ao Brasil ocorre um dia após o site Business Insider revelar que uma comissária de bordo da SpaceX (outra empresa do bilionário em que ele também é CEO) o acusou de assédio sexual. Segundo a reportagem, a empresa pagou US$ 250 mil (mais de R$ 1,2 milhão na cotação atual) pelo seu silêncio.

A comissária de bordo teria dito que Musk pediu a ela para “fazer mais” durante uma massagem e expôs sua genitália, segundo o site. O caso teria ocorrido em 2016, e a empresa pagou a quantia à funcionária depois que ela relatou o assédio e as partes chegaram a um acordo, em 2018.

Após a publicação da notícia, Musk escreveu no Twitter, sem se referir à acusação, que “os ataques contra mim devem ser vistos através de uma lente política”. “Mas nada me impedirá de lutar por um bom futuro e seu direito à liberdade de expressão”.

Continua depois da publicidade

Compra do Twitter

O bilionário ofereceu US$ 44 bilhões (mais de R$ 200 bilhões) para comprar o próprio Twitter (TWTR34), e a proposta foi aceita. Musk diz que vai usar a rede social para promover a liberdade de expressão, mas passou condicionar o negócio à empresa conseguir provar que os robôs (bots) representam menos de 5% dos seus usuários.

A rede social estimou, em um documento publicado na SEC (a CVM americana) no início do mês, que menos de 5% de seus usuários ativos diários monetizáveis eram bots ou contas de spam no primeiro trimestre deste ano. Mas o bilionário diz que cerca de 20% das contas são falsas ou spam — e que esse número pode ser ainda maior.

“Minha oferta foi baseada na precisão dos registros da SEC do Twitter. Ontem, o CEO do Twitter se recusou publicamente a mostrar prova dos menos de 5% [de robôs]. Este acordo não pode avançar até que ele o faça”, escreveu Musk na rede social na semana passada.

Musk escreveu o tuíte horas após o CEO do Twitter, Parag Agrawal, postar um longo fio na própria rede social sobre a questão. Um dos tópicos da argumentação de Agrawal foi rebatido por Musk com um emoji de cocô.

Ainda não investe no exterior? Estrategista da XP dá aula gratuita sobre como virar sócio das maiores empresas do mundo, direto do seu celular – e sem falar inglês