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SÃO PAULO – As especulações sobre o rumo de Michel Temer e futuro das reformas seguem em pauta nesta terça-feira (30). As atenções estão todas voltadas para a CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado, que será um verdadeiro “teste de fogo” para o governo.
Neste momento, 27 senadores estão discutindo a votação do parecer do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) sobre a reforma trabalhista e basta maioria simples para a aprovação. Mesmo se o texto for rejeitado na Comissão, o projeto segue a tramitação normal e será avaliado em seguida pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e pela CAS (Comissão de Assuntos Sociais) do Senado.
O rumo dessa votação será um aperitivo para a próximo grande assunto a ser discutido — a reforma da Previdência. O desenrolar será vital para as intenções do governo, pois, segundo o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o governo não tem um “plano B” para a Previdência.
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Pior já passou?
Apesar da grande pressão que vem sofrendo, aliados de Temer avaliam que o pior já passou e a cada dia aumentam as chances do presidente seguir à frente do cargo máximo da política. Mesmo com alguns nomes no radar, a falta de consenso sobre um nome para sucedê-lo ajuda a manter o atual presidente no cargo. Segundo o jornal ‘Estado de S. Paulo’, há uma articulação do PSDB para lançar a candidatura do senador Tasso Jereissati à Presidência causou mal-estar com o DEM, irritou o PMDB e já é questionada até por tucanos. Os aliados avaliam que Tasso avançou o sinal ao promover na terça-feira passada (23), em São Paulo, uma reunião com o governador Geraldo Alckmin, o prefeito João Doria e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para discutir o assunto. Apesar de tudo isso, Temer segue bastante otimista. Em jantar com empresários na última segunda-feira (29), o presidente afirmou que o “Brasil está de volta”, indicando a melhoria do cenário econômico. Temer comentou também sobre o julgamento do TSE, que, segundo ele, tende a criar certa instabilidade. Porém, conforme informa o Valor, crescem as apostas de que haverá um pedido de vista, o que adiaria o processo. Xadrez Político
Essa terça-feira também será decisiva para o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Isso por que, às 15h00, horário de Brasília, está marcada uma reunião com os caciques do partido para decidir se Calheiros seguirá no comando da sigla. Crítico das medidas do governo, Renan desceu o tom e elogiou a troca no comando do Ministério da Justiça e a ida de Temer para visitar vítimas das cheias em Alagoas, seu estado. Renan fez ainda críticas à Procuradoria-Geral da República, à Operação Lava-Jato, o instituto da delação premiada e ao dono da JBS, Joesley Batista.