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SÃO PAULO – A Comissão Europeia divulgou nesta sexta-feira (23) o resultado dos testes de estresse realizados com 91 instituições financeiras do continente. De acordo o CEBS (Comitê de Supervisores Bancários Europeu), ao todo, sete instituições foram reprovadas: o Hypo Real State, na Alemanha; o ATEbank, na Grécia; e cinco pequenas instituições espanholas: Cajasur, Civica, Espiga, Unnim Savings e Diada Savings. No total, o déficit de capital dessas instituições é de € 3,5 bilhões.
Em linhas gerais, o resultado diz que, caso a economia e os mercados financeiros atinjam os patamares de estresse simulados pelo teste, estes bancos não teriam patrimônio e reservas suficientes para suportar o cenário adverso.
Ainda de acordo com o organismo, as autoridades nacionais competentes já estão em contato com os bancos reprovados para medir as implicações dos testes, especialmente qualquer necessidade de recapitalização. “Espera-se que os bancos proponham planos para adereçar a situação de fragilidade relevada pelos testes de estresse”, segundo a nota oficial do CEBS.
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País | Bancos testados |
Áustria | 2 |
Bélgica | 2 |
Chipre | 2 |
Dinamarca | 3 |
Finlândia | 1 |
França | 4 |
Alemanha | 13 |
Grécia | 5 |
Hungria | 2 |
Irlanda | 2 |
Itália | 5 |
Luxemburgo | 2 |
Malta | 1 |
Holanda | 4 |
Polônia | 4 |
Portugal | 4 |
Eslovênia | 1 |
Espanha | 22 |
Suécia | 4 |
Reino Unido | 4 |
Metodologia
Os reguladores europeus testaram portfólios de títulos de dívida soberana com vencimento em cinco anos, assumindo perdas de 23,1% nos bonds da Grécia, 12,3% nos espanhóis, 14% nos portugueses e 4,7% nos alemães.
Os testes aplicados ao capital das 91 instituições financeiras europeias avaliaram ainda o impacto de um corte em quatro degraus nos ratings dos produtos de dívida securitizada, 20% de desvalorização nas ações das empresas do continente neste e no próximo ano e uma série de outros parâmetros macroeconômicos, como ima queda no PIB (Produto Interno Bruto) da região por dois anos.
Oficiais se pronunciam
Para a União Europeia, os testes que simulam cenários de estresse no ambiente financeiro e econômico foram “duros” e mostraram que o sistema bancário da região é resiliente o suficiente para suportar uma desaceleração econômica e maior turbulência nos mercados financeiros.
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A autoridade disse ainda que os resultados “confirmam a resiliência geral” do sistema financeiro do continente.
Na mesma linha, Christine Lagarde, ministra de Finanças da França, declarou após os resultados serem divulgados que os testes foram “rigorosos” e “abrangentes”. Ela elogiou a credibilidade da proposta e que o fato de poucos bancos terem sido reprovados deve aumentar a confiança nos bancos europeus.
Críticas
Apesar da confiança dos oficiais europeus com a metodologia do teste e a confiança nos resultados, no mercado a percepção geral é diferente.
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A mídia internacional vê a metodologia do teste como pouco rigorosa e os cenários de estresse como brandos.
Um dos pontos mais questionados é o fato de que os testes levaram em conta apenas as perdas que os bancos teriam com os ativos de dívida que entram no livro de ofertas, desconsiderando-se títulos em tesouraria que serão mantidos até o vencimento.
Bancos reagem
De acordo com o Financial Times, o Banco Civica, formado com a fusão de três caixas menores, declarou antes da divulgação dos resultados que planeja colocar no mercado € 450 milhões em bônus convertíveis, citando que assinou um acordo com um grupo de private equity norte-americano, o JC Flowers, que irá subscrever o total da emissão.
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Para acessar o documento oficial do Comitê de Supervisores Bancários Europeu (em inglês), clique aqui.